A EPÍSTOLA DE
PAULO AOS ROMANOS
CAPÍTULO 15 – o poder do ministério centrado em cristo
TEXTO CHAVE: “Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação.”.
Romanos 15.2
VERDADE
TEOLÓGICA: “Deus não quer o seu
louvor ou a sua oferta, muito menos o seu coração. Ele quer você por inteiro”.
Pr. Ioséias
ESTUDOS DE
PREPARAÇÃO SEMANAL
Segunda-feira:
Rm 15.1-13
Jesus: o nosso exemplo máximo.
Terça-feira:
Is 11.1-10
O Reino do Messias é um Reino de paz.
Quarta-feira:
Rm 15.14-21
Um ministério espelhado em Jesus.
Quinta-feira:
1Co15.1-11
O poder transformador da graça na vida de Paulo.
Sexta-feira:
Rm 15.22-33
Um obreiro com metas claras para a glória de Deus.
Sábado: At
28.17-31
O Senhor é o Deus que abre portas até na cadeia.
LEITURA
BÍBLICA CONGREGACIONAL
Romanos 15.1-7
1-MAS nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos,
e não agradar a nós mesmos.
2-Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para
edificação.
3-Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito:
Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam.
4-Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito,
para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.
5-Ora o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento
uns para com os outros, segundo Cristo Jesus.
6-Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo.
7-Portanto recebei-vos uns aos outros como também Cristo nos recebeu
para glória de Deus.
ELUCIDAÇAO
TEXTUAL
No texto de nossa
Leitura Bíblica Congregacional Paulo adverte contra a insensatez das divisões,
insistindo em união dentro da igreja em Roma, especialmente com referência às
questões da liberdade cristã e ao privilégio dos gentios. Baseando seus
conselhos no ensino já apresentado, apela por compreensão e o favorecimento
mútuo, entre aqueles cujas opiniões e práticas difiram nos assuntos que ele tem
discutido.
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos um lado mais pessoal de Paulo. Ele
admoesta os irmãos judeus e gentios a deixarem de lado opiniões pessoais
irrelevantes em favor da unidade da Igreja e aponta o Senhor Jesus como o
modelo maior dessa atitude. Então ele fala das virtudes e oportunidades que a
Igreja Romana possuía, mas não deixa de citar também suas necessidades e
carências.
Por fim, Paulo apresenta seu projeto de visitar os
irmãos em Roma tão logo ele leve as ofertas arrecadas na Macedônia para os
crentes da Judéia. No entanto, o propósito maior dele em ir a Roma, além de
conhecer a Igreja e comungar com ela, era de levantar mantenedores que financiassem
sua viagem missionária à Espanha, um campo ainda inexplorado e muito carente do
evangelho.
Paulo era um homem de planos e objetivo claros para o
Reino de Deus e nos ensina muito sobre o trabalho para o Senhor.
I-JESUS: O NOSSO
EXEMPLO MÁXIMO (vv.1-13).
“Um dos problemas da igreja cristã é que podemos estar
completamente corretos em nossa doutrina e prática, mas sermos muito radicais a
este respeito” (Veloso). Este é o problema
que Paulo se propõe a tratar aqui: a aplicação de toda a doutrina associada com
a prática do convívio com outros cristãos.
O apóstolo aponta duas causas de divisão entre os
cristãos pelo mundo afora. As divisões originadas por diferentes convicções, de
ponto de vista e as divisões causadas por distinções raciais e de classe social.
Nos versículos 1 e 2, Paulo novamente se refere ao
problema dos cristãos legalistas, chamando-os de cristãos fracos, isto é, os
que têm o hábito de discutir detalhadamente seu ponto de vista a respeito
daquelas questões indiferentes que estudamos no capítulo 14.
Então Paulo orienta os cristãos fortes que não se
irritem com os fracos, não se afastem deles nem os afronte; mas que os instrua
pacientemente, edificando-os para o seu próprio bem.
Para isso Paulo nos apresenta o Senhor Jesus como
exemplo de conduta, que mesmo sendo Senhor não buscou agradar a si mesmo, mas
veio a este mundo para promover a edificação dos que estavam ao seu redor (v.3,
cf Sl 69.9).
O exemplo de Jesus nos estimula a agir de forma oposta
às nossas inclinações naturais. Todos nós gostamos de satisfazer as nossas
vontades, desejo de conforto e bem-estar, e só conseguiremos viver buscando o
bem dos outros se estivermos cheios do Espírito Santo.
Para evitar argumentos do tipo: “Mas Jesus é Deus”;
Paulo aponta para a Antiga Aliança e fala do que lá foi registrado sobre a
história de homens que nos ensinam a mesma lição (v.4) (Veloso). E os exemplos são vários: Abraão, José, Sansão, Davi,
Daniel, Ester, etc.
Paulo incentiva o forte e o fraco, apesar das suas
visões diferentes a respeito de questões não essenciais, a buscar essa harmonia
do amor e espiritual em que a Bíblia silencia. E explica que a unidade cristã
deve ser tanto verdadeira (concordemente), quanto aparente (uma voz), mas não
visando agradar outros cristãos, mas sim glorificar a Deus (v.6) (MacArthur, 2011).
A Igreja romana
era composta por gentios e judeus, e esses dois grupos, com origens e cultura
tão diferentes acabaram por se dividir e fragmentar o rebanho do Senhor. Os
judeus pensavam que os gentios faziam tudo errado. Comiam alimentos proibidos,
observava costumes errados e até mesmo a língua que falavam estava errada.
Paulo adverte aos irmãos que as diferenças étnicas e
sociais não podem separar os cristãos, pois o que é importante é que Deus
aceitou a ambos como seus filhos e irmãos em Cristo (v.7).
Mais uma vez temos o exemplo de Jesus como salvador e
unificador de todos os povos nele (vv.8,9a), como antes já havia dito aos seus
discípulos: “Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que
eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só
pastor.” (Jo 10.16).
Para fundamentar seu argumento Paulo lança mão do
Antigo Testamento (9b-12): “como está escrito: ‘Por isso, eu te louvarei entre
os gentios; Cantarei louvores ao teu nome’”(2Sm 22.50; Sl 18.49). E também diz:
“Cantem de alegria, ó gentios, com o povo dele” (Dt 32.43). E mais: “Louvem o
Senhor, todos vocês, gentios; cantem louvores a ele todos os povos” (Sl 117.1).
E Isaías também diz: “Brotará a raiz de Jessé, aquele que se levantará para
reinar sobre os gentios; estes colocarão nele a sua esperança” (Is 11.1,10).
Em apenas um verso (v.13), Paulo apresenta o resultado
e a chave para tornar a unidade possível: “Que o Deus da esperança os encha de
toda alegria e paz, por sua confiança nEle, para que vocês transbordem de
esperança, pelo poder do Espírito Santo.”.
Quando os cristãos vivem em harmonia apesar das
diferenças, transbordam de esperança porque creem que Deus pode transformá-las
em bênçãos e veem que esta habilidade de amar uns aos outros está no poder do
Espírito Santo.
II-O MINISTÉRIO
DE PAULO ESPELHADO EM JESUS (vv.14-21).
Paulo
revela que a Igreja de Roma possuía várias qualidades e poderia fazer muitas
coisas internamente e também influenciar a capital do Império. Pois essa Igreja
era cheia de bondade, plenamente instruída e capacitada para a admoestação do
Senhor (v.14).
Ray
Stedman comentando os versos 15 e16 diz que Paulo reconheceu também que havia
três coisas que estes cristãos necessitavam (assim como todos nós): ser
lembrados da verdade, isto é, ter suas mentes renovadas, ter um exemplo a
seguir, lembrar que toda atividade cristã não tem nenhum proveito se não for
santificada pelo Espírito Santo.
Também
é digno de nota o modo de Paulo confrontá-los: com firmeza e graça, que ele conhece
muito bem por tê-la experimentado em sua vida (1Co 15.9,10).
Mais
uma vez vale a pena ler o comentário de Ray Stedman sobre o ministério de Paulo:
“Ele viveu há dois mil anos, no entanto não há um homem ou uma mulher entre nós
que não tiveram sua vida drasticamente afetada por este homem; o curso inteiro
da história foi mudado pelas verdades que ensinou. De fato, a própria história
cristã foi construída em torno das cartas e ensinos, doutrina e ministério
deste apóstolo. Mesmo hoje podemos sentir o frescor de seu espírito, a grandeza
de sua mente, e a plenitude de seu coração!”.
“Quando
Paulo chegava numa cidade, geralmente encontrava as pessoas desesperadas, vazias,
oprimidas pela autoridade romana; mas quando ele começava a pregar o evangelho,
a luz invadia a escuridão, as pessoas eram transformadas, descobriam o sentido
de suas vidas e começavam e viver pela primeira vez! E era nisto que Paulo se
regozijava!” (Ary Veloso).
E
você? Em que consiste sua alegria de
viver? O que lhe traz realização? Para
que você está neste mundo?
Jamais
lemos Paulo dizendo o quanto ele fez para o Senhor. Ele sempre fala do quanto
Deus fez por ele e através dele! Ele levou cerca de dez anos para aprender que
sua mente brilhante, seus dons poderosos, sua personalidade e grande influência
eram de nenhum valor no serviço do Altíssimo; e quando aprendeu esse segredo,
lançou-se neste grande ministério que mudou a história do mundo!
Quando
um homem ou uma mulher (ainda hoje) se dispõe a confiar plenamente no Eterno,
não há nenhum limite ao que Deus pode fazer! Este é o segredo do ministério de
Paulo, que tinha como objetivo levar os gentios a obedecerem o evangelho “por
palavras e por obras” (v.18 - ARA). E ele o conseguiu “...pelo poder de sinais
e maravilhas e por meio do poder do Espírito de Deus. Assim, desde Jerusalém e
arredores, até o Ilírico, proclamei plenamente o evangelho de Cristo.” (v.19).
A
natureza de seu ministério era abrir caminho, proclamar o evangelho em lugares
ainda não alcançados pelas boas novas (vv.20,21). Ele nos mostra então como
colocava em prática essa missão, como veremos no próximo tópico.
III-OS
PLANOS MINISTERIAIS DE PAULO
Depois de apresentar a Jesus como nosso exemplo máximo
e sua vida espelhada em Cristo, Paulo passa a explicar para os irmãos romanos
os seus planos ministeriais.
Versículos 22-24...
Ele planejava já há
muitos anos ir à Espanha e incluiu uma viagem a Roma em sua programação. Obviamente
porque Paulo tinha o desejo de visitar e conhecer a Igreja de Roma, mas,
sobretudo, de levar o evangelho à Espanha, que era um campo ainda virgem e
carente do evangelho.
Por isso essa carta
aos Romanos. Paulo queria dar à igreja de Roma um fundamento doutrinário
apostólico, pois essa igreja não foi formada por nenhum apóstolo, mas provavelmente
por algum dos convertidos que se encontrava em Jerusalém por ocasião do dia de
Pentecostes (At 2) e também para se
apresentar e falar sobre a sua atuação no campo, a fim de a Igreja conhecesse o
seu trabalho missionário e pudesse apoiá-lo financeiramente para chegar à
Espanha.
Não sabemos se Paulo
chegou à Espanha, mas quando ele chegou a Roma foi em circunstâncias muito
diferentes daquelas que ele imaginava quando escreveu esta carta. Ele foi como
preso. Mas, mesmo ali na cadeia levou Onésimo, escravo de Filemon, a Jesus e
também testemunhou a toda guarda pretoriana (Fp 1.13). Deus nos usa tanto nos
palácios, lugares nobres, quanto na cadeia ou em favelas, porque Ele quer que
todos ouçam a Sua boa nova de salvação por meio do seu Filho. Paulo estava
pronto para seguir a vontade de Deus, onde fosse necessário.
Antes de ir à Espanha,
ele tinha um último serviço à realizar: entregar a contribuição que os cristãos
gentios haviam feito para o alívio da comunidade de judeus crentes em Jerusalém
que sofria dificuldades (vv.25-28).
Outro aspecto do
caráter prático de seu ministério é sua confiança no poder do Deus (v.29).
A confiança de Paulo
de que chegaria a eles “na plenitude da bênção de Cristo” foi amplamente
justificada pelos fatos, muito embora ele tenha chegado a Roma como
prisioneiro, imediatamente Cristo lhe abriu a porta de acesso aos judeus
romanos (At 28.17-31). (Lenski)
O que estava por trás
do ministério deste poderoso apóstolo? Por que têm perdurado dois mil anos? O
que lhe abria as portas e dava acesso inclusive ao trono do imperador César? Paulo
diria que era por causa das orações dos cristãos em favor dele (vv.30-33).
A vida cristã é uma
batalha e Paulo via a oração como uma maneira da lutar nesse combate. Ela é uma
grande arma que pode fechar portas e abrir outras, remover obstáculos, nos
ajudar a suportar a pressão e forças tremendas, além de levantar pessoas e
sustentá-las em pé! (Veloso).
Quais são os seus
planos para servir ao Reino nos próximos anos? “Sonhe grandes sonhos, trabalhe
incansavelmente e ore fervorosamente, e Deus fará coisas grandes por seu
intermédio” (David Young Cho).
CONCLUSÃO
Paulo foi um obreiro
de extremo sucesso porque tinha Jesus como seu modelo máximo e levava isso a
sério e espelhou todo o seu ministério no Senhor e na Sua glória, lutando pela
unidade da Igreja além da conversão dos incrédulos.
Sua vida consistia de
planos para servir ao Senhor e à Igreja onde e quando fosse necessário, e era
humilde o suficiente para pedir oração porque sabia que não era um super-homem,
apenas um servo dedicado muito desejoso de honrar o seu Senhor e Cristo.
A vida desse homem é
um incentivo a todos nós, que nos dediquemos um pouco mais ao serviço do Senhor
e à proclamação do evangelho.
Deus nos abençoe.
GLOSSÁRIO
ARA –Almeida Revista e Atualizada (versão da Bíblia de
1948).
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