A EPÍSTOLA DE
PAULO AOS ROMANOS
CAPÍTULO 13 – O CRISTÃO E A ÉTICA CIVIL
TEXTO CHAVE: “Portanto dai a cada um que deveis: a quem tributo,
tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.”.
Romanos 13.7
VERDADE
TEOLÓGICA: “Por isso digo: Vivam pelo
Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne”.
Gálatas 5.16 (NVI)
ESTUDOS DE
PREPARAÇÃO SEMANAL
Segunda-feira:
Rm 13.1-7
Toda autoridade é constituída por Deus.
Terça-feira:
At 25.7-11
Os justos não estão isentos de autoridades injustas.
Quarta-feira:
Rm 13. 8-10
O amor ao próximo é a essência da vida cristã.
Quinta-feira:
Mc 12.29-31
Amar a Deus e ao próximo: a base de toda a Lei.
Sexta-feira:
Rm 13.11-14
Estejamos atentos, pois o fim está próximo.
Sábado: Ef
6.11-18
A armadura da Luz é para os que receberam o Sol da
Justiça.
LEITURA
BÍBLICA CONGREGACIONAL
Romanos
13.1-7
1-TODA a alma esteja sujeita às potestades superiores;
porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram
ordenadas por Deus.
2-Por isso quem resiste à potestade resiste à
ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
3-Porque os magistrados não são terror para as boas
obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e
terás louvor dela.
4-Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se
fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus,
e vingador para castigar o que faz o mal.
5-Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não
somente pelo castigo mas também pela consciência.
6-Por esta razão também pagais tributos: porque são
ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo.
7-Portanto dai a cada um que deveis: a quem tributo,
tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.
ELUCIDAÇAO
TEXTUAL
Nesta segunda seção de admoestações, Paulo sai de
assuntos puramente pessoais para o âmbito da moral política, e declara os
deveres do cristão em face do Estado, assunto este relevantíssimo para os seus
leitores romanos. O ponto de vista do apóstolo acerca do Estado, em relação com
o crente, encerra o princípio da submissão cristã, que sempre tem sido
reconhecida como da vontade divina, obrigatória à Igreja. As bases desta
obediência aos poderes seculares podem ser expressas em três tópicos (Edições Vida Nova, 2012).
INTRODUÇÃO
O que você pensa a respeito da nossa presidente ou do
presidente dos EUA estarem a serviço de Deus? E Adolph Hitler ou Saddam Hussein?
Por mais absurdo que nos pareça, gostemos ou não, de alguma forma em algum
sentido, estas pessoas serviram aos propósitos de Deus! Basta pensar que quando
Paulo escreveu esse texto os governantes eram homens extremamente cruéis e
inimigos do cristianismo.
John Stott tem uma palavra de sabedoria sobre este
texto quando diz: “Mas é melhor sermos cautelosos ao interpretar as declarações
de Paulo. Não se pode pensar que ele está dizendo que todos os Calígulas,
Herodes, Neros e Domicios da época do
Novo Testamento, assim como os Hitlers, Stalins, Amins e Saddams dos nossos dias
foram pessoalmente designados por Deus, que Ele é responsável pelo seu
comportamento ou que em nenhuma circunstância se pode resistir à autoridade
deles.” (Veloso).
Também é preciso avaliar qual tem sido o nível de
tratamento que oferecemos ao nosso próximo. Estamos verdadeiramente cumprindo a
Palavra do Senhor? E a observação da Escritura? Como anda em nossa vida?
Vejamos o que Paulo nos ensina sobre essas questões
tão fundamentais.
I-A
SUBMISSÃO ÀS AUTORIDADES: PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DO REINO (vv.1-7).
Está claro no primeiro versículo que este capítulo
discorre sobre o dever do cristão - e do não cristão - de ter uma conduta de
obediência às autoridades. Não somente aos presidentes e chefes de Estado,
todos os níveis de autoridade, todas as formas de poder existentes, o que devemos
nos lembrar é que todos eles são colocados lá pelo próprio Deus!
“A Bíblia reflete várias formas de governo e não
especifica nenhuma como sendo a vontade de Deus. A melhor aos olhos dEle é a
estabelecida por Ele mesmo, para aquele lugar e tempo particulares na história,
considerando as características das pessoas, o grau de verdade e de luz
disseminado entre elas, e as circunstâncias morais que estão prevalecendo. Para
essa circunstância, tempo e lugar, Deus estabelece um governo em particular”.
(Ray Stedman)
Esta verdade não é vista somente no Novo Testamento,
veja também Daniel 2.21.
É óbvio que se Deus institui as autoridades, aqueles
que se opõem a elas estão se opondo diretamente a Ele, que certamente punirá
esta desobediência! (v.2).
Os governos têm poder sobre o que fazemos com nossas
propriedades e como nos comportamos uns com os outros, mas não têm o direito de
intervir em nossa adoração ou proibir a obediência à Escritura, pois estes são
os limites dos poderes governamentais. Como cristãos podemos resistir à
opressão e perseguição religiosas, porém não devemos resistir às funções legítimas
do governo. Como disse Geoffrey B. Wilson: “Assim, quando as exigências do
Estado entrarem em conflito com a Lei de Deus, a resistência a elas se torna um
dever do cristão” (Veloso).
É evidente que a afirmação de que os governantes
recompensam quem pratica o bem e castigam os que praticam o mal não é
constantemente verdadeira, e Paulo sabia disso muito bem, pois teve que apelar
para César por saber que Festo queria agradar os judeus e não o julgaria com
justiça (At 25.7-11). Contudo, John Stott explica este texto dizendo que “ao pintar
este lindo quadro das autoridades como quem ‘enaltece o bem’ e ‘pune quem
pratica o mal’, ele está afirmando o ideal divino e não a realidade humana.”.
Geoffrey B Wilson disse muito bem que: “O Estado é
ordenado por Deus para suprir as exigências da situação criada pelo pecado”.
Nos versículos 5-7 Paulo afirma que não devemos
obedecer às leis apenas porque tememos ser presos ou punidos de alguma forma,
assim como não devemos pagar nossos impostos apenas porque sabemos que corremos
o risco de cair na “malha fina”. Porque quando a pessoa pensa assim ela não
titubeará em transgredir quando supuser que não há possibilidade de ser pega em
seu delito. Por isso a razão para obedecermos às leis é porque isso é correto
diante de Deus e nada foge aos seus olhos e devemos ter a consciência limpa
diante dEle.
Paulo está ensinando que os cristãos devem dar às suas
autoridades o que lhes é de direito, inclusive a reverência e a honra que é devida
ao ofício deles.
Mas como o Estado temporal não é o Reino eterno, o
dever de obediência às autoridades seculares é provisório para o atual período
de “noite” (v.12); naquele “dia” que está “chegando” uma nova ordem de governo
será introduzida, quando “os santos hão de julgar o mundo” (1Co 6.2). O Estado
secular desaparecerá, mas a cidade de Deus permanecerá para sempre. (Veloso).
II-O AMOR AO
PRÓXIMO: A MOTIVAÇÃO EXCELENTE (vv.8-10)
Após falar da obediência às autoridades constituídas, Paulo transmite
uma ordem da parte de Deus: não dever nada a ninguém, exceto o amor (v.8).
Contudo, se conhecemos o Senhor Jesus, então temos o poder amar! E essa aptidão
de ser amoroso mesmo com quem não é conosco não vem de nós, mas de Deus (2Co
3.5).
O amor do cristão ao seu próximo é apenas o reflexo visível de seu amor
para com Deus. É a sua obediência constante ao segundo grande mandamento que
demonstra a prova mais convincente de seu comprometimento total com o primeiro!
(Mc 12.30,31).
William Hendriksen diz que “Entre todas as dívidas que uma pessoa venha
a contrair, há uma que jamais poderá ser reembolsada plenamente: a dívida do
amor”.
Precisamos agir com amor, demonstrar cortesia, bondade, paciência,
compreensão, independente das circunstâncias! Paulo diz muito claramente que
esta é uma dívida nossa para com todas as pessoas! (Veloso)
Para corroborar seu argumento, Paulo cita quatro dos dez mandamentos,
que tratam dos relacionamentos interpessoais (Ex 20.13-15,17) e afirma que tudo
isso se resume em “Amarás o teu próximo com a ti mesmo”. Este mandamento (Lv
19.18) engloba todos os mandamentos referentes às relações humanas (Mt 22.39).
Se de fato amamos aqueles com quem nos relacionamos, então faremos tudo o que
for bom para eles (v.10).
Ao tratarmos as pessoas com o mesmo cuidado que temos por nós mesmos,
jamais transgrediremos em qualquer dos mandamentos que se referem à nossa
relação com o próximo (Mt 7.12; Tg 2.8). (MacArthur,
2011).
Não existe cristianismo sem amor pois “Quem não ama não
conhece a Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4.8); ao passo que o mesmo joão afirma
um verso antes: “Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus.
Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.” (NVI).
Em síntese, nossa conduta amorosa, ou não, vai
confirmar se, de fato, conhecemos a Deus. Se auto avalie e responda para si
mesmo: você conhece a Deus?
III-A RAZÃO
DE OBSERVAR A VONTADE DE DEUS: O FIM ESTÁ PRÓXIMO (vv.11-14).
Paulo apresenta aos seus leitores (inclusive nós) um
poderoso estímulo (vv.11,12a). Ele afirma que os cristãos devem seguir o que
foi ensinado nos versos anteriores e se despertarem do sono, que é uma analogia
à apatia espiritual e indiferença com as coisas de Deus. (MacArthur, 2011). É preciso “acordar” para pagar aos outros a nossa
dívida de amor para com eles (v.8).
O fato de conhecermos o tempo em que vivemos, ou seja,
os últimos dias, é um estimulante a mais para vivermos em conformidade com a
Escritura (Hb 10.24).
Seremos glorificados quando Jesus voltar, e isso está
mais perto a cada dia, pois cada dia a mais é um dia a menos. Por isso, devemos
nos santificar continuamente porque esse dia se aproxima e nós não sabemos
quando será.
Aqueles sobre os quais o Sol da justiça raiou, devem
abandonar os antigos desejos pertinentes à sua ignorância e vestir a armadura
da luz (Ef 6.11-18 e 1Ts. 5.8), porque é incompatível o viver cristão em amor
com as chamadas “obras das trevas” ao mesmo tempo (Gl 5.19-21, Cl 3.5-11).
O que se espera de um cristão autêntico é que ele viva
de modo diferente do mundo e dignifique o nome do Senhor (v.13a). Devemos viver
uma vida que agrade a Deus, manifestando uma no nosso comportamento exterior a
realidade interior de uma vida redimida (Lc 1.6; Gl 5.16,25; Ef 2.10; 4.1,17;
Fp 1.27; Cl 1.10; 2.6, etc.). Precisamos evitar as propostas do mundo, tais
como devassidões, que se caracterizam por festas desregradas, orgias sexuais,
brigas, perversão, imoralidades, contendas e ciúmes.
Para “medir” nossa vida espiritual três perguntas
podem ser úteis: Que efeito minha
vida exerce sobre as pessoas? Eu trago harmonia ou espalha discórdia aonde
chego? Divisão e fofoca começam imediatamente quando eu chego a um grupo?
Para evitar esse risco o apóstolo recomenda “revistam-se
do Senhor Jesus Cristo” (v.14). Ou seja, precisamos buscar nos unir mais
espiritualmente a Cristo, de modo que Ele seja a Luz de sua luz, a Vida de sua
vida, a Alegria de sua alegria, e a Força de sua força (Will L. Thompson).
Como nos vestimos pela manhã, também precisamos nos “revestir” de Jesus ao acordar, e fazer dEle a
imagem que transmitimos às pessoas. Assim poderemos cumprir a parte final desse
versículo: “... não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências” (v.14b).
Não devemos ficar cultivando em nossa mente as obras
das trevas. O fim desta prática sempre é conflito, rivalidade, inveja, enfim...
destruição! Para os outros e para você mesmo!
É certo que teremos tentações, pois o pecado continua
na nossa carne mesmo quando se tornamos santos (Rm 7.14). Mas, como filhos de
Deus, devemos aprender a controlar e vencer as tentações.
CONCLUSÃO
Deus é o
Senhor da História, e mesmo os maus líderes que as diversas nações tiveram
foram usados pelo Senhor para se atingir algum propósito divino. Assim como
Deus usou Nabucodonosor para julgar Judá e depois o puniu por seus pecados (Jr
25.9-14). Portanto, mesmo que não entendamos de imediato, Deus está no pleno
controle da história e espera que sua Igreja o honre obedecendo às autoridades
constituídas, desde que elas não vão contra a Palavra do Senhor.
Também o amor
ao próximo é um tema muito forte nesta epístola, e aqui Paulo o ressalta como a
base para se guardar os mandamentos e como a segurança de que estaremos com
Cristo quando o grande dia chegar, pois a nossa salvação está agora mais próxima
do que antes.
Que Deus te abençoe em nome de Jesus.
muito importante para nos como espirituais, nos advertindo a santidade, olhar para um só Jesus autor da nossa fé não como homem carnal, sim espiritual, fico muito grata a Deus ação dele sobre estes homens que são usado para nossa edificação que o Senhor comtínui dando sabedoria para a gloria do Senhor
ResponderExcluir