quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Cuidado com os cupins!

Era uma manhã como tantas outras, mas algo intrigava os moradores daquela pequena vila. Rapidamente correra a notícia de que a grande árvore se encontrava tombada. __Como? Perguntavam-se todos! Nada justificava a queda já que a noite anterior tinha sido de céu estrelado. Nenhuma tempestade, ventos ou raios. As pessoas largaram seus afazeres, queriam decifrar o mistério. Quando lá chegaram e passaram ao detalhado exame daquela que fora arrancada pelas raízes, constataram: deu cupim. Aquela árvore tinha suportado anos de intempéries, triunfara sobre os mais poderosos inimigos, rira do sol escaldante, do frio intenso, da tempestade torrencial, dos ventos procelosos e dos raios fulminantes. Entretanto, agora, jazia vencida por inimigos tão pequenos e silenciosos. Moral da estória: podemos vencer e suportar grandes batalhas, mas sermos vencidos por inimigos aparentemente inexpressivos. 
Como disse um amigo, podemos viver vencendo gigantes, porém vencidos por pigmeus. Triste realidade, ilustrada pela vergonhosa derrota dos israelitas diante de Ai. Os louros da vitória sobre Jericó despertaram a auto-suficiência do povo de Deus.  Esta verdade pode ser aplicada às várias áreas de nossa vida: preparamo-nos para combater os grandes pecados, todavia fazemos concessão aos pecados que julgamos inofensivos. Um relacionamento pode resistir aos ventos e chuvas que dão com ímpeto contra a casa e, infelizmente, sucumbir face a adversários que sozinhos seriam irrelevantes, no entanto, na força do conjunto são demolidores.  Se preparar para enfrentar ventos e tempestades é sábio, mas jamais devemos nos esquecer dos “cupins”. O segredo do triunfo, a despeito do inimigo, é construir sobre a rocha.     (Pr. Israel Sifoleli)

Triste estatística

Segundo o Dr. Russel Phillip Shedd, numa entrevista feita com 1000 pastores foram obtidos os seguintes dados: 
80% deles trabalham muito mais de 46 horas semanais.
80% acham que o ministério tem afetado negativamente a sua família.
33% acham que o ministério é um problema para a família.
70% dos pastores têm tendência à depressão.
50% acreditam que ainda estão trabalhando pouco.
90% acha que o treinamento foi insuficiente.
70% tem baixa auto-estima.
40% sofrem conflitos com membros.
70% não tem amigos confiáveis.
Estes dados apontam para o fato de que as pessoas esperam que seus pastores sejam homens perfeitos, sem problemas e sempre disponíveis. E pior, a maioria de nós, pastores, tem tentado responder a essas expectativas.
Esse é um pecado bilateral. Os crentes pecam ao tentarem fazer de seus pastores um "messias", e os pastores pecam ao tentarem ser o "Messias" (resolutor de problemas e dono de todas as respostas).
Deus tenha misericórdia e abra os olhos espirituais de todos nós.
Soli Deo Gloria. 

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Vá pescar

Antídoto é uma ação contrária que anula os efeitos mortíferos de todo e qualquer espécie de veneno (substância ou emocional). É um anticorpo, uma resistência às forças destrutivas e poderosas. Gostaria de sinalizar com um veneno que atualmente se apresenta como um dos mais nocivos à nossa saúde e que dependendo da dose é morte certa. Estou pensando na ansiedade. Os sintomas são conhecidos: suor, irritação, dor de peito e de cabeça muito fortes, braço e mão formigantes, perda de apetite e insônia, depressão, dificuldade de concentração, hipertensão, respiração alterada, tentativa de querer resolver todos os problemas ao mesmo tempo, etc. É bom parar a lista, pois isto alimenta ansiedade e, também, por estarmos chovendo no molhado já que todo mundo conhece de cor e sorteado esta reza. Os profissionais da saúde têm sido muito competentes na conscientização deste mal. Conscientização que tem apontado para um tratamento acessível a todos os que têm um pouco de sabedoria. A receita é simples: vá pescar. Só que pescar em São Paulo está gerando mais ansiedade e stress que descanso, pense nas filas de congestionamento para deixar a cidade ou no custo que terá que pagar com o cartão estourado... é melhor e mais barato pegar a praia paulistana mesma: nossos belos shoppings. Agora, precisamos ir ao shopping para desacelerar: ponha uma roupa leve, ande sem pressa, passeie com família e amigos, curta e saboreie cada detalhe. Existe uma ordem a ser respeitada, como uma “bela taça de vinho” para quem sabe apreciar. O segredo é curtir a vida, fazer tudo com prazer, entrar no ritmo do corpo e resistir à neurose do mercado e da mídia. Sempre haverá as lindas sereias (ou sereios) com seu canto consumista querendo nos atrair e seduzir para os penhascos e abismos das dívidas. Diz-se que Sócrates costumava passear no mercado (shopping ateniense), mas quando abordado, respondia com humor e firmeza: “apenas estou olhando quanta coisa eu não preciso para ser feliz”.  Precisamos aprender a pescar! O pescador experiente se rende ao ritmo da natureza, logo aprende que tem dia que a maré não está para peixe. É preciso lançar a rede ou linha e esperar pacientemente, senão apanhar não há problema isto também faz parte do jogo. Creio que temos algo a aprender com a Sabedoria milenar: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus. Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Fp. 4:6-8). Vejamos a receita: 1. Tolerância zero com ansiedade (coisa alguma); 2. Transforme sua ansiedade em combustível de oração; 3. Concentre-se alegremente nas bênçãos conquistadas (tome um concentrado de gratidão). Então, a luz da paz espancará as “trevas” da ansiedade, da preocupação e depressão. Finalmente, se permanecerem os sintomas, procure um médico. Talvez você precise de terapia intensiva ou de um sossega leão (tarja preta) ou camisa de força. Shalom (paz)!!!

Pr. Israel Sifoleli