quinta-feira, 29 de novembro de 2012

FÉ NÃO É O QUE MOVE A MÃO DE DEUS, MAS O QUE NOS MOVE PARA A GLÓRIA DE DEUS.


TEXTO: HEBREUS 11.1-12.

INTRODUÇÃO
1. Temos vivido dias em que as pessoas fazem as coisas mais absurdas e afirmam estar agindo “pela fé”. Isso leva muitos à frustração e decepção e consequente abandono da fé por não terem uma fé profunda e enraizada.
2. Nesta mensagem vamos avaliar o que a Bíblia diz que é a fé e o que não é a fé. Por fim, vamos avaliar como a fé se manifesta na prática cristã e concluir como esses aspectos devem se revelar na nossa vida.

PROPOSIÇÃO
ESSA MENSAGEM ABORDARÁ A FÉ BÍBLICA COMO A VERDADEIRA E ÚNICA FORMA DE SE AGRADAR A DEUS.

Sentença Interrogativa
MAS, VOCÊ SABE O QUE É E O QUE NÃO É A FÉ À LUZ DA ESCRITURA SAGRADA?

Sentença de Transição
PRIMEIRO VAMOS AVALIAR O QUE A FÉ SIGNIFICA NA ESCRITURA.
                                 
I. FÉ É CERTEZA.
1. CERTEZA NAS PROMESSAS DE DEUS.
Fé é crer nas promessas de Deus e não em qualquer coisa. Quando dizemos que vamos fazer algo pela “fé”, mas que não está na Escritura então estamos fadados ao fracasso, pois Deus não tem compromisso com o que não prometeu (Is 55.11).
2. CERTEZA QUE SE TRADUZ EM FIDELIDADE MESMO QUANDO TUDO DIZ QUE NÃO.
Fé e fidelidade são a mesma palavra em grego (pistis) e ambas se evidenciam na adversidade e não na bonança (Hb 11.35-40).

Sentença de Transição
BEM, SENDO ASSIM, VAMOS AVALIAR O QUE A FÉ TEM SIGNIFICADO PARA MUITAS PESSOAS HOJE, INCLUSIVE PARA LÍDERES CRISTÃOS.

II. FÉ NÃO É MAGIA, FILOSOFIA EPICURISTA OU ESTÓICA.
1. A FÉ NÃO É MAGIA.
Na magia o feiticeiro crê que se manipular corretamente determinados elementos forçará a divindade ou entidades espiritual a trabalhar a seu favor ou conforme a sua vontade (At 19.13-16).
2. A FÉ NÃO É A BUSCA PELO PRAZER (DOS EPICUREUS).
O fim supremo da vida é o prazer sensível (não necessariamente sensual); critério único de moralidade é o sentimento. O único bem é o prazer, como o único mal é a dor (Is 22.13).
3. A FÉ NÃO É A INDIFERENÇA PASSIVA COM A VIDA OU SOFRIMENTO (ESTÓICA).
A virtude estóica é, no fundo, a indiferença e a renúncia a todos os bens do mundo que não dependem de nós, e cujo curso é fatalmente determinado. Indiferença e renúncia à vida e à morte, à saúde e à doença, ao repouso e à fadiga, à riqueza e à pobreza, às honras e à obscuridade, numa palavra, ao prazer e ao sofrimento - pois o prazer é julgado insana vaidade da alma (Rm 12.1).

Sentença de Transição
Como então a fé se revela na prática? A fé é o que nos move para a glória de Deus. Vejamos.

III. FÉ É AÇÃO PARA A GLÓRIA DE DEUS
1. A FÉ AGE EM CONFORMIDADE COM O QUE DECLARA.
A – Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício superior (v.4).
B – Pela fé Noé (...) construiu uma arca para salvar sua família (v.7).
C – Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu e dirigiu-se (...) peregrinou (...), viveu em tendas (...). Porque “esperava a cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e edificador é Deus” (vv.8-10).

     2. A FÉ NÃO NEGOCIA SUAS CONVICÇÕES E ABSOLUTOS MESMO DIANTE DO SOFRIMENTO.
A – “os quais pela fé (...) uns foram torturados (...) outros enfrentaram zombaria e açoites; outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão, apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram errantes, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados”. (vv.37).

Sentença de Transição
Com base no que pudemos avaliar acerca da fundamentação da fé bíblica e sua atuação para a glória de Deus podemos concluir que:

CONCLUSÃO
1. A fé é a certeza nas promessas de Deus, que se traduz em fidelidade em qualquer situação. Boa ou não.
2. A fé não é magia, mas dependência da graça e da fidelidade divinas. Não é busca de prazeres, mas da glória de Deus. E também não é resignação passiva, mas atuação em não conformidade com o mundo.
3. A fé age em conformidade com o que crê e não negocia suas convicções e absolutos mesmo diante do sofrimento.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

ELEGÂNCIA, O QUE É?

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza. É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até à hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam. E quando falam, não ficam a julgar sentindo-se o "dono da verdade". É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais. Em pessoas que sabem que os mais velhos, muitas vezes, são rabujentos e mesmo assim o tratam com a deferência que merecem. Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está. Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer... É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade. É elegante o silêncio, diante de uma rejeição.... Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. É elegante a gentileza; atitudes gentis falam mais que mil imagens... Abrir a porta para alguém? É muito elegante. Dar o lugar para alguém sentar? É muito elegante. Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma... Oferecer ajuda? Muito elegante. Olhar nos olhos ao conversar? Essencialmente elegante. Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras". Se os amigos não merecem cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la. Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Vivendo e aprendendo

A vida nos ensina muitas coisas e eu estou sempre aprendendo. Atualmente tenho aprendido que as pessoas nas igrejas idealizam seus pastores e esperam que eles sejam sempre homens alegres, sorridentes, que se mostrem sempre fortes e animados. Se algum pastor declara que está triste, ou se decepcionou com alguém ou alguma coisa, ou ainda se está cansado ou se sentindo fraco, pronto! Está criada a celeuma. O zumzumzum é imediato. "Como pode um pastor ser assim?", "o verdadeiro homem de Deus não fica triste nunca, porque o Senhor é com ele!", "Como que ele foi traído? Se fosse mesmo um homem de Deus o Senhor lhe teria revelado.", "como assim? Pastor de verdade não pode se sentir fraco nunca!", "que cansaço? Ele não faz nada, só pastoreia", e por aí vai. Parece-me que boa parte da igreja brasileira tem projetado sobre os seus pastores a imagem de atores de TV e cinema ou de políticos e atletas, que sempre aparecem bem vestidos, sorridentes e com histórias mirabolantes de sucesso, riqueza, "integridade" e modelos de ação social. Essas personagens criadas pela mídia não são as pessoas por trás delas; mas as os iludidos não conseguem enxergar nada além daquilo que a mídia mostra. Infelizmente, os erros dessas pessoas são minimizados, ocultados ou até mesmo apresentados como virtudes. Tenho constatado que homens de bem, que querem cuidar do rebanho, que são "maridos de uma só mulher", que vivem em função do bem das pessoas, que fazem a obra social todos os dias(não apenas nas campanhas anuais da TV), não são valorizados, nem amados por muitos, inclusive dentro da sua comunidade de fé, enquanto que os produtos da mídia são amados e imitados em sua conduta. Acredito que a atual condição moral do nosso país se deva à influência que essas personagens midiáticas da política, esportes, música e televisão (inclusive alguns tele-evangelistas) exercem sobre as pessoas. A Igreja precisa aprender com o autor de carta aos Hebreus: "Lembrem-se dos seus líderes, que lhes falaram a palavra de Deus. Observem bem o resultado da vida que tiveram e imitem a sua fé" (Hebreus 13.7). Quem norteia a minha vida? Quem são meus mentores, as pessoas que me influenciam com suas condutas? Não dá para acreditar numa pessoa que eu só conheço por meio da mídia,com quem não convivo e não compartilho sua verdadeira história. Me nego a seguir os conselhos dessas pessoas porque não posso comprová-los no seu estilo de vida; afinal, é muito fácil, bonito e até empolgante falar de amor, mas a sua autencidade só pode ser comprovada pela vivência próxima, real e não virtual. Portanto, se você, meu leitor, não me conhece, tenha-me por mentiroso a busque informações sobre a minha vida e caráter antes de acreditar ou aceitar o que escrevo, falo ou faço. Se o que você descobrir de mim não for bom, descarte-me como uma possível influência para a sua vida. Se quiser leia-me para avaliar. Em dias de comunicação cada vez mais virtual em que todos têm muito a falar e homens, mulheres, garotos e garotas escrevem, falam ou cantam sobre coisas que nunca viveram com a experiência que nunca tiveram, penso que é bom começar a voltar para a vida real e ouvir aqueles que nos conhecem e que nós conhecemos,que são pessoas de verdade, com defeitos e virtudes e que conhecemos as suas obras. Siga o exemplo de um pastor de carne e osso, que ainda que tenha suas falhas está trabalhando para o seu bem e buscando te orientar a partir das verdades eternas da Escritura. Se tenho que aprender, quero aprender com gente de verdade e não com "produtos" da mídia comercial. Deus te abençoe.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A importância do perdão


Fico muito aliviado quando sou perdoado por alguém a quem fiz ou falei algo desagradável ou ofensivo. Acredito que todos experimentamos esse alívio quando somos perdoados. 
Sempre gostamos de ser perdoados dos erros que cometemos. Mas, e quanto a dar perdão? Qual é a nossa atitude? Como agimos quando somos nós os ofendidos? Perdoamos e promovemos esse alívio na alma do próximo ou retemos a mágoa e fechamos nosso coração para o ofensor?
Ao ler o texto de Mateus 18.21-35 compreendo o porquê, do prisma de Jesus, o perdão é tão importante; tanto para nós, quanto para o outro.
Ao perguntar ao Senhor se devemos perdoar até sete vezes nosso ofensor, Pedro está querendo se mostrar generoso, pois os rabinos ensinavam que se devia perdoar alguém até três vezes. No entanto, a expressão que o Senhor usa: "Setenta vezes sete" (22) vai além de uma questão de números. É uma forma cultural judaica de dizer que o perdão deve ser dado inúmeras vezes ou, simplesmente, “sempre”. A expressão de Jesus é um grande contraste com o perdão limitado de Pedro, ainda que esse fosse melhor que a proposta do ensino rabínico de seus dias.
Para ilustrar o que estava ensinando, Jesus contou uma parábola acerca de um rei que decide cobrar aquilo que seus súditos lhe deviam, e um deles, possuía uma dívida simplesmente impagável (vv.23-25 - Dez mil talentos equivalem a trezentos e cinquenta mil quilos de prata, que pela cotação da prata hoje - 27/07/12 -, seria algo em torno de R$ 30.000.000,00). 
Esse servo se prostra, implora por clemência e recebe o perdão do seu rei. Mas quando sai encontra-se com um conservo, que lhe devia 100 denários (vv. 26-28 - O denário era o pagamento de um dia de um trabalhador comum, que hoje giraria em torno de R$ 25,00, e totalizaria uma dívida de R$ 2.500,00). Ironicamente, esse servo que recebeu tamanho perdão (sua dívida era 12.000 vezes maior que a do seu devedor) trata o seu conservo com grosseria e o agarra com violência, chegando a sufocá-lo e exigindo o recebimento da dívida (v.28). 
A exemplo do primeiro, o conservo também implorou por misericórdia e paciência, mas não foi atendido; ao contrário, foi preso até que saldasse sua dívida (vv.29,30).
E, ao contrário do seu rei, que foi discreto, chamando-o particularmente para tratar de sua dívida, ele cobrou seu irmão publicamente, humilhando-o diante dos seus companheiros, que assistiram a cena com muita tristeza e foram relatar ao rei (v.31).
Por esse motivo o rei repreendeu o homem pela sua atitude, mostrando-lhe sua crueldade, e cancelou o seu perdão, entregando-o aos torturadores até que sua dívida fosse paga; isto é, nunca (vv.32-34). 
O Mestre encerra o seu discurso com uma afirmação muito forte aos seus discípulos: "Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão" (v.35).
Assim como nossa dívida/ofensa com Deus era impagável e Ele nos perdoou em Cristo Jesus, também devemos perdoar "de coração" aqueles que nos ofendem. Caso contrário, nosso perdão será cancelado e seremos punidos pelo nosso pecado.
Quantas e quantas vezes pessoas que se dizem cristãs (perdoadas por Deus) têm exposto o seu irmão à vergonha publica, seja por meio de atos humilhantes ou palavras difamatórias, e não agem com o mesmo amor que receberam do seu Rei.
Nunca é demais lembrar que a oração que o Senhor nos ensinou (Mt 6.9-15) termina com a seguinte admoestação: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossa ofensas” (vv.14,15).
Precisamos encarnar essa Palavra e vive-la para a glória de Deus. Desta forma estaremos fazendo um bem aos outros e também a nós, pois essa é a única forma de receber o perdão do Pai celeste. Mas, a decisão é sua!

Pr. Ioséias Carvalho Teixeira.
27/07/2012

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Exegese

Todo pregador do evangelho deve, por obrigação, dominar as técnicas básicas da exegese, sob pena de trair o real sentido do texto sagrado a ser explanado e de ser um disseminado de heresias, portanto se você ainda não domina a arte de interpretar e compreender os textos, deve então começar agora, pelo básico. O que é e do que trata a Exegese: É a disciplina que aplica métodos e técnicas que ajudam na compreensão do texto. Do ponto de vista etimológico hermenêutica e exegese são sinônimos, mas hoje os especialistas costumam fazer a seguinte diferença: Hermenêutica é a ciência das normas que permitem descobrir e explicar o verdadeiro sentido do texto, enquanto a exegese é a arte de aplicar essas normas. Princípios Básicos: Aqui se encontram dez princípios que devem ser seguidos na interpretação bíblica: o 1° - denomina-se princípio da unidade escriturística. Sob a inspiração divina a Bíblia ensina apenas uma teologia. Não pode haver diferença doutrinária entre um livro e outro da Bíblia. o 2° - Deixe a Bíblia interpretar a própria Bíblia. Este princípio vem da Reforma Protestante. O sentido mais claro e mais fácil de uma passagem explica outra com sentido mais difícil e mais obscuro. Este princípio é uma ilação do anterior. o 3° - Jamais esquecer a Regra Áurea da Interpretação, chamada por Orígenes de Analogia da Fé. O texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de textos isolados. o 4° - Sempre ter em vista o contexto. Ler o que está antes e o que vem depois para concluir aquilo que o autor tinha em mente. o 5° - Primeiro procura-se o sentido literal, a menos que as evidências demonstrem que este é figurado. o 6° - Ler o texto em todas as traduções possíveis - antigas e modernas. Muitas vezes uma destas traduções nos traz luz sobre o que o autor queria dizer. o 7° - Apenas um sentido deve ser procurado em cada texto. o 8° - O trabalho de interpretação é científico, por isso deve ser feito com isenção de ânimo e desprendido de qualquer preconceito. (o que poderíamos chamar de "achismos"). o 9° - Fazer algumas perguntas relacionadas com a passagem para chegar a conclusões circunstanciais. Por exemplo: a) - Quem escreveu? b) - Qual o tempo e o lugar em que escreveu? c) - Por que escreveu? d) - A quem se dirigia o escritor? e) - O que o autor queria dizer? o 10° - Feita a exegese, se o resultado obtido contrariar os princípios fundamentais da Bíblia, ele deve ser colocado de lado e o trabalho exegético recomeçado novamente. As Ferramentas necessárias ao exegeta: 1. Usar a Bíblia que contiver o texto mais fidedigno na língua original. (Os que não podem ler a Bíblia no original devem usar uma tradução fiel, tanto quanto possível). Escolhido o texto é necessário saber exatamente o que ele diz. Para isso são necessárias suas espécies de ferramentas: 1. a) - Dicionários. Para o Velho Testamento o melhor em inglês é: Um Conciso Léxico Hebraico e Aramaico do Velho Testamento de William Holaday. Para o Novo Testamento o melhor é: Léxico Grego-Inglês do Velho Testamento de Walter Bauer (Universidade de Chigago), traduzido e adaptado para o inglês por Arndt Gingricd. Em português não há nem um dicionário para o grego bíblico. Para o grego clássico o melhor que temos é: Dicionário Grego-Português e Português-Grego de Isidro Pereira, Edição do Porto, Portugal. 1. b) - Gramáticas. A melhor do hebraico é a de Gesenius. Para o Novo Testamento as melhores gramáticas são as de Blass,. Moulton e Robertson. Depois de determinado o que o texto registra, é preciso ir além e investigar mais precisamente a significação teológica de certas palavras. A melhor fonte para este estudo no grego é o Dicionário Teológico do Novo Testamento, editado por Kittel e Friedrich. São dez alentados volumes para o inglês. Para o Velho testamento não existe trabalho idêntico. Em português continuamos numa pobreza mais do que franciscana neste aspecto. O próximo passo é uma pesquisa conscienciosa do contexto para que não haja afirmações que se oponham ao que o autor queria dizer ou distorções daquilo que ele disse. Após esta pesquisa é necessário considerar cuidadosamente a teologia, o estilo, o propósito e o objetivo do autor. Para este mister as obras mais necessárias são: concordância, introduções e livros teológicos. Em português temos a Concordância Bíblica, publicação da Sociedade Bíblica do Brasil, 1975. Muito úteis para o exegeta são os estudos teológicos que tratam com o livro específico do qual estamos fazendo a exegese. O próximo passo em exegese é a familiarização com o conhecimento geográfico, histórico, os hábitos e práticas podem iluminar nossa compreensão sobre o texto. Para tal propósito são necessários Atlas, livros arqueológicos, histórias e dicionários bíblicos. Dicionários da Bíblia são muito úteis para rápidas informações sobre um assunto, identificação de nomes de pessoas, lugares ou coisas. O melhor dicionário da Bíblia é: The Interpreter´s Dictionary of the Bible, quatro volumes.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Nova Reforma



É lamentavelmente que a mídia não tenha feito nenhuma menção ao aniversário da Reforma (31.10.1517) já que o impacto da Reforma ultrapassou em muito as fronteiras religiosas. Mas também, é lamentável que a data passe em branco para a maioria das igrejas evangélicas brasileiras. Conhecer a Reforma suscita gratidão, louvor e adoração a Deus e nos lega grandes exemplos de fé e piedade. Além disso, a Igreja atual jamais deveria esquecer o slogan: “Igreja reformada sempre reformando”. Obviamente, os reformadores não estavam assinando uma procuração que legitimasse as doutrinas e práticas estranhas que muitos querem incorporar à Igreja. Para eles, a reforma periódica se justificaria tendo em vista que a Igreja está sujeita (como a história demonstra) a se afastar do evangelho. Por conseguinte, toda vez que a Igreja tomasse um caminho estranho uma nova reforma seria necessária.  Basta uma comparação rápida entre o evangelho e ensino dos reformadores com o “evangelho” atual para constatarmos a necessidade urgente de uma nova Reforma.  No entanto, não pretendo destacar os vários aspectos que são já percebidos por muitos, apenas desejo salientar um que julgo pertinente.  Sabemos que a justificação foi a principal bandeira da Reforma. Que mudança experimentaram todos aqueles que compreenderam esta doutrina! Trocaram o fardo pesado da culpa, o medo e o desespero pela paz e alegria da segurança em Cristo. Muitos, porém, dos que professam a justificação não demonstram tanta confiança quando o assunto é a sobrevivência neste mundo. No culto confessamos nossa confiança em Deus, mas no restante da semana vivemos como se a vida dependesse só de nós. Infelizmente, diante das crises e lutas diárias o medo e desespero medievais são restaurados para alegria dos vendedores de indulgências modernos. Portanto, a nova Reforma deve enfatizar que a obra de Cristo é suficiente para nos conduzir em segurança e paz em todas as áreas de nossa vida.  Vale a pena lembrar a pergunta do apóstolo: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas”?       

Pr. Israel Sifoleli.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Seja como o Seu Pai

Alguns textos da Bíblia me deixam perplexo. Quando os leio fico a me perguntar como é possível aplicar tal ensinamento em minha vida. E o texto de Mateus 5.48 sempre foi um desses casos. Contudo, quando me dediquei em estudar o sentido da palavra “teleios” (perfeitos) compreendi o texto com maior profundidade e ganhei um novo ânimo para vivenciar essa exigência do Senhor.
O que significa ser perfeito como o Pai celeste? Como isso é possível? Quais as implicações dessa palavra do Senhor na nossa vida? Essas perguntas é que nortearam minha pesquisa e norteia essa breve reflexão. O texto de Mateus, conhecido como Sermão da Montanha (cap. 5.1-7.23), é o primeiro ensino que o Senhor ministrou ao colégio apostólico completo. Assim que o Mestre terminou de chamar os seus doze discípulos ele subiu a um monte e se assentou, como faziam os rabinos antes de ministrar qualquer ensino (v.1). Então Ele passou a ensinar-lhes sobre três temas importantes: as bem-aventuranças (declarações de felicidade e de bênçãos) (5.1-12); admoestações éticas (5.13-20; 6.1-7.23) e o contraste entre a ética do evangelho e o tradicionalismo religioso judaico (5.21-48). Para compreender o que Jesus quis dizer sobre ser perfeito como o Pai celeste precisamos avaliar o ensino do Mestre com o conhecimento exato de que tipo de perfeição Ele está nos pedindo. Pois, ao ler esse texto a grande pergunta que nos vem a mente de imediato é: isso é possível? Contudo, quando o lemos na língua original (grego) percebemos que a palavra que aparece aqui (teleios) se refere àquilo que cumpre o propósito para o qual foi criado. Portanto, a perfeição que Jesus se refere é a de cumprir o propósito para o qual Deus nos criou. Portanto, o texto não fala de perfeição moral, mas perfeição funcional.
Com esse conhecimento em mente precisamos nos perguntar: “mas que perfeição funcional é essa que Jesus espera de nós?”. Bem, trata-se de ser perfeito no cumprimento do propósito para o qual fomos feitos (Ef 2.10) e que Jesus fala a partir do versículo 21 de Mateus 5. Primeiro temos que ser perfeitos na vivência do evangelho nas relações humanas e familiares. A agressão verbal e a humilhação do próximo nos torna passíveis do juízo dos homens e de Deus e quando caímos nesse erro devemos buscar a reconciliação imediata (5.22-26). Também a santidade e indissolubilidade do casamento estão acima das leis dos homens e devemos tirar de diante de nós tudo aquilo que pode nos levar ao pecado (5.27-32). Também temos que ser perfeitos na vivência do evangelho na comunicação. A firmeza na palavra é uma exigência para os filhos de Deus em tudo o que falam porque sua palavra deve ser pautada na verdade (5.33-37). Ainda devemos ser perfeitos na vivência do evangelho no exercício da misericórdia e do amor. Retribuir o mal com igual reação significa ser tão perverso quanto aquele que nos feriu. Por isso, devemos agir de forma oposta ao mal(5.38-42). Amar quem nos odeia e orar por quem nos persegue é a verdadeira manifestação da paternidade de Deus sobre nós (5.43-47). Logo, o que o Senhor espera de nós é que cumpramos o propósito para o qual fomos criados. Esses propósitos incluem a uma atitude correta em nossas relações humanas e familiares, na forma como nos comunicamos e no exercício da misericórdia e do amor. Como anda a sua vida nessas áreas? Você tem sido perfeito como o Pai? Como você pretende viver de hoje em diante? Que o Senhor nos abençoe e nos ajude a sermos perfeitos.