Fico muito aliviado
quando sou perdoado por alguém a quem fiz ou falei algo desagradável ou
ofensivo. Acredito que todos experimentamos esse alívio quando somos
perdoados.
Sempre gostamos de ser
perdoados dos erros que cometemos. Mas, e quanto a dar perdão? Qual é a nossa
atitude? Como agimos quando somos nós os ofendidos? Perdoamos e promovemos esse
alívio na alma do próximo ou retemos a mágoa e fechamos nosso coração para
o ofensor?
Ao ler o texto de
Mateus 18.21-35 compreendo o porquê, do prisma de Jesus, o perdão é tão
importante; tanto para nós, quanto para o outro.
Ao perguntar ao Senhor
se devemos perdoar até sete vezes nosso ofensor, Pedro está querendo se mostrar
generoso, pois os rabinos ensinavam que se devia perdoar alguém até três vezes.
No entanto, a expressão que o Senhor usa: "Setenta vezes sete"
(22) vai além de uma questão de números. É uma forma cultural judaica de dizer
que o perdão deve ser dado inúmeras vezes ou, simplesmente, “sempre”. A expressão
de Jesus é um grande contraste com o perdão limitado de Pedro, ainda que esse
fosse melhor que a proposta do ensino rabínico de seus dias.
Para ilustrar o que
estava ensinando, Jesus contou uma parábola acerca de um rei que decide cobrar
aquilo que seus súditos lhe deviam, e um deles, possuía uma dívida
simplesmente impagável (vv.23-25 - Dez mil talentos equivalem a trezentos
e cinquenta mil quilos de prata, que pela cotação da prata hoje - 27/07/12 -,
seria algo em torno de R$ 30.000.000,00).
Esse servo se prostra, implora por
clemência e recebe o perdão do seu rei. Mas quando sai encontra-se com um
conservo, que lhe devia 100 denários (vv.
26-28 - O denário era o pagamento de um dia de um trabalhador comum, que hoje
giraria em torno de R$ 25,00, e totalizaria uma dívida de R$ 2.500,00).
Ironicamente, esse servo que recebeu tamanho perdão (sua dívida era 12.000
vezes maior que a do seu devedor) trata o seu conservo com grosseria e o agarra
com violência, chegando a sufocá-lo e exigindo o recebimento da dívida (v.28).
A exemplo do primeiro,
o conservo também implorou por misericórdia e paciência, mas não foi atendido;
ao contrário, foi preso até que saldasse sua dívida (vv.29,30).
E, ao contrário do seu
rei, que foi discreto, chamando-o particularmente para tratar de sua dívida,
ele cobrou seu irmão publicamente, humilhando-o diante dos seus companheiros,
que assistiram a cena com muita tristeza e foram relatar ao rei (v.31).
Por esse motivo o rei repreendeu o
homem pela sua atitude, mostrando-lhe sua crueldade, e cancelou o seu perdão, entregando-o
aos torturadores até que sua dívida fosse paga; isto é, nunca (vv.32-34).
O Mestre encerra o seu discurso com uma
afirmação muito forte aos seus discípulos: "Assim
também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração
a seu irmão" (v.35).
Assim como nossa
dívida/ofensa com Deus era impagável e Ele nos perdoou em Cristo Jesus, também
devemos perdoar "de coração" aqueles que nos ofendem. Caso contrário,
nosso perdão será cancelado e seremos punidos pelo nosso pecado.
Quantas e quantas
vezes pessoas que se dizem cristãs (perdoadas por Deus) têm exposto o seu irmão
à vergonha publica, seja por meio de atos humilhantes ou palavras difamatórias,
e não agem com o mesmo amor que receberam do seu Rei.
Nunca
é demais lembrar que a oração que o Senhor nos ensinou (Mt 6.9-15) termina com
a seguinte admoestação: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as
suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossa ofensas” (vv.14,15).
Precisamos
encarnar essa Palavra e vive-la para a glória de Deus. Desta forma estaremos
fazendo um bem aos outros e também a nós, pois essa é a única forma de receber
o perdão do Pai celeste. Mas, a decisão é sua!
Pr. Ioséias
Carvalho Teixeira.
27/07/2012
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