terça-feira, 29 de setembro de 2009

O domínio da alma

Texto: Gênesis 2.7
Introdução:
O ser humano é composto de composto de três partes que o constituem: o corpo, a alma e o espírito conforme I Tessalonicenses 5.23: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo”. E, segundo de depreende do texto de Gênesis 2.7, o Senhor fez o corpo, soprou nele o fôlego de vida e só então o homem foi feito alma vivente. Isto é, a alma nasceu em função da união do corpo e do espírito e o trino ser (corpo, alma e espírito) existia em perfeita harmonia.
1. O DESASTRE DA QUEDA.
a. Após a queda do casal do Éden a carne tornou-se doente pelo pecado (Romanos 8:3 - Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne) e o espírito morreu (Efésios 2:1 - E VOS vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados) para Deus, e a partir de então, carne e espírito tornaram-se antagônicos e a carne passou a prevalecer visto que o espírito do homem está morto quando separado de Deus.
2. A ALMA DOMINADA PELA CARNE.
a. A alma então ficou sujeita a influência da carne depois do pecado, pois a alma é influenciável, seja pela carne seja pelo espírito. Como vemos em Gálatas 5.17 (Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis) a carne e o espírito lutam entre si para que façamos a sua vontade e não a do outro, mas quem faz então a vontade de um ou de outro? A alma, pois ela é a responsável por três funções importantíssimas: a mental (pensamento e conhecimento), a volitiva (vontade) e a emotiva (emoções). E o nosso conhecimento, assim como a vontade e as emoções são moldados pelos dois elementos que constituem o ser, a carne e o espírito.
b. A carne também tem três funções: o movimento (contato com o mundo externo), a sensação (busca incessante pela satisfação dos sentidos) e os instintos (sobrevivência, defesa. Sexualidade, sociabilidade, dar e receber amos, etc.).
c. Quando a carne está no comando nossa mente, emoções e vontades pas-sam a ser direcionadas para a busca egoísta de sensações físicas prazerosas e a satisfação de nossos instintos.
d. Nosso conhecimento passa a ser moldado pela carne e então passamos a pensar e construir idéias que justifiquem as obras da carne e assim nossa vontade fica direcionada para as coisas desse mundo.
e. Nossas emoções também passam a ser voltadas para as coisas da carne de maneira que passamos a buscar sensações que alimentem nossa busca por satisfação sensorial (ouvir músicas, ver filmes ou programas, ingerir alimentos e bebidas, usar perfumes e tocar determinadas coisas) e passamos a viver em função disso.
f. Por fim, nossa vontade se torna escrava dos nossos instintos de maneira tal que passamos a querer, de forma bem egoísta, ter mais do que os outros, seja comida, segurança, amizade, sexo e amor.
g. Em suma a carne escraviza a alma para que essa satisfaça todas as suas vontades.
3. A ALMA DOMINADA PELO ESPÍRITO.
a. Quando, porém, nos convertemos ao Senhor Jesus nosso espírito ganha vida.
i. (João 5:24) - Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.
ii. (Colossenses 2:13) - E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas.
b. Assim como o corpo e a alma o espírito também possui três funções: a intuição, a consciência e a comunhão.
c. A intuição é o conhecimento que se obtém por meio da percepção e é uma maneira especial de tomarmos conhecimento das coisas sem a mediação dos sentidos. Biblicamente ela é descrita como a paz que se instala em nossos corações quando estamos para fazer algo que seja a vontade de Deus ou, logicamente, a falta dessa paz quando tal coisa não está conforme a vontade do Senhor.
i. (Colossenses 3:15) - E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.
ii. (Romanos 5:1) - TENDO sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
d. A consciência é a faculdade espiritual de distinguir entre o certo e o errado e conforme a reação do espírito humano ao Espírito Santo ela é descrita como:
i. Fraca - (I Corintios 8:7) - Mas nem em todos há conhecimento; porque alguns até agora comem, no seu costume para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca, fica contaminada.
ii. Má ou contaminada - (Hebreus 10:22) - Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, (Tito 1:15) - Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados.
iii. Cauterizada - (I Timóteo 4:2) - Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência;
iv. Pura - (I Timóteo 3:9) - Guardando o mistério da fé numa consciência pura.
(II Timóteo 1:3) - Dou graças a Deus, a quem desde os meus ante-passados sirvo com uma consciência pura, de que sem cessar faço memória de ti nas minhas orações noite e dia;
v. Livre de ofensa - (Atos 24:16) - E por isso procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens.
vi. Boa ou honrada - (Hebreus 13:18) - Orai por nós, porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se honestamente.
(I Pedro 3:16) - Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo.
e. A comunhão é a união de propósitos e interesses em torno de alguma coi-sa; no nosso caso o interesse de salvação do homem e amizade com Deus.
f. A comunhão é estritamente espiritual, pois Deus é Espírito e importa que o adoremos (aspecto da comunhão) em espírito e em verdade (Jo 4.24) uma vez que aquele que se ajuntou com o Senhor em comunhão é um espírito com ele (I Corintios 6:17 - Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito).
g. Aquele que é nova criatura em Cristo Jesus (II Co 5.17) passa a alimentar a sua alma (mente) com as coisas do Espírito de maneira que os seus conhe-cimentos passam a ser moldados pela Palavra de Deus, que é espírito e vida (Jo 6.63), e então passam a construir pensamentos que glorifiquem a Deus no espírito.
h. Também suas emoções tornam-se voltadas para as coisas espirituais des-pertando uma comunhão íntima que visa alimentar a alma com coisas que nos aproximam de Deus (músicas, filmes ou programas diversos, alimentação, etc.).
i. Por fim, quando o espírito comanda a alma a sua vontade passa a ser a vontade de Deus, de maneira que nossos instintos tornam-se subordinados à consciência da Palavra de Deus, tornando-os controlados pelo Espírito Santo.
Conclusão
Precisamos decidir que o nosso espírito seja o dominador de nossa alma, a fim de que a vontade do Senhor se cumpra em nossas e possamos viver no centro da vontade de Deus.