sábado, 19 de maio de 2012

Jesus, o Mestre do perdão

Vivemos dias em que o "orgulho próprio" é tido como uma virtude. Afinal, "quem não se garante não tem espaço nesse mundo", dizem os defensores dessa premissa.
Como consequência dessa postura as pessoas não sabem mais o que é perdoar. Elas estão tão preocupadas em "se garantirem" que, mesmo os cristãos, quando têm um conflito e depois "se acertam" dizem que se perdoaram, mas basta haver um novo estresse entre ambos e aquele "defunto" é desenterrado e todas as antigas diferenças são trazidas à tona novamente e, muitas vezes, com mais amargura. Isso não é perdão, é, na melhor das hipóteses, contenção dos instintos agressivos por determinado período. Porém, basta uma "fagulha" para que todo rancor e mágoa venham à tona novamente.
Mas Jesus ensina, no seu discurso, que é preciso perdoar para que sejamos perdoados (Lc 6.37) e ensina ainda com maior profundidade o que é perdoar através do seu exemplo pessoal. Pouco antes de sua crucificação o Senhor foi traído por Judas, negado por Pedro e abandonado pelos outros dez discípulos. Contudo, após a ressurreição ele diz às mulheres que foram ao túmulo planejando ungir um cadáver: "(...) Não temais! Ide avisar a meus irmãos que se dirijam à Galileia e lá me verão" (Mt 28.10). Que maravilhoso, Jesus não menciona nada referente à atitude dos seus discípulos três dias antes; ele os chama de "meus irmãos". Não há nenhuma palavra amargurada ou rancorosa.
Algum tempo depois o Senhor aparece no meio dos discípulos e simplesmente diz: "Paz seja convosco!" (Lc 24.36). Nenhuma palavra de acusação, nenhuma repreensão pela covardia deles, apenas perdão e comunhão. O silêncio de Jesus acerca do ocorrido tempos antes é fantástico. Ele não havia esquecido o acontecido, ele os havia perdoado.
O Mestre e Senhor de nossas vidas nos ensina por seu exemplo que perdoar não é esquecer. Perdoar é nunca mais lançar em rosto o erro do outro, é se lembrar do fato sem nutrir amargura ou ódio, pois como nos ensina a Escritura: "o amor não guarda rancor" (1Co 13.5). É também não se auto exaltar, não expor a "nossa virtude" em detrimento das falhas dos outros. Em suma, perdoar é seguir o exemplo de Jesus.
Que o Senhor nos abençoe e nos ensine a perdoar como Ele hoje e sempre.
  

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Paracletologia - A doutrina do Espírito Santo


A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO – PARACLETOLOGIA
1. DEFINIÇÃO DE PARACLETOLOGIA
Paracletologia é uma palavra formada por duas palavras gregas: paracletos (que significa. Ajudador, Consolador, advogado) e Logia (que significa estudo, doutrina). A Paracletologia estuda de uma forma sistemática tudo o que se refere ao Espírito Santo (chamado por Jesus de Consolador). A Paracletologia também é conhecida como Pnematologia.
A Paracletologia dividese, na Bíblia em dois períodos: o do Antigo e do Novo Testamento. No AT, as atividades e as manifestações do Espírito Santo eram esporádicas, específicas e em tempos distintos. No N.T., começa no dia de Pentecostes, quando suas atividades se concretizam de maneira direta e contínua através da Igreja. No AT, Ele se manifestava em circunstâncias especiais. No N.T., veio para morar nos corações dos crentes e enchelos do seu poder.

2. A DEIDADE DO ESPÍRITO SANTO
2.1 O ESPÍRITO SANTO É DEUS:
Esta declaração é comprovada na Bíblia e na experiência humana. Ele não é um deus entre os outros. As escrituras relatam um episódio nos primeiros dias da igreja, em Jerusalém, quando Ananias e Safira tentaram enganálo. Ele revelou ao apóstolo Pedro que o casal mentia, conforme registra Atos 5.3: "Por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo? Não mentistes aos homens, mas a Deus".
A deidade do Espírito Santo está implícita na do Pai e do Filho. Ela é a mesma nas três pessoas. Não se separa, mas pertence a mesma essência divina do únicoDeus.
2.2 ATRIBUTOS DO ESPÍRITO SANTO
Há três atributos pertencentes a deidade de cada uma das pessoas da Trindade que são: Onipotência, Onisciência e Onipresença. Estes atributos não foram conferidos a anjos nem aos homens.
a)        Onipotência
Por onipotência se entende que todo o poder que há no Universo físico ou espiritual, tem sua origem em Deus.
O poder do Pai é o mesmo existente no Filho e no Espírito Santo. Então em sua onipotência, o Espírito Santo faz o que lhe apraz, realizando milagres e prodígios. (Rm 15.19) “por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo; de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo”.
b) Onisciência
Onisciência vem de duas palavras latinas: "OMINES" que significa TUDO e
"SCIENTIA" que quer dizer CIÊNCIA. O Espírito Santo, do mesmo modo que o Pai e o Filho tem total conhecimento de todas as coisas. Sua sabedoria é infinita, singular e indescritível. Ele sabe tudo acerca de si mesmo e do que criou (Sl 139.2,11,13; 1 Rs 8.39). Ninguém pode esconder dele coisa alguma. Nem um só pensamento nosso passa despercebido do Espírito Santo (Jr 16.17).
c) Onipresença
O Espírito Santo penetra em todas as coisas e perscruta o nosso entendimento, pois ele está presente em toda a parte. Ele não se divide em várias manifestações, porque sua presença é total em cada lugar onde estiver (Sl 139.710).
3. ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA
3.1 A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
Um dos atributos da deidade é a personalidade que cada uma das três pessoas divinas possui. Às vezes atribuímos à personalidade uma forma corpórea. Entretanto, Deus é Espírito, sem necessidade de corpo material. Identificase como pessoa alguém que manifeste qualidades, como o falar, o sentir e o fazer alguma coisa racional.
3.2 PRONOMES CONFERIDOS AO ESPÍRITO SANTO
Em João 16.8,13,14 encontramos algumas vezes o pronome ele, aquele (no grego ekeinos) que indicam a pessoa do Espírito Santo. Em João 14.16, encontrase a expressão "outro Consolador". Ela, mais uma vez, identifica a personalidade do Espírito Santo. A palavra "outro", usada por Jesus, no grego "ALLOS", significa "outro do mesmo tipo". O Filho de Deus revelouse como pessoa, mas falou de outra que Ele enviaria após sua subida para o céu.
Consolador no grego é "Paracleto" que significa:
Chamado, convocado a estar do lado de alguém; convocado a ajudar alguém; alguém que pleiteia a causa de outro diante de um juiz, intercessor, conselheiro de defesa, assistente legal, advogado; pessoa que esforça-se pela causa de outro com alguém, intercessor.
Cristo em sua exaltação a mão direita de Deus, súplica ao Pai, pelo perdão de nossos pecados. No sentido mais amplo, ajudador, amparador, assistente, alguém que presta socorro.
Esse é o título dado ao Santo Espírito, destinado a tomar o lugar de Cristo com os apóstolos (depois de sua ascensão ao Pai), a conduzilos a um conhecimento mais profundo da verdade evangélica, a darlhes a força divina necessária para capacitálos a sofrer tentações e perseguições como representantes do reino divino
3.3 ATRIBUTOS PESSOAIS DO ESPÍRITO SANTO
Através da Bíblia, o Espírito Santo é revelado como Pessoa, com sua própria individualidade. Ele é uma Pessoa divina como o Pai e o Filho. O Espírito Santo não é mera influência ou poder. Ele tem atributos pessoais, a saber:
a) O Espírito Santo pensa (Rm 8.27).
b) O Espírito Santo tem Vontade Própria (1Co 12.11).
c) O Espírito Santo Sente Tristeza (Ef 4.30).
d) O Espírito Santo Intercede (Rm 8.23).
e) O Espírito Santo Ensina (Jo 14.26).
f) Espírito Santo Fala (Ap 2.7).
g) Espírito Santo Comanda (At 16.6,7).

Espirito Santo é suscetível de trato pessoal:
a) Alguém pode mentir para o Espírito Santo (At 5.3).
b) Podese Blasfemar contra o Espírito Santo (Mt 12.31).
4. OS NOMES DO ESPÍRITO SANTO
Os nomes do Espírito Santo nos revelam muita coisa a respeito de quem ele é. Embora o nome “Espírito Santo” não ocorra no Antigo Testamento, vários títulos equivalentes são usados. Os principais nomes do Espírito Santo são:
a) Espírito de Yahweh (hb. Ruach YHWH), ou, conforme consta nas Bíblias em português, "o Espírito do Senhor". Yahweh significa aquele que faz existir. O título Senhor dos Exércitos é mais bem traduzido como "aquele que cria as hostes", tanto as hostes celestiais (as estrelas, os anjos) quanto as hostes do povo de Deus. O Espírito de Yahweh estava ativo na criação, conforme revela Gênesis 1.2, com referência ao "Espírito de Deus" (hb. ruach 'elohîm).
b) O Espírito de Cristo. Com esse título é acentuada a união do Espírito Santo com Cristo. Como tal ele é a vida (Rm 8.9), traz frutos de Cristo (Fl. 1.11), revela os mistérios de Cristo (Jo 14.16) e toma o lugar dos arrebatados na terra (Jo 14.1618). Toda e qualquer operação do Espírito Santo enfim, é para glorificação de Jesus Cristo.
c) Espírito da Vida. Deus dá a cada crente ao nascer de novo, vida nova e eterna. Ele substitui a lei reinante do pecado e da morte com a lei da vida (Rm 8.2. O que estava morto em ofensas e pecados (Ef 2.1; 2 Co 5.17), Ele vivifica no novo nascimento.
d) Espírito da Adoção de Filhos (Rm 8.15). O conceito bíblico de filiação perdeuse totalmente nos nossos dias, por causa da ideia de "adoção". Isto não quer dizer que um estranho será acolhido como criança numa família e usa a seguir o nome da família. É antes uma transferência legal de uma criança na condição de um filho adulto ou uma filha que alcançou a maioridade. O termo melhor hoje seria a parceria. Nós fomos acolhidos na família divina, enchidos pelo Seu Espírito e dotados com nova e eterna vida.
e) Espírito da Graça (Hb 10.29). A Bíblia qualifica como pecadores obstinados estes, que pisam com os pés o Espírito da Graça. Pelo Espírito da graça é oferecida livremente a todos os homens a dádiva da graça divina. Por isso qualquer acréscimo humano, justiça por obras e melhoramentos adâmicos são abominação para o Espírito Santo.
f) Espírito da Glória (1Pe 4.14). Glória nesse caso tem a ver com adoração, honra, estima, elogio e dedicação que são despertados no crente pelo Espírito Santo. Somente podemos adorar e chegar à glória de Deus, conforme o Espírito Santo nos capacita para isto. O mais é adoração imitada, não é revelação do Espírito da Glória. Quando Ele se manifesta numa reunião, percebese sem chamar a atenção.
5. OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO
Os símbolos oferecem quadros concretos de coisas abstratas. Os símbolos do Espírito Santo também são arquétipos. Em literatura arquétipo é uma personagem, tema ou símbolo comum a várias épocas e culturas. Em todos os lugares, o vento representa forças poderosas, porém invisíveis; a água límpida que flui representa o poder e o refrigério sustentador da vida a todos que têm sede, física e espiritual; o fogo representa uma força purificadora (como a purificação de minérios) ou destruidora (frequentemente citada no juízo). Tais símbolos representam qualidades intangíveis porém genuínas.
a) Vento. A palavra hebraica ruach pode significar "sopro", "espírito" "ou vento". É empregada paralela com nephesh. O significado básico de nephesh é "ser vivente", ou seja, tudo que têm fôlego. A partir daí seu alcance semântico desenvolveuse a tal ponto de referirse a quase todos os aspectos emocionais e espirituais do ser humano vivente. A palavra grega pneuma tem um alcance semântico quase idêntico ao de ruach. O vento, como símbolo, fala da natureza invisível do Espírito Santo, conforme revela João 3.8. Podemos ver e sentir os efeitos do vento, mas ele próprio não é visto.
b) Água. A água, assim como o fôlego, é necessária ao sustento da vida. O fôlego e a água, tão vitais nas necessidades físicas humanas, são igualmente vitais no âmbito do espírito. Sem o fôlego vivificante e as águas vivas do Espírito Santo, nossa vida espiritual não demoraria murchar e ficar sufocada. O Espírito Santo flui da palavra como águas vivas (Jo 7.38,39) que sustentam e refrigeram o crente.
c) Fogo. O aspecto purificador do fogo é refletido claramente em Atos 2. No dia de Pentecostes são "línguas de fogo" que marcam a vinda do Espírito (At 2.3). Esse símbolo é empregado uma só vez para retratar o batismo no Espírito Santo.
O aspecto mais amplo do fogo como elemento purificador encontrase no pronunciamento de João Batista: "Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo..." (Mt 3.11,12; Lc 3.16,17). As palavras de João Batista referiamse mais diretamente a separação entre o povo de Deus e os que têm rejeitado o Messias.
Por outro lado, o fogo ardente e purificador do Espírito da Santidade também opera no crente (1 Ts 5.19).
d) Óleo. (Zc 4.26). Desde os primórdios o azeite é usado primeiramente para ungir os sacerdotes de Yahweh, e depois, os reis e os profetas. O azeite é o símbolo da consagração divina do crente para o serviço no Reino de Deus.
e) Pomba. (Mt 3.16,17). O Espírito Santo desceu sobre Jesus na forma de uma pomba. A pomba é o arquétipo de mansidão e de paz. Ele é manso nas tempestades da nossa vida produzindo paz.
f) Selo. (Ef 1.13). Nos dias bíblicos usavase um selo de cera como sinal de promessa e acordo. Atualmente a nossa assinatura na compra e venda pode ser comparada a isto. Na ocasião do novo nascimento o Espírito Santo põe sobre nós o seu selo de direito de propriedade. Isto é, ao mesmo tempo, uma promessa, que o selado tem parte na consumada obra da salvação. O Espírito Santo garante assim a partir desse momento, o seu apoio e ajuda.
6. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO.
a) O Espírito Santo é o agente da salvação. Nisto Ele convencenos do pecado (Jo 16.7,8) e revelanos a verdade a respeito de Jesus (Jo 14.26 ). Também é Ele quem realiza o novo nascimento (Jo 3.36) e faznos membros do corpo de Cristo (1Co 12.13). Na conversão, nós, crendo em Cristo, recebemos o Espírito Santo (Jo 3.36; 20.22) e nos tornamos coparticipantes da natureza divina (2Pe 1.4).
b) O Espírito Santo é o agente da nossa santificação. Na conversão, o Espírito passa a habitar no crente, que começa a viver sob sua influência santificadora (Rm 8.9; 1Co 6.19). Note algumas das coisas que o Espírito Santo faz, ao habitar em nós. Ele nos santifica, ou seja, purifica, dirige e leva-nos a uma vida santa, libertandonos da escravidão ao pecado. Ele testifica que somos filhos de Deus (Rm 8.16), ajudanos na adoração a Deus e na nossa vida de oração, e intercede por nós quando clamamos a Deus (Rm 8.26,27). Ele produz em nós as qualidades do caráter de Cristo, que O glorificam (Gl 5.22,23).
c) O Espírito Santo é o agente divino para o serviço do Senhor, revestindo os crentes de poder para realizar a obra do Senhor e dar testemunho dEle. Esta obra do Espírito Santo relacionase com o batismo ou com a plenitude do Espírito. Quando somos batizados no Espírito, recebemos poder para testemunhar de Cristo e trabalhar de modo eficaz na igreja e diante do mundo (At 1.8). Recebemos a mesma unção divina que desceu sobre Cristo (Jo 1.32,33) e sobre os discípulos (At 2.4), e que nos capacita a proclamar a Palavra de Deus (At 1.8; 4.31) e a operar milagres (At 2.43; 3.28; 5.15; 6.8; 10.38). Para realizar o trabalho do Senhor, o Espírito Santo outorga dons espirituais aos fiéis da igreja para edificação e fortalecimento do corpo de Cristo (1Co 12—14). Estes dons são uma manifestação do Espírito através dos santos, visando ao bem de todos (1Co 12.711).
7. O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
a) Ser Cheio do Espírito - Todo o cristão recebe o Espírito Santo no momento da conversão e pode ser cheio dele sem ser batizado no Espírito Santo. O Espírito Santo nos convence do pecado (Jo 16.8). O Espírito Santo habita em nós (1Co 6.19).
Nós fomos selados com o Espírito Santo (Ef 1.13,14; 2 Co 1.21,22; Ef 4.30) e devemos buscar ser cheios dEle (Ef 5.18).
Exemplo de pessoas que foram cheias do Espírito Santo e não eram, batizadas, pois faziam parte ainda da Antiga Aliança:
Isabel Lc 1.41; Zacarias (Lc 1.67); Simeão (Lc 2.25); João Batista (Lc 1.15)
b) Ser batizado no Espírito Santo
At 1.5 ensina: "Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.".
A respeito do batismo no Espírito Santo, a Palavra de Deus ensina o seguinte:
Jesus ordenou aos discípulos que não começarem a testemunhar até que fossem batizados no Espírito Santo e revestidos do poder do alto Lc 24.49; At 1.4,5,8
O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele efetuada. No mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre seus discípulos e disse: "Recebei o Espírito Santo" (Jo 20.22), indicando que a regeneração e a nova vida estavamlhes sendo concedidas. Depois, Ele lhes disse que também deviam ser "revestidos de poder" pelo Espírito Santo (Lc 24.49; cf. At 1.5,8). O batismo no Espírito Santo outorgará ao crente ousadia e poder celestial para este realizar grandes obras em nome de Cristo e ter eficácia no seu testemunho e pregação At 1.8; At 4.31;33.
O livro de Atos descreve o falar noutras línguas como o sinal inicial do batismo no Espírito Santo. No dia de Pentecostes (At 2.4), na casa de Cornélio (At 10.4446), os cristãos de Éfeso (At 19.6).
Esse poder não se trata de uma força impessoal, mas de uma manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação de Jesus estão presentes com seu povo (Jo 14.1618; 16.14; 1Co 12.7).
8. OS DONS ESPIRITUAIS
Uma das maneiras do Espírito Santo manifestarse é através de uma variedade de dons espirituais concedidos aos crentes (1Co 12.711). Essas manifestações do Espírito visam à edificação e à santificação da igreja (12.7; ver 14.26 nota). Esses dons e ministérios não são os mesmos de Rm 12.68 e Ef 4.11, mediante os quais o crente recebe poder e capacidade para servir na igreja de modo mais permanente. A lista em 1Co 12.810 não é completa. Os dons aí tratados podem operar em conjunto, de diferentes maneiras.
As manifestações do Espírito dãose de acordo com a vontade do Espírito (12.11), ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons (12.31; 14.1).
Certos dons podem operar num crente de modo regular, e um crente pode receber mais de um dom para atendimento de necessidades específicas. O crente deve desejar "dons", e não apenas um dom (12.31; 14.1).
É antibíblico e insensato se pensar que quem tem um dom de operação exteriorizada (mais visível) é mais espiritual do que quem tem dons de operação mais interiorizada, ou seja, menos visível. Também, quando uma pessoa possui um dom espiritual, isso não significa que Deus aprova tudo quanto ela faz ou ensina. Não se deve confundir dons do Espírito, com o fruto do Espírito, o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a santificação do crente (Gl 5.22,23).
Satanás pode imitar a manifestação dos dons do Espírito, ou falsos crentes disfarçados como servos de Cristo podem fazer o mesmo (Mt 7.2123; 24.11, 24; 2Co 11.1315; 2Ts 2.810). O crente não deve dar crédito a qualquer manifestação espiritual, mas deve "provar se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo" (1Jo 4.1; cf. 1Ts 5.20,21).
8.1 RELAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS
Em 1Co 12.810, o apóstolo Paulo apresenta uma diversidade de dons que o Espírito Santo concede aos crentes. Nesta passagem, ele não descreve as características desses dons, mas noutros trechos das Escrituras temos ensino sobre os mesmos.
8.1.1 DONS DE REVELAÇÃO
a) Dom da Palavra da Sabedoria (12.8)
Tratase de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico. Ex.: At 6.10.
Não se trata aqui da sabedoria comum de Deus, para o viver diário, que se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra, e pela oração (Tg 1.5,6).
b) Dom da Palavra do Conhecimento (12.8)
Tratase de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas, de circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Frequentemente, este dom tem estreito relacionamento com o de profecia Ex.: (At 5.110) Pedro obteve o conhecimento do que Ananias e Safira haviam feito.
c) Dom de Discernimento de Espíritos (12.10)
Tratase de uma dotação especial dada pelo Espírito, para o portador do dom discernir e julgar corretamente as profecias e distinguir se uma mensagem provém do Espírito Santo ou não (1Jo 4.1).
8.1.2 DONS DE PODER
a) Dom da Fé (12.9)
Não se trata da fé para salvação, mas de uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o crente a crer em Deus para a realização de coisas extraordinárias e milagrosas. É a fé que remove montanhas (Mc 11.2224) e que frequentemente opera em conjunto com outras manifestações do Espírito, tais como as curas e os milagres.
b) Dons de Curas (12.9)
Esses dons são concedidos à igreja para a restauração da saúde física, por meios divinos e sobrenaturais. Ex.: At 3.68 A cura de um coxo na porta do templo. O plural ("dons") indica curas de diferentes enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de Deus. Os dons de curas não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (cf. 1Co 12.11,30), todavia, todos eles podem orar pelos enfermos. Havendo fé, os enfermos serão curados. Pode também haver cura em obediência ao ensino bíblico de Tg 5.1416.
c) Dom de Operação de Milagres (12.10)
Tratase de atos sobrenaturais de poder, que intervêm nas leis da natureza. Incluem atos divinos em que se manifesta o reino de Deus contra Satanás e os espíritos malignos. Ex.: Mt 8.26,27.
8.1.3 DONS DE INSPIRAÇÃO
a) Dom de Profecia (1Co 12.10)
É preciso distinguir a profecia aqui mencionada, como manifestação momentânea do Espírito da profecia como dom ministerial na igreja, mencionado em Ef 4.11. Como dom de ministério, a profecia é concedida a apenas alguns crentes, os quais servem na igreja como ministros profetas. Como manifestação do Espírito, a profecia está potencialmente disponível a todo cristão cheio dEle (At 2.1618). Quanto à profecia, como manifestação do Espírito, observe o seguinte: Tratase de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra ou revelação diretamente de Deus, sob o impulso do Espírito Santo (14.24,25, 2931). Tanto no AT, como no N.T., profetizar não é primariamente predizer o futuro, mas proclamar a vontade de Deus e exortar e levar o seu povo à retidão, à fidelidade e à paciência. A mensagem profética pode desmascarar a condição do coração de uma pessoa (1 Co 14.25), ou prover edificação, exortação, consolo, advertência e julgamento (1 Co 14.3 Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando.
A igreja não deve ter como infalível toda profecia deste tipo, porque muitos falsos profetas estarão na igreja (1Jo 4.1). Daí, toda profecia deve ser julgada quanto à sua autenticidade e conteúdo (1Ts 5.20,21). Ela deverá enquadrarse na Palavra de Deus (1Jo 4.1), contribuir para a santidade de vida dos ouvintes e ser transmitida por alguém que de fato vive submisso e obediente a Cristo (12.3). O dom de profecia manifestase segundo a vontade de Deus e não a do homem. Não há no N.T. um só texto mostrando que a igreja de então buscava revelação ou orientação através dos profetas. A mensagem profética ocorria na igreja somente quando Deus tomava o profeta para isso.
b) Dom de Variedades de Línguas (12.10)
No tocante às "línguas" (gr. glossa, que significa língua) como manifestação sobrenatural do Espírito, notemos os seguintes fatos:
Essas línguas podem ser humanas como as que os discípulos falaram no dia de Pentecostes (At 2.46), ou uma língua desconhecida na terra, entendida somente por Deus (1 Co 14.2).
A língua falada através deste dom não é aprendida, e quase sempre não é entendida, tanto por quem fala como pelos ouvintes (1 Co 14.14,16). O falar noutras línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao crente a comunicação direta com Deus (i.e., na oração, no louvor, no bendizer, na ação de graças e na oração). Línguas estranhas faladas no culto devem ser seguidas de sua interpretação, também pelo Espírito, para que a congregação conheça o conteúdo e o significado da mensagem (1 Co 14.27,28). Deve haver ordem quanto ao falar em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em "êxtase" ou "fora de controle".
c) Dom de Interpretação de Línguas (12.10)
Tratase da capacidade concedida pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas. Tal mensagem interpretada para a igreja reunida pode conter ensino sobre a adoração e a oração, ou pode ser uma profecia. Toda a congregação pode assim desfrutar dessa revelação vinda do Espírito Santo. A interpretação de uma mensagem em línguas pode ser um meio de edificação da congregação inteira, pois toda ela recebe a mensagem. A interpretação pode vir através de quem deu a mensagem em línguas, ou de outra pessoa. Quem fala em línguas deve orar para que possa interpretálas (1Co 14.13).
9. O FRUTO DO ESPÍRITO
Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama "o fruto do Espírito". Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (ver Rm 8.514 nota; 8.14 nota; cf. 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.1215; 2Pe 1.49). O fruto do Espírito inclui:
a) ÁGAPE – AMOR
Caridade (gr. ágape), i.e., o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (1Co 13.48).
O amor é o solo onde são cultivadas todas as demais virtudes espirituais. O amor é a prova da espiritualidade e tem inicio na regeneração (1 Jo 4.78). O amor consiste em querer para os outros aquilo que queremos par nos mesmos. É a dedicação ao próximo (Mt 7:12).
b) CHARA – ALEGRIA
Tratase da felicidade do Espírito, qualidade de vida que é graciosa e bondosa caracterizada pela boa vontade, generosa nas dádivas aos outros, por causa de uma correta relação com Deus.
Deus não aprecia a duvida e o desânimo. Também o abomina a doutrina ousada, o pensamento melancólico e tristonho. Deus gosta de corações animados. (2Co 6.10).
A alegria cristã, entretanto não é uma emoção artificial. Antes é uma ação do Espírito de Deus no espírito humano é a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que creem em Cristo (1Pe 1.8).
c) EIRENE – PAZ
A queda do homem no pecado destruiu a paz, a paz com Deus, com os outros, com o próprio ser e com a própria consciência.
Foi através da instrumentalidade da cruz que Deus estabeleceu a paz. Portanto, a paz envolve muito mais do que uma tranquilidade intima, que prevalece a respeito das tempestades externas. Antes, tratase de uma qualidade espiritual de origem cósmica e pessoal produzida pela reconciliação e pelo perdão dos pecados.
A paz é o contrario do ódio, da contenda, da inveja dos excessos de tudo o que são obras da carne.
Paz é a quietude de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial (Fp 4.7)
d) MAKROTHUMIA – LONGANIMIDADE
Quando é uma qualidade atribuída a Deus, significa que ele tolera pacientemente todas as iniquidades do homem, não deixando arrebatar por explosões de ira.
A longanimidade é a paciência que nos permite subjugar a ira e o desejo de contenda, tolerando as injúrias.
Longanimidade é a perseverança, paciência, ser tardio para irarse ou para o desespero (Ef 4.1,2).
e) CHRESTOTES – BENIGNIDADE
Significa gentileza, bondade. Esse termo grego significa também excelência de caráter, honestidade. O crente que a possui esse é gracioso e gentil para com seu semelhante não se mostrando ser inflexível e exigente.
Ser Benigno é não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32).
f) AGATHOSUNE – BONDADE
Uma pessoa é bondosa quando se dispõe a ajudar aqueles que têm necessidade. Podemos observar a vida terrena inteira de Jesus de Nazaré, vivida em meio a atos de bondade para com os outros. Ora, para que o crente se mostre supremamente bondoso, precisa contar com auxílio do Espírito Santo.
Bondade é a expressão máxima do amor cristão. No grego, Agathosune referese ao homem bom, cuja generosidade brota do coração. Ela é a verdadeira prática do bem. É o amor em ação (Gl 6.10).
g) PISTIS – FÉ
Significa tanto confiança como fidelidade. A fé de parceria com o arrependimento gera a conversão. A entrega da alma nas mãos de Cristo alicerçada sobre o conhecimento espiritual.
A fé é vitalizada pelo amor, pois do contrário, não será a verdadeira fé sob hipótese alguma.
Fé é lealdade constante e inabalável a alguém com quem se está unido por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade.
h) PRAUTES – MANSIDÃO
Para Aristóteles, essa característica era um vicio de deficiência, e não uma virtude. Aristóteles encarava tal realidade, como uma auto depreciação.
Na verdade mansidão tratase de uma submissão do homem para com Deus e, em seguida para com o homem. A mansidão é o resultado da verdadeira humildade por causa do reconhecimento alheio, com a recusa de nos considerarmos superiores.
Mansidão é moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irarse com equidade quando for necessário, e também humildemente submeterse quando for preciso (Jesus em Mt 11.23 repreende duramente Carfanaum e no v. 29 diz que devemos ser mansos como ele Mt 11.29).
i) EGKRATEIA TEMPERANÇA DOMÍNIO PRÓPRIO
Temperança é o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5).
Na passagem de 1 Co 7.9 essa palavra é usada em relação ao controle do impulso sexual. Mas em 1 Co 9.25 referese a toda forma de autodisciplina.
 Parece que Paulo se utiliza dessa palavra, neste contexto, dando a entender aquele autocontrole que obtém sobre os vícios alistados em Gl 5.1921.
Os filósofos estoicos percebiam claramente a verdade expressa por essa virtude de domínio próprio. Eles procuravam fazer com que a razão dominasse a vida inteira, controlando as paixões e firmando a alma.
O ensino final de Paulo sobre o fruto do Espírito é que não há qualquer restrição quanto ao modo de viver aqui indicado. O crente pode — e realmente deve — praticar essas virtudes continuamente. Nunca haverá uma lei que lhes impeça de viver segundo os princípios aqui descritos.

Como vimos, o tema acerca da pessoa bendita do Espírito Santo é muito extenso e esse resumo é apenas o que poderíamos chamar de “a ponta iceberg”. Contudo, é o suficiente para o escopo de nosso propósito na Escola de Ministério de nossa congregação.


Fonte Bibliográfica: FAETADSP Faculdade de Educação Teológica das Assembleias de Deus em São Paulo

terça-feira, 15 de maio de 2012

Cristologia


A DOUTRINA DE CRISTOLOGIA - CRISTOLOGIA
Lemos em João 1:14 que o Verbo se fez carne. Não devemos entender com isso que o Verbo foi transformado em carne ou misturado com carne, e sim que escolheu para Si mesmo um templo formado pelo ventre de uma virgem, no qual habitar; e que Aquele que era o Filho de Deus ficou sendo o Filho do Homem, não pela confusão da substância, mas sim pela unidade de pessoa.

A NATUREZA HUMANA DE CRISTO

A) Feito de Mulher (Gl.4:4; Mt.1:8).
B) Feito da Semente (esperma) de Davi:
a) Sem (Gn.9:27).
b) Abraão (Gn.12:13).
c) Isaque (Gn.26:25).
d) Jacó (Gn.28:1315).
e) Judá (Gn.49:10).
f) Davi (IISm.7:1216).

C) Crescimento e Desenvolvimento Naturais:
1) Vigor Físico (Lc.2:52).
2) Faculdades Mentais (Lc.2:40).

D) Aparência Pessoal (Jo 4:9).

E) Natureza Humana Completa:
1) Corpo (Mt.26:12).
2) Alma (Mt.26:38).
3) Espirito (Lc.23:46).

F) Limitações Humanas:
1) Limitações Físicas:
a) Fadiga (Jo.4:6; Is.40:28).
b) Sono (Mt.8:24; Sl.121:4,5).
c) Fome (Mt.21:18).
d) Sede (Jo.19:28).
e) Sofrimento e Dor (Lc.22:44).
f) Sujeição à Morte (ICo.15:3).
2) Limitações Intelectuais:
a) Precisava Crescer em Conhecimento (Lc.2:52).
b) Precisava Adquirir Conhecimento pela Observação (Mc.11:13).
c) Possuía Conhecimento Limitado (Mc.13:32).
3) Limitações Morais (Hb.2:18;4:15).
4) Limitações Espirituais:
a) Dependia das Oraçes (Mc.1:35).
b) Dependia do Espirito Santo (At.10:38; Mt.12:28).

G) Nomes Humanos:
1) Jesus (Mt.1:21).
2) Filho do Homem (Lc.19:10).
3) O Nazareno (At.2:22).
4) O Profeta (Mt.21:11).
5) O Carpinteiro (Mc.6:3).
6) O Homem (Jo.19:5; ITm.2:5).

H) Relação Humana com Deus:
1) Como Mediador e Sacerdote; Como representante da humanidade Jesus
falava com Deus (Mc.15:34).
2) Kenosis: Auto esvaziamento de Jesus Cristo, uma auto renúncia dos atributosdivinos. Jesus pôs de lado a forma de Deus, mas ao fazêlo não se despiu de Sua natureza divina; não houve auto extinção. Também o Ser divino não se tornou humano; Sua personalidade continuou a mesma, e reteve a consciência de ser Deus (Jo.3:13). O propósito da kenosis foi a redenção. Na kenosis Jesus deixou o uso independente do Seu poder para depender do Espirito Santo.

A NATUREZA DIVINA DE CRISTO
A) Nomes Divinos:
1) Deus (Jo.1:1; Jo.1:18(ARA); Jo.20:28; Rm.9:5; Tt.2:13; Hb.1:8).
2) Filho de Deus (Mt.8:29;16:16;27:40; Mc.14:61,62; Jo.5:25;10:36;
3) Alfa e Ômega (Ap.1:8,17;22:13; Is.44:6).
4) O Santo (At.3:14; Is.41:14; Os.11:9).
5) Pai da Eternidade e Maravilhoso (Is.9:6; Jz.13:18).
6) Deus Forte (Is.9:6; Is.10:21).
7) Senhor da Glória (ICo.2:8; Tg.1:21; Sl.24:810).
8) Senhor (At.9:17;16:31; Lc.2:11; Rm.10:9; Fp.2:11). O termo "Senhor" em grego é Kúrios, e significa Chefe superior, Mestre, e como tal era empregado à pessoas humanas, aos imperadores de Roma. Entretanto eles eram considerados deuses, e somente à eles era permitido aplicar este título, no sentido de divindade (At.2:36; IICo.4:5; Ef.4:5; IIPe.2:1; Ap.19:16).

B) Pelo culto divino que Lhe é atribuido:
1) Somente Deus pode ser adorado (Mt.4:10).
2) Jesus aceitou e não impediu Sua adoração (Mt.14:33; Lc.5:8;24:52).
3) O Pai deseja que o Filho seja adorado (Hb.1:6; Jo.5:22,23; compare Is.45:2123 com Fp.2:10,11).
4) A Igreja primitiva o adorou e orava Ele (At.7:59,60; IICo.12:810).
C) Pelos ofícios divinos que Lhe foram atribuídos:
1) Criador (Jo.1:3; Hb.1:810; Cl.1:16).
2) Preservador (Cl.1:17).
3) Perdoador de pecados (Mc.2:5,7,11; Lc.7:49).
4) Jesus é Jeová Encarnado (Compare Is.40:3,4 com Jo.1:23; Is.8:13,14 com IPe 2:7,8 e At.4:11; IPe.2:6 com Is.28:16 e Sl.118:22; Nm.21:6,7 com ICo.10:9 (ARA = Senhor; ARC = Cristo; no grego = Criston); Sl.102:2227 com Hb.1:1012; Is.60:19 com Lc.2:32; Zc.3:1,2).
D) Pela associação de Jesus, o Filho, com o nome de Deus Pai – (IICo.13:14; ICo.12:46; ITs.3:11; Rm.1:7; Tg.1:1; IIPe.1:1; Ap.7:10; Cl.2:2; Jo.17:3; Mt.28:19).
E) Atributos divinos Lhe são atribuídos:
1) Atributos Naturais:
a) Onisciência (Jo.1:4751;4:1619,29;6:64;16:30;8:55; Jo.10:15;21:6,17; Mt.11:27;12:25;17:27; Cl.2:3).
b) Onipresença (Jo.3:13;14:23 Mt.18:20;28:20; Ef.1:23).
c) Onipotência (Mt.8:26,27;28:28; Hb.1:3; Ap.1:8).
d) Eternidade (Jo.8:58;17:5,24; Cl.1:17; Hb.1:8;13:8; Ap.1:8; Is.9:6; Mq.5:2).
e) Vida (Jo.10:17,18;11:25;14:6).
f) Imutabilidade (Hb.1:11;13:8; Sl.102:26,27).
g) AutoExistência (Jo.1:1,2).
h) Espiritualidade (IICo.3:17,18).

2) Atributos Morais:
a) Santidade (At.3:14;4:27Jo.8:12; Lc.1:35; Hb.7:26; IJo.1:5; Ap.3:7;15:4; Dn.9:24).
b) Bondade (Jo.10:11,14; IPe.2:3; IICo.10:1).
c) Verdade (Mt.22:16; Jo.1:14;14:6; Ap.19:11;3:7; IJo.5:20).

F) Títulos dados igualmente a Deus Pai e a Jesus Cristo:
1) Deus: Deus Pai (Dt.4:39; IISm.7:22; IRs.8:60; IIRs.19:15; ICr.17:20; Sl.86:10; Is.45:6;46:9; Mc.12:32), Jesus Cristo (Compare Is.40:3 com Jo.1:23 e 3:28; Sl.45:6,7 com Hb.1:8,9; Jo.1:1; Rm.9:5; Tt.2:13; IJo.5:20).
2) Único Deus Verdadeiro: Deus Pai (Jo.17:3), Jesus Cristo (IJo.5:20).
3) Deus Forte: Deus Pai (Ne.9:32), Jesus Cristo (Is.9:6).
4) Deus Salvador: Deus Pai (Is.45:15,21; Lc.1:47: Tt.3:4), Jesus Cristo (IIPe.1:1; Tt.2:13; Jd.25).
5) Jeová: Deus Pai (Ex.3:15), Jesus Cristo (Compare Is.40:3 com Mt.3:3 e Jo.1:23).
6) Jeová dos Exércitos: (ICr.17:24; Sl.84:3; Is.51:15; Jr.32:18;46:18), Jesus Cristo (Compare Sl.24:10 e Is.6:15 com Jo.12:41; Is.54:5).
7) Senhor: Deus Pai (Mt.11:25;21:9;22:37; Mc.11:9;12:29; Rm.10:12; Ap.11:15), Jesus Cristo (Lc.2:11; Jo.20:28; At.10:36; ICo.2:8;8:6;12:3,5; Fp.2:11; Ef.4:5).
8) Único Senhor: Deus Pai (Mc.12:29; Dt.6:4), Jesus Cristo (ICo.8:6; Ef.4:5).
9) Jeová e Salvador, Senhor e Salvador: Deus Pai (Is.43:11;60:16; Os.13:4), Jesus Cristo (IIPe.1:11;2:20;3:18).
10) Salvador: Deus Pai (Is.43:3,11;60:16; ITm.1:1;2:3; Tt.1:3;2:10;3:4; Jd.25), Jesus Cristo (Lc.1:69;2:11; At.5:31; Ef.5:23; Fp.3:20; IITm.1:10; Tt.1:4;3:6).
11) Único Salvador: Deus Pai (Is.43:11; Os.13:4), Jesus Cristo (At.4:12; ITm.2:5,6).
12) Salvador de todos os homens e do mundo: Deus Pai (ITm.4:10), Jesus Cristo (IJo.4:14).
13) O Santo de Israel: Deus Pai (Sl.71:22;89:18; Is.1:4; Is.45:11), Jesus Cristo (Is.41:14;43:3;47:4;54:5).
14) Rei dos reis, Senhor dos senhores: Deus Pai (Dt.10:17; ITm.6:15,16), Jesus Cristo (Ap.17:14;19:16).
15) Eu Sou: Deus Pai (Ex.3:14), Jesus Cristo (Jo.8:58).
16) O Primeiro e O Último: Deus Pai (Is.41:4;44:6;48:12) Jesus Cristo (Ap.1:11,17;2:8;22:13).
17) O Esposo de Israel e da Igreja: Deus Pai (Is.54:5;62:5; Jr.3:14; Os.2:16), Jesus Cristo (Jo.3:9; IICo.11:2;; Ap.19:7;21:9).
18) O Pastor: Deus Pai (Sl.23:1), Jesus Cristo (Jo.10:11,14; Hb.13:20).

G) Obras atribuídas igualmente a Deus e a Jesus Cristo:
1) Criou o mundo e todas as coisas: Deus Pai (Ne.9:6; Sl.146:6; Is.44:24; Jr.27:5; At.14:15;17:24), Jesus Cristo (Sl.33:6; Jo.1:3,10; ICo.8:6; Ef.3:9; Cl.1:16; Hb.1:2,10).
2) Sustenta e preserva todas as coisas: Deus Pai (Sl.104:59; Jr.5:22;31:35), Jesus Cristo (Cl.1:17; Hb.1:3; Jd.1).
3) Ressuscitou Cristo: Deus Pai (At.2:24; Ef.1:20), Jesus Cristo (Jo.2:19;10:18).
4) Ressuscitou mortos: Deus Pai (Rm.4:17; ICo.6:14; IICo.1:9;4:14), Jesus Cristo (Jo.5:21,28,29;6:39,40,44,54;11:25; Fp.3:20,21).
5) É o Autor da regeneração: Deus Pai (IJo.5:18), Jesus Cristo (IJo.2:29).

A UNIPERSONALIDADE DE JESUS CRISTO
Ficou provado que Jesus Cristo possui duas naturezas, a divina e a humana. No entanto, embora tenha duas naturezas, Ele não possui duas personalidades ou Pessoas, sendo uma Pessoa divina e outra humana, mas uma só e apenas uma. Jesus Cristo é uma só Pessoa em duas naturezas distintas, porém unidas.


Fonte Bibliográfica: FAETADSP Faculdade de Educação Teológica das Assembleias de Deus em São Paulo