Capítulo 1 - UMA
INTRODUÇÃO
Texto Chave
Porque não me envergonho do
evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que
crê; primeiro do judeu, e também do grego.
Romanos 1.16
VERDADE TEOLÓGICA
“O
pecado é a força da morte e a morte da força.”
Thomas Adams
ESTUDO DE
PREPARAÇÃO SEMANAL
►Segunda – Rm 1.1-7
Paulo servo e apóstolo de Jesus
Cristo.
► Terça – Gl 1.1-16
Paulo, apóstolo não por vontade humana, mas pelo
chamado de Jesus.
►Quarta – Rm 1.8-17
O evangelho é o poder de Deus.
► Quinta – At 9.1-9
O encontro com o poder de Deus para a salvação.
► Sexta – Rm 1.18-32
O problema daqueles que não encontraram o poder de
Deus para salvação.
► Sábado – Ef 2.8-10
Ninguém pode ser salvo pelos seus méritos pessoais.
Leitura Bíblica
Congregacional
Romanos 1:8-17
8 - Primeiramente
dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo, acerca de vós todos, porque em todo o
mundo é anunciada a vossa fé.
9 - Porque Deus, a
quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha de como
incessantemente faço menção de vós,
10 - Pedindo sempre
em minhas orações que nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa
ocasião de ir ter convosco.
11 - Porque desejo
ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual, a fim de que sejais confortados;
12 - Isto é, para
que juntamente convosco eu seja consolado pela fé mútua, assim vossa como
minha.
13 - Não quero,
porém, irmãos, que ignoreis que muitas vezes propus ir ter convosco (mas até
agora tenho sido impedido) para também ter entre vós algum fruto, como também
entre os demais gentios.
14 - Eu sou devedor,
tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes.
15 - E assim, quanto
está em mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que
estais em Roma.
16 - Porque não me
envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo
aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.
17 - Porque nele se
descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá
da fé.
Elucidação Textual
Nestes versículos de Romanos 1 Paulo declara sua
alegria e dá ação de graças pelo poder de Deus para a nossa salvação revelado
no evangelho de Jesus Cristo. Paulo é enfático em afirmar que não se envergonha
do evangelho porque ele é o poder de Deus e isso era, então, motivo de alegria
e de incentivo a uma fé em Jesus, pois o justo vive da fé.
Introdução
Neste trimestre vamos estudar a Epístola aos Romanos,
um dos mais apaixonantes livros da Escritura. No entanto, estudar esta carta de
Paulo é um desafio para muitos cristãos, pois o apóstolo trata de temas
complexos e muito profundos, que deixam alguns leitores completamente perdidos.
Porém, quando compreendemos a essência dessa epístola descobrimos e nos deliciamos
com um texto muito preciso e profundamente lógico.
Na lição de hoje vamos abordar um pouco do aspecto
histórico, propósito e esboço dessa carta tão importante de Paulo e, a partir
da próxima lição, vamos explorar o seu conteúdo, ainda que de forma sintética.
Que o Altíssimo Deus te abençoe e te faça crescer em
graça e em conhecimento durante esse período.
I
– CONTEXTO HISTÓRICO.
Paulo escreveu sua carta aos Romanos pouco tempo antes
de sua visita a Jerusalém, quando levou as ofertas das congregações gentias
para os irmãos carentes da Judéia (Rm 15.25; At 24.17).
Diversos indícios sugerem que durante este tempo Paulo
morava em Corinto, na Grécia, onde ficou por um ano e meio (At 18.11). Portanto,
Romanos teria sido escrito durante a segunda viagem missionária do apóstolo,
que aconteceu entre o fim do ano 55 dC e os primeiros meses de 57 (1Co 1.14; At
19.22; 20.2-3, 2Tm 4.20).
Embora Paulo já tivesse cerca de 20 anos de
ministério, visto que sua conversão aconteceu por volta do ano 35 dC, ele e a
Igreja de Roma ainda não se conheciam. Por consequência, podemos entender que a
carta do apóstolo aos crentes romanos é fruto de sua maturidade doutrinária em
Cristo com relação à compreensão do evangelho.
Na Epístola aos Romanos Paulo se propõe a responder
perguntas feitas por milhões de pessoas através dos séculos, tais como: Como
pode alguém se relacionar com Deus? Minha vida íntegra garante a minha
salvação? A religiosidade pode salvar uma boa pessoa? Como alguém pode ter
certeza de ir para o céu? Uma pessoa correta, que só faz o bem, vai se salvar? E
a pessoa que não conhece a Deus, como fica? E o Índio? E o Judeu? E o Papa? E o
Pastor? Entre tantas religiões,
qual delas é a verdadeira?
Diante de tantas perguntas Paulo começa a carta se
apresentando aos irmãos, para assim respaldar sua mensagem e, em seguida, passa
a mostrar que o gentio é pecador e apresenta as razões para tal afirmação, como
veremos nos pontos abaixo.
II
– APRESENTAÇÃO PESSOAL E DO TEMA GERAL DA EPÍSTOLA (vv.1-17).
Logo no v.1 Paulo se apresenta como Servo (escravo) de
Cristo Jesus. Termo este que possuía conotações chocantes para a cultura da
época. Declarar-se escarvo de alguém em uma cultura escravocrata como a da
época era algo que assombrava as pessoas, visto que todos prezam muito pela
liberdade e o direito de fazer o que bem entendem. Porém, Paulo quer que todos
saibam que a sua vida está voluntária e completamente dedicada ao seu Senhor,
para atendê-lo a qualquer hora, em qualquer circunstância.
Contudo, Paulo também tem plena consciência do seu
apostolado. Ainda que o termo “apóstolo” se aplique àqueles que estiveram
pessoalmente com Jesus, Paulo se considerava apóstolo, e era considerado pelos
demais, por ter estado com Ele no caminho de Damasco (At. 9) e ter recebido
direto do Senhor muitos dos ensinamentos que transmitiu à Igreja (Gal 1:1 e Gal
1:16).
Paulo dedica cada linha introdutória de sua carta
para, com propriedade, se apresentar como apóstolo e expor seu conhecimento daquele
de quem é servo, Jesus Cristo. E com base nesse conhecimento de Jesus Paulo
continua sua introdução reforçando na mente da Igreja romana o chamado à
santidade daqueles que receberam a graça do Pai e a paz advinda da salvação do
Filho.
A partir do v.8 até o v.15 o apóstolo demonstra muita
humildade ao informar aos irmãos o desejo de estar com eles em Roma para poder
lhes comunicar algum dom espiritual para fortalecê-los e se encorajarem na fé e
trocar experiências e conforto espiritual recíproco.
Paulo era ousado em relação à sua fé. Ele não se
envergonhava do evangelho (v.16) quando se sentia pressionado pelo que cria; ao
contrário, considerava uma glória poder sofrer pelo nome de Jesus (2Tm 2.10).
Para Paulo “Jesus Cristo é ‘o poder de Deus’, indicando uma vez mais que o
evangelho é o próprio Cristo oferecido e recebido pelos crentes” (1Co 1.24)[1] (NT King James - 2007). O Evangelho é o
instrumento pelo qual o poder (graça) de Deus se revela para salvação daqueles
que creem, através da fé (Ef 2.8) que transforma ímpios em santos reconciliados
com Deus (justos).
A justiça de Deus é atribuída àqueles que pela fé
aceitam o sacrifício de Jesus e são declarados justos. O termo “justo”
significa, na forma forense de pensar do judeu, alguém que está quite perante
um juiz hipotético. Alguém cujas relações com Deus estão corretas[2].
Sendo assim, não há motivo para nos envergonhar do
evangelho, pois cremos nele por meio da fé no sacrifício de Jesus em nosso
favor (fé que o próprio evangelho gerou em nós) e, por isso, fomos declarados
por Deus como justos. Louvado seja o Deus Altíssimo.
Você se envergonha de declarar a sua fé? Fica
constrangido quando as pessoas descobrem que você é crente? Ou é ousado e
confiante em declarar a certeza da sua fé?
III
– O PROBLEMA DA HUMANIDADE: O PECADO (vv. 18-32).
Paulo começa a
descrever o pecado, em suas várias facetas, como a razão pela qual a ira de
Deus se derrama sobre a humanidade.
O homem dominado pelo
pecado detém a verdade pela injustiça ( v.18),
desconsidera os atributos de Deus (vv.19,20), abandona a Deus (vv.21,22),
idolatra a criatura (vv.23-25), busca o
prazer na imoralidade (vv.26-27) e vive em um estado de depravação total (v v.28-32).
Paulo deixa evidente
que o homem procura primeiro “sufocar a verdade gritante de Deus, (...) como se
procurasse colocar uma tampa para que a verdade não aflore, não venha à tona
(v18)” (Veloso). O termo “impiedade” (gr.
asébeia) se refere ao pecado contra o ser de Deus, vivendo como se Ele não
existisse. Já o termo “injustiça” (gr. adikia), também traduzido por perversão,
se refere ao pecado praticado contra o ser humano[3].
Essas pessoas podem
até afirmar que creem em Deus, mas vivem como se Ele não existisse e não se
importam com o padrão divino de conduta exposto na Escritura. Vivem de acordo
com “o seu padrão”.
Vivendo conforme o seu
padrão o homem despreza os atributos de Deus (vv.19,20).
Primeiro despreza-se o
seu eterno poder manifesto na criação. Assim como ao entrarmos na casa ou
escritório de alguém conseguimos constatar algumas coisas sobre tal pessoa
pelas evidências que estão à vista. Também nenhum ser humano terá dificuldade
de enxergar a grandeza de Deus por meio da criação.
Citando Ronald C.
Prater, Ary Veloso fala dos quatro elementos básicos que formam a “matéria”:
terra, vento, fogo e água. Esses elementos podem ser conhecidos por nós
mediante os cinco sentidos. Tais elementos manifestam o poder de Deus. Enquanto
estão calmos não ocupam muito do nosso pensamento, mas você sabe o que acontece
quando o vento manifesta-se de forma violenta. Furacões, telhados arrancados,
casas derrubadas, pessoas mortas. E quando a terra age da mesma forma?
Terremotos, deslizamentos de encostas, etc. E a água? Maremotos, enchentes,
alagamentos. E o fogo? Vulcões em erupção, queimadas enormes, etc.
O poder desses 4
elementos fundamentais da natureza devem nos levar à conclusão de que o Deus
que as criou, com certeza, é muito poderoso”
Ainda há o elemento da
natureza divina em nós, que é percebido através da consciência (espírito) que
recebemos. “É através de nossa
consciência que podemos perceber a ‘natureza divina’ no ser humano, que leva
consigo a imagem de Deus. É ela que nos mostra que chutar uma mulher grávida,
ou espancar uma criança, é errado. É esta fagulha de Deus em nós que nos leva a
ter a percepção do “certo” e “errado”, portanto todo homem e mulher têm
conhecimento de Deus” (Veloso).
Conclusão
Romanos é uma epístola forte desde o seu primeiro
capítulo. Paulo começa a carta de forma gentil e calorosa, mas passa a um
assunto forte e importante logo após a sua apresentação: a pecaminosidade
humana. O santo homem de Deus mostra o quanto a justiça de Deus se revela por
meio do evangelho para a salvação dos que creem, tanto do judeu quanto do
gentio. Porém, passa a descrever as características da humanidade sem o
evangelho e deixa claro a malignidade humana entregue aos seus desejos
pecaminosos.
A pergunta crucial a ser feita é: a qual dos grupos
você pertence? Dos creem no evangelho e vivem conforme a vontade de Deus ou dos
ímpios, que não ainda que digam que creem em Deus preferem viver com base na
sua vontade humana, corrompida pelo pecado e entregue às suas paixões? O
entendimento e reconhecimento sincero da sua situação podem determinar sua
salvação ou condenação.
Deus te abençoe.
[1] NT King James, SBIA & Abba
Press
[2]
http://www.monergismo.com/textos/comentarios/romanos_amorese.htm
[3] http://www.ibmorumbi.org.br
fontes Bibliográficas
Ed. Palavra. (2011). Bíblia de
Estudo para Pequenos Grupos . Brasília: Palavra.
NT King James - Sociedade Bíblica
Ibero-Americana e Abba Press. (2007). Novo Testamento King James. São
Caetano do Sul, SP, Brasil: SRG Publicações.
SBB, Plenitude -. (2005). Bíblia
de Estudo Plenitude. (J. W. Hayford, Ed.) Barueri - SP:
SBB.
SITES
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