domingo, 27 de janeiro de 2013

Nossas decisões "racionais"

"(...) somos incapazes de tomar qualquer decisão sem nossas emoções". Philippa Perry (Como manter a mente sã, ed. Objetiva, pg. 30). O neurologista António Damásio, no seu livro "O erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano" (Companhia das Letras; São Paulo, 1996), descreve a situação de um paciente chamado Elliot, que passou por uma cirurgia cerebral para a remoção de um tumor e em consequência disso ficou incapaz de sentir. Seu QI continuou intacto, mas ele era incapaz de manifestar qualquer espécie de sentimento, mesmo diante de cenas horríveis de sofrimento humano. Em consequência disso Elliot tornou-se incapaz de decidir coisas simples, tais como, onde almoçar ou no que investir seu dinheiro. Ele podia imaginar as prováveis consequências de suas escolhas, podia ponderar calmamente as vantagens e desvantagens, mas não conseguia chegar a uma decisão. Este livro concluiu que, ao contrário de nossas expectativas, a falta de emoção não conduz a escolhas lógicas e racionais, mas ao caos. Isso porque confiamos em nossos sentimentos para decidir nossos caminhos da vida. E isso é verdadeiro quer estejamos conscientes de nossas emoções ou não. Um psicoterapeuta é treinado para investigar os sentimentos que estão por trás das justificativas e dos padrões fixos de comportamento e para ajudar seus clientes a percebê-los.