cARTA AOS FILIPENSES
desenvolvendo a nosso salvação
VERDADE TEOLÓGICA
Aqueles
que foram salvos por Jesus desenvolvem essa tão grande salvação vivendo na
unidade do Espírito e na santidade da Palavra, iluminando esse mundo com um
testemunho de vida que prega o evangelho, na maioria das vezes, sem palavras.
Ioséias
C. Teixeira
Leitura Filipenses 2.12-18
Elucidação Textual
O
texto de Filipenses 2.12-18 é um pequeno compêndio de exortações do apóstolo a
uma vida que não se contenta com a salvação, mas que a desenvolve (opera). A
palavra traduzida por “operai” tem o sentido de “trabalhar continuamente para
realizar ou completar alguma coisa”, e se refere à nossa responsabilidade de
buscar o crescimento na obediência, unidade e santidade ao Senhor. Assim honraremos
ao Deus que nos salvou e aqueles que nos ensinaram os princípios da fé e nos
alegraremos sempre no Senhor.
Introdução
Hoje
refletiremos sobre o desenvolvimento da nossa salvação e quais as implicações
envolvidas neste processo.
O termo
grego “katergazesthe”, traduzido por “operai” na versão Revista e Corrigida e
por “desenvolvei” na versão Revista e Atualizada tem o significado de efetuar,
realizar algo que nos foi dado de maneira que ele funcione ou produza.
Portanto, Paulo não está ensinando que o cristão possa fazer algo para obter a
salvação, mas deve fazer algo para torná-la operosa, produtiva; e isto com
temor e tremor.
Esta
expressão de Paulo aqui, no contexto de Filipenses, tem a ver com desenvolver a
nossa salvação buscando o crescimento na maturidade cristã a fim de que nos
tornemos semelhantes ao Cristo que Paulo anunciara nos versículos 5-11.
Vamos
observar como podemos desenvolver a nossa salvação de forma que o Eterno seja
glorificado e nosso temor e tremor diante do Senhor cresçam todos os dias mais
e mais. Abra o seu coração e a sua mente para a Palavra e permita ao Espírito
Santo falar com você.
Boa
aula.
I – a nossa salvação opera em
obediência.
“De
sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha
presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa
salvação com temor e tremor” (Fp 2:12).
A
salvação é um daqueles presentes que ganhamos não para guarda-lo em algum lugar
especial como uma lembrança do que Deus nos deu, mas para realizarmos muitas
coisas a partir dele.
A
partir da salvação o cristão tem uma participação dinâmica e efetiva num
processo contínuo de crescimento em maturidade (Mt 24.13; 1Co 9.24-27; Hb 3.14;
Hb 6.9-11; 2Pe 1.5-8).
Os
Filipenses sempre foram obedientes ao seu pastor e demais obreiros. Paulo
sempre fora muito honrado e suas palavras acatadas pelos irmãos de Filipos. Mas
a igreja não deveria se acomodar com o seu histórico de obediência, muito menos
usá-lo para justificar uma possível rebelião como que dizendo: “nós sempre
fomos obedientes, mas assim não é possível...”.
Outra
coisa importante que Paulo pede aos irmãos é que não sejam hipócritas. A igreja
sempre o obedeceu enquanto ele estava presente e isso não deveria mudar diante
da ausência do apóstolo. Ele está ensinando que não devemos ser obedientes ao
evangelho e aos nossos líderes somente na presença deles ou de outras pessoas
do nosso meio. A salvação, quando bem desenvolvida em nossas vidas, implica num
viver santo independente do local ou circunstância em que nos encontramos.
Infelizmente
existem alguns que são cristãos apenas na sua aparência. Diante do pastor, dos
irmãos e no ambiente da igreja demonstram uma pretensa santidade que não existe
em suas vidas. São meninos e meninas na fé, que, à semelhança das crianças
fazem as coisas erradas escondidas do papai e da mamãe.
As
crianças fazem as coisas erradas porque querem muito se divertir, mas não sabem
dos grandes riscos envolvidos em tais divertimentos. Então essas crianças ficam
irritadas com seus pais que por enxergarem esses riscos não permitem tal
divertimento, e elas os taxam como chatos e inconvenientes e decidem fazer
quando eles não estiverem olhando. Os cristãos desobedientes também são assim,
sua imaturidade não lhes permite ver os riscos espirituais envolvidos em
determinadas práticas e decidem fazer quando não tiver nenhum dos “chatos” da
igreja por perto.
A
obediência é sinal de maturidade tanto na vida humana como na espiritual. Não
obedecemos a Deus porque queremos ser salvos, mas porque fomos salvos, assim
como um filho maduro não obedece os seus pais porque quer ser amado, mas porque
sabe que é amado.
A
salvação operosa é aquela que resulta em obediência por amor. Mas esta salvação
opera ainda mais coisas em nós.
II – a nossa salvação opera em
desejo e atitudes.
“Porque
Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”.
(Fp 2:13).
A obra
de Deus em nós começa pela plantação que o próprio Senhor faz no nosso coração
gerando tanto o anseio, quanto a capacidade para realizar essa obra. No
entanto, não se trata de um ato de coação de Deus para nos obrigar a fazer algo,
pois mesmo o Senhor operando em nós “tanto o querer como o realizar” Ele não
nos obriga, mas conta com a nossa fidelidade e cooperação (veja Fp 2.12,
14-16).
É mais
fácil entender o que dizemos acima quando paramos para pensar em nossa própria
vida. Quantas vezes já tivemos o desejo de realizar algo para o Senhor e
tínhamos plenas condições de fazer tal coisa, mas não o fizemos? O Senhor, por
sua graça, operou em nós “tanto o querer como o efetuar”, mas nós não
mantivemos a fidelidade e firmeza na cooperação dessa obra.
Tanto a
vontade do Senhor e a fé operante do crente devem atuar juntas, pois há coisas
que o Senhor quer fazer, mas decidiu que não fará se nós não nos dispusermos.
“Fazei
todas as coisas sem murmurações nem contendas” (Fp 2:14).
Servir
com um espírito alegre e voluntário é o que o Senhor deseja de cada um de nós.
O serviço feito ao Senhor deve ser sem murmurações. Não murmurar torna o crente
irrepreensível e sincero (Fp 1.10).
Uma vez
que entregamos nossa vida ao Senhor Jesus, estamos sob as suas ordens, e assim
como um soldado não fica questionando o seu comandante porque lhe fez
determinado pedido, nós também não o devemos. A murmuração é a marca da má
vontade e a mãe de muitas contendas e divisões, e esta é uma marca do mundo sem
Deus. Por isso o Senhor nos ensina que a murmuração não deve fazer parte do
nosso modus vivendi, pois só assim
faremos diferença no mundo (Fp 2.15).
Filhos
de Deus não andam murmurando, cheios de queixumes, choramingos e reclamações.
Estas são atitudes que revelam falta de humildade, porque deixam evidente a
ausência de obediência e confiança na vontade de Deus (Sl 106.25; 1Co 10.10).
Somos murmuradores
ou obedientes? Vivemos reclamando da forma como encaminham nossa vida e igreja
ou oramos e permanecemos confiando no Senhor?
Nossas
reclamações só gerarão mal estar e divisões, mas nosso serviço fiel e alegre
gerará unidade e santidade, como veremos no último tópico.
III – a nossa salvação opera em
preservar a unidade e a santidade.
“Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas” (Fp 2.14).
Nosso Senhor tem um propósito claro para o seu povo: que vivamos em unidade,
tendo um só coração e alma; ou seja, um só sentimento e modo de pensar. Por
isso Paulo nos exorta a fazer qualquer coisa sem murmuração ou contenda.
Esta exortação do apóstolo do Senhor está dentro da sequência lógica da
operação da nossa salvação e se refere à vida da igreja em conjunto, como um
corpo. Logo, o desenvolvimento (operocisidade) da salvação está diretamente
ligado à vivência prática e verdadeira de amor e comunhão dentro da comunidade
dos santos. O amor e a unidade dos irmãos é a identidade da igreja de Jesus, a
única e verdadeira igreja é aquela que ama e está unida em um só coração e alma
(Jo 13.35; At 2.42; At 4.32).
“Para
que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de
uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no
mundo” (Fp 2:15).
Quando
a igreja do Senhor vive em unidade ela expressa a santidade de Deus. A
santidade é a marca do testemunho cristão e o primeiro passo para esse
testemunho santo é uma comunidade amorosa e unida. Como servos de Deus devemos
ser cuidadosos para que nosso procedimento não seja repreensível de forma que
venha manchar a honra da igreja e expor à vergonha o nome do Altíssimo diante
desta geração tão entregue ao pecado.
Somente
vivendo em unidade e sem murmurações nos tornaremos irrepreensíveis (santos) e
nossa sinceridade será reconhecida por aqueles que nos cercam. O mundo se
ressente da ausência de pessoas puras e santas, como os servos de Deus. Somente
esse tipo de pessoas pode trazer luz às vidas que estão mergulhadas nesse caos
de corrupção e perversão (Jo 8.12; Jo 12.46). As palavras da nossa pregação só
têm poder para gerar fé (Rm 10.17) porque são respaldadas por um testemunho honroso
e que exalta o Eterno Deus (Mt 5.16).
Aqueles
que foram salvos por Jesus desenvolvem essa tão grande salvação vivendo na
unidade do Espírito e na santidade da Palavra, iluminando esse mundo com um
testemunho de vida que prega o evangelho, na maioria das vezes, sem palavras. E
essa pessoa é você!
Conclusão:
O
Senhor que efetua em nós tanto o querer quanto o realizar espera nossa
fidelidade como cooperadores nesta grande obra. Ao nos dedicar em honrar ao bom
Senhor com nossas atitudes e palavras, mais o Espírito Santo vai nos revestindo
e mais a nossa salvação operando em nós a unidade e a santidade de Deus.
O
desenvolvimento da nossa salvação passa pela obediência sincera, que formata
nossos desejos e muda nossas atitudes, e nos faz viver como igreja de Jesus, em
unidade e santidade para a glória de Deus.
Se não
temos sido obedientes ou nossos desejos e atitudes contrariam a vontade de Deus
conforme expressa na Sua Palavra, ou ainda se não estamos vivendo em unidade e
santidade, precisamos tomar uma atitude e reagir para que possamos passar a
viver no centro da vontade de Deus.
Sonde o
seu coração e a sua vida e responda ao Espírito Santo como você está diante do
que a Palavra te ensinou hoje.
Deus te
abençoe.
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