Textos base: Os 4.6; 6.3
Introdução:
No
presente estudo vamos nos ater à importância do conhecimento de Deus para o
nosso crescimento cristão.
O
escopo dessa reflexão é que entendamos o quanto o conhecimento está estreitamente
ligado à vida cristã, sobretudo à liderança.
Veremos
que a salvação é, em essência, conhecer a Deus. E, se conhecer a Deus é ter a
vida eterna, quais as implicações desse conhecimento? Como podemos aferi-lo?
Vamos buscar conferir essas implicações.
Por
fim, vamos avaliar como podemos crescer em nosso conhecimento de Deus para,
então, estarmos em condições de poder ajudar nossos irmãos a conhecê-lo e
lidera-los de forma santa e com autoridade.
Que
o doce e Santo Espírito de Deus nos conduza nessa ampliação dos nossos horizontes
Conhecer a Deus é a salvação.
Ao
pregar aos atenienses Paulo lhes esclareceu uma questão importante: “Ora, não levou Deus em conta os tempos da
ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se
arrependam.” (At 17.30). Que ignorância é essa? A ignorância de Deus.
Conhecer
a Deus é a vida eterna. A vida eterna começa na conversão, pois a vida eterna é
conhecer a Deus, como bem explica a profecia de Zacarias sobre o seu filho,
João Batista: “Para dar ao seu povo
conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados,” (Lc 1.77).
O
profeta Oséias também afirma categoricamente em nome do Senhor que “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou
o conhecimento. Porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei,
para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do
teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.” (Os 4.6).
A
falta de conhecimento de Deus leva à destruição assim como o Seu conhecimento
leva à salvação. Jesus ensinou que “(...)
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (Jo 8.32), e conclui
dizendo: “Se, pois, o Filho vos libertar,
verdadeiramente sereis livres.” (Jo 8.36). Por que Ele disse isso? Simples.
Porque Jesus é a verdade (Jo 14.6) e não há conhecimento fora da verdade. Todo
conhecimento, necessariamente, é verdadeiro; senão, não é conhecimento.
Se a
salvação é o conhecimento de Deus então temos que procurar um livro que fale de
Deus e estudá-lo para conhecer esse Deus. E este livro é a Bíblia.
Portanto,
é impossível alguém ser salvo e não amar o conhecimento da Escritura.
Contudo,
se conhecer a Deus é ter a vida eterna, quais as implicações desse conhecimento?
Como podemos aferi-lo? É sobre essas implicações do conhecimento de Deus que
falaremos agora.
Conhecer a Deus tem suas implicações.
Como
podemos “medir” o nosso conhecimento de Deus? Segundo Von Rad “O conhecimento de Deus significa:
compromisso, confiança e obediência à vontade de Deus”.
Portanto,
quando levantamos a pergunta: “o quanto eu conheço de Deus?”, não tem sentido
eu conhecer a teologia teórica e retórica, mas sim o quanto eu estou compromissado com Deus (não em ativismo
religioso ou saudosismo retrógado) entendendo que Jesus é a pérola de grande
valor que o evangelho nos ensina. Isto é, minha vida passa ser única e
exclusivamente para o meu Deus. Tudo o que faço, penso ou planejo tem como foco
promover a Sua glória (1Co 10.31).
Assim
como Moisés que recebeu uma proposta do Senhor de que não iria com o Seu povo,
mas que enviaria o Seu anjo para guia-los, e não aceitou porque ele sabia que o
mais importante era a presença do Senhor. O sábio legislador entendeu que “sem
a presença de Deus a Terra prometida vira desolação e deserto, mas com a presença
de Deus o deserto vira um Oásis de prazer” (Israel Sifoleli, citando Ex
33.15).
Além
do compromisso também temos que ter confiança.
Quantas vezes nós perdemos noites de sono, ficamos enfermos ou preocupados
porque não confiamos no Senhor, mas nas nossas forças. Assim como Geazi que ao
ver o exército do inimigo fica apavorado porque não pode ver o exército do
Senhor por não confiar nele (2Re 6.15-17).
Desesperar
na hora da angústia significa que reconhecemos que não temos condições de
resolver tal situação por nossas forças e capacidades e que não confiamos em
Deus para fazê-lo.
Por
fim, temos a obediência. O que nos
motiva a sair ou ficar em algum lugar ou posição? Muitas vezes são razões
meramente humanas e não espirituais. Moisés é um homem impressionante, pois por
mais que ele relutasse em voltar para o Egito, quando o Senhor o mandou ele
obedeceu prontamente.
O
Senhor Jesus é o maior de todos os exemplos. Se pudermos resumir o ministério
de Jesus em uma frase pode ser: “obediência incondicional à vontade do Pai”.
Por
fim, nos resta avaliar como podemos crescer em nosso conhecimento de Deus.
Conhecer a Deus gera
crescimento.
Assim
como a aliança de marido e mulher não se constitui de discurso, mas de amor.
Assim também o nosso relacionamento com Deus.
O
caminho para crescer no conhecimento de Deus está na vida de Jesus de Nazaré.
Portanto, se queremos crescer no conhecimento, devemos crescer no relacionamento
com Jesus.
Mas
como crescer no relacionamento com Jesus? Efésios 1.15-19 ensina que o único
jeito de a igreja conhecer Jesus é através do Espírito de sabedoria, de
revelação e de pleno conhecimento.
Todo
conhecimento verdadeiro de Deus é mediado e comunicado pelo Espírito Santo.
Porque uma coisa é conhecer a Deus, outra é conhecer os assuntos relacionados a
Ele.
O
conhecimento de Deus não pode ser obtido por meios acadêmicos, assim como não
se faz uma faculdade para se conhecer o futuro cônjuge. Não por acaso Israel e
a Igreja são chamadas respectivamente de esposa e/ou noiva (Jr 3.8; 31.32; Ef
5.31,32; Ap 19.7).
No
entanto, assim como um cônjuge que ama o outro procura ler bons livros, participar
de encontros, seminários, cultos, etc. para conhecer as características físicas
e psicológicas do sexo oposto e para aprender princípios saudáveis para o
sucesso do matrimônio, também a tarefa de um líder autêntico é a de estudar com
afinco para obter uma maior compreensão das coisas de Deus e, com isso, estar
ao menos um passo à frente dos seus liderados no que concerne ao conhecimento
de Deus (empírico) e dos assuntos relacionados a Ele (teórico).
Para
conhecer os assuntos relacionados a Deus é preciso ter um coração instruído
para somente então ter uma “língua erudita” (Is 50.4) e influenciar as pessoas
pela liderança. Isso é feito seguindo seis passos que caracterizam o verdadeiro
estudioso como ensina o livro “O Pastor como Mestre e o Mestre como Pastor”[1]:
1. Observar
(ler com atenção) o assunto de estudo de forma apurada
e completa.
2. Entender
com clareza o que observou (leu).
3. Avaliar
corretamente o que entendeu, por decidir o que é verdadeiro e valioso.
4. Sentir
intensamente em harmonia com o valor do que avaliou.
5. Aplicar
com sabedoria e proveito à vida o que ele entendeu e sentiu.
6. Expressar,
no discurso, na escrita e nos atos, o que viu, entendeu, sentiu e aplicou, de
uma maneira que sua exatidão, clareza, verdade, valor e proveito sejam
conhecidos e desfrutados por outros.
O
conhecimento acadêmico não tem valor nenhum se não houver conhecimento de Deus.
Contudo, o verdadeiro conhecimento de Deus nos leva ao desejo de crescer
academicamente, pois, afinal o nosso Senhor ama tanto o conhecimento acadêmico
e literário que nos deu exatamente um livro como herança, a Bíblia, para que
pudéssemos lê-la, estuda-la e pautar nossa vida nela.
O
conhecimento acadêmico pode nos levar a Deus, mas o conhecimento de Deus
certamente nos levará ao conhecimento acadêmico.
Conclusão.
A
vida cristã é uma vida de conhecimento. Ser cristão é ser salvo através do conhecimento
de Deus revelado no sacrifício amoroso de Jesus no Calvário e edificado por uma
vida de íntima comunhão com Ele.
Esse
conhecimento relacional acaba por gerar em nós um compromisso cada vez maior,
que nos estimula a uma confiança inabalável e uma obediência inquestionável.
Por
esse compromisso confiante e obediente somos levados a uma dedicação profunda
ao estudo da Escritura e de tudo o que se refere à pessoa de nosso Deus. Assim como
cônjuges dedicados e amorosos procuram participar de encontro de casais, ler
livros e ouvir mensagens sobre o tema, igualmente o cristão que conhece a Deus
quer ler a Escritura e livros que a comentem, participar de eventos que possam
fazer conhecer melhor a vontade do Senhor e cultos onde a mensagem pode
fazê-los aproximar-se mais do Altíssimo.
Ser
cristão e não amar o conhecimento é uma incongruência, uma impossibilidade. O
verdadeiro cristão tem sede de conhecimento e não se contenta com o que já sabe
de Deus. Quer sempre mais, pois o Senhor é insondável.
Por
isso, conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor!
Fontes Bibliográficas:
Piper, John & Carson, A. D. (2011). O Pastor como Mestre e O Mestre
como Pastor. São José dos Campos: Fiel.
Washer,
P. (2011). 10 acusações contra a Igreja. São José dos Campos: Fiel.
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