quarta-feira, 23 de março de 2016

Quatro princípios para uma vida pastoral eficaz.

Tema: Vida pastoral.
Título: Quatro princípios para uma vida pastoral eficaz.
João 6:5-13;26

Introdução:
Esse texto nos apresenta um milagre fantástico de nosso Senhor Jesus: a multiplicação de cinco pães e dois peixinhos para alimentar uma multidão que só de homens tinha cinco mil, sem contar mulheres e crianças. Isso quer dizer que Jesus deve ter alimentado pelo ao menos umas dez mil pessoas com aqueles cinco pães e dois peixinhos.
Mas meu propósito nessa mensagem é apresentar quatro princípios que esse texto transmite e que podem nos ser muito úteis no ministério pastoral. Vejamos:

Transição: O primeiro princípio que jamais devemos esquecer é que devemos sempre depender do Senhor e não do que achamos que deveríamos ter:

Dependa exclusivamente de Jesus.
Jesus pergunta para Filipe: Como alimentar essa multidão?
Parafraseando o Senhor: E aí, o que fazer para alimentar essa turma toda (vv.5,6)?
Filipe responde: É preciso muito dinheiro para alimentar precariamente esse povo e nós não temos tudo isso (v.7).
É interessante notar que a multidão segue a Jesus, mas quem deve alimenta-la são os discípulos (futuros apóstolos).
Hoje há uma enorme multidão de cristãos que seguem a Jesus, mas quem deve alimentá-los somos nós, os pastores (Ef 4.12 – essa é a missão do pastor).
Quantos domingos nós pastores já não ficamos assim, igualzinho ao Filipe? “O que é que eu vou dar pra esse povo hoje?” porque Jesus nos provou até o último minuto.
Quantas vezes não somos como Filipe:
É preciso ampliar a igreja, mas nós não temos dinheiro.
É preciso pregar substancialmente, mas eu não tenho tempo para preparar.
É preciso fazer missões, mas é muito caro manter um missionário.
Ficamos preocupados com aquilo que deveríamos ter em recursos para começar qualquer coisa e deixamos de confiar no Senhor.

Transição: Por isso é preciso que aprendamos o segundo princípio fundamental para uma vida pastoral eficaz:

Use os recursos que te foram fornecidos porque o Senhor os multiplicará
Cinco pães e dois peixinhos dão?
Enquanto Filipe está preocupado apenas com o aspecto técnico e material da necessidade, André parece mais focado na fé e apresenta a Jesus um menino que tinha cinco pães e dois peixinhos (vv.8,9). O que, obviamente, era impossível para alimentar aquela grande multidão.
André usa o recurso de um menino no meio do povo para apresentar a Jesus uma proposta de solução e é a partir daí que o milagre começa a acontecer.
As pessoas estão em pé, com fome e Jesus manda que os discípulos peçam que elas se assentassem e então dá graças ao Pai por aquilo que ele tem nas mãos e em seguida manda distribuir à multidão tanto quanto desejassem (vv.10,11).
Lição
São as pessoas que seguem a Jesus sob o nosso apascentamento que nos fornecem o “básico” para alimentar o rebanho, e nós fazemos isso a partir das necessidades que surgem de suas histórias de vida reais.
A vivência pastoral ao lado das suas ovelhas, compartilhando com elas de suas lutas, derrotas e vitórias são os “cinco pães e dois peixinhos” que o Senhor multiplicará em bênção por meio da Sua Palavra para muitos outros a partir do momento em que nós levarmos a Ele.

Transição: Essas experiências com nossas ovelhas se multiplicarão em mensagens que satisfarão as suas almas e farão sobrar experiências para outras ocasiões:

Não desperdice aquilo que o Senhor multiplicou através de você.
Sobrou alguma coisa?
Jesus não aceita que se desperdice nada e os discípulos recolheram doze cestos cheios de pedaços que sobraram dos cinco pães.
Lição:
Assim também, nossas experiências pastorais se multiplicam e geram muitos fragmentos de nossa relação com o sagrado que podem alimentar muitas vidas a partir daquilo que já vivenciamos alimentando outros.66

Transição: Mas a base da “dieta” com que estamos alimentando nosso rebanho determinará porque motivo eles seguem a Jesus:

O povo vai te seguir ou não com base naquilo que você lhes oferece.
A multidão se deu ao trabalho de atravessar o mar da Galileia de Tiberíades até Cafarnaum para irem atrás de Jesus por causa do pão que foi multiplicado (vv.22-26).
Lição: que tipo de “pão” estamos oferecendo?
Nossa igreja atrairá as pessoas por aquilo que lhes oferecemos:
Se a igreja se baseia em assistencialismo ela atrairá pessoas interessadas em sua assistência social.
Se ela oferece shows de música ela atrairá pessoas interessadas em se divertirem ou entreterem.
Se ela oferece milagres ela atrairá pessoas interessadas em serem curadas ou em receber determinadas bênçãos.
Se ela oferece prosperidade ela atrairá pessoas interessadas em enriquecerem-se.
Porém, quando essas coisas não acontecerem mais, as pessoas abandonarão essas igrejas e esses pastores.
Mas, se a Igreja/pastor oferece o Reino de Deus, através da Palavra de Deus pregada na íntegra, ela atrairá pessoas interessadas em conhecer a Deus e à sua vontade e essas pessoas jamais se afastarão daquela igreja porque o Reino é uma realidade espiritual (Rm 14.17) e a Palavra de Deus é um tesouro inesgotável (Rm 11.33).
CONCLUSÃO:
A vida pastoral eficaz começa por uma dependência total do Senhor Jesus e não daquilo que podemos obter por nós mesmos. Passa por humildemente apresentarmos a Ele os recursos que nos foram fornecidos e confiar no seu poder. Resulta na multiplicação do nosso pouco recurso por Sua graça e poder. E culmina com a administração da “dieta” correta ao povo que está sob o nosso pastoreio achegando-os cada dia mais ao Altíssimo.
Que o Santo Senhor nos ajude.

Pr. Ioséias C. Teixeira.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Fundamentos da Missão da Igreja: Ação e Evangelização.

Texto: João 17.18; 20.21

Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo.
João 17:18 NVI
Novamente Jesus disse: “Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio”.
João 20:21 NVI

Verdade teológica: A missão da igreja é, na verdade, a missão de Cristo que continua através de nós.

Sentença interrogativa: Como entender as evidencias de que a missão da igreja é a continuação da missão do Cristo?

Sentença de transição: Existem pelos menos duas evidências bíblicas que nos ensinam que fomos enviados em missão de fazer o bem e evangelizar para abençoar a todos, indistintamente. Vejamos:

COMO O PAI ME ENVIOU

“Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo”.
João 17:18 NVI

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas-novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos  e proclamar o ano da graça do Senhor”.  Então ele fechou o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele; e ele começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir”.
Lucas 4:18-21 NVI

“como Deus ungiu Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, e como ele andou por toda parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo Diabo, porque Deus estava com ele”.
Atos 10:38 NVI

Jesus foi enviado para um propósito: salvar os homens. Porém, para cumprir o Seu propósito ele cumpriu uma missão ampla, que era evangelizar e fazer o bem a todos.

É importante entender que as duas coisas andam juntas, mas uma não pode servir de trampolim para a outra.
Jesus fez o bem, mas jamais o usou como barganha proselitismo, para que alguém se tornasse seu discípulo pela obrigação de “retribuir” o bem recebido.

Jesus evangelizou e anunciou a salvação, mas sem lançar mão de outros recursos, se não somente a pregação (Mt 4.17).

Jesus também posicionou-se contra os erros e apontou os desmandos daqueles que estavam no poder ou que gozavam de facilidades, mas não se punham em favor dos necessitados, sem jamais desrespeitá-los (Lc 6.25; Mt 23.1-39)

Jesus, nosso Senhor, nunca operou milagres ou fez qualquer bem por propósitos proselitistas, mas sempre por compaixão (MT 9.36; 14.14; 20.34; Mc 1.41; 8.2).

Transição: Ficou bem estabelecido que o Senhor sempre fez o bem e nunca impôs a ninguém que se convertesse em função do bem recebido. Logo, ele assim nos enviou.

EU OS ENVIO

A missão nos foi dada pelo Senhor - Novamente Jesus disse: “Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio”. E com isso, soprou sobre eles e disse: “Recebam o Espírito Santo”.
João 20:21-22

Nós fomos enviados ao mundo pelo Senhor Jesus com a mesma missão social, de ser um agente para o benefício do próximo, seja ele quem for.

Fazer o bem a todos, indistintamente. Essa atitude não pode ser confundida com a evangelização, mas com a revelação do caráter de Deus em nós que “faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos” (Mt 5:45).

Visitar os órfãos e as viúvas (leia-se, os mais carentes da sociedade) (Tg 1.27). O texto não diz órfãos e viúvas crentes, mas todos eles. O texto também não diz que essa tarefa é apenas pastoral, mas cristã.

“Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé”. (Gl 6:10). É fato e natural que os membros da família da fé tenham prioridade, mas a Palavra nos ensina a fazer o bem a todos.

Nós fomos enviados ao mundo pelo Senhor Jesus com a mesma missão espiritual, de ser um agente de Deus para o anúncio da salvação para todos e toda e qualquer situação.

O uso da palavra “evangelizar” no Novo Testamento não significa ganhar almas, como normalmente pensamos. Evangelizar é anunciar a boa notícia da salvação em Jesus, e isto independe dos resultados serem positivos ou não, conforme nossa perspectiva.

Portanto, o sucesso da evangelização está ligado à comunicação fiel do evangelho de Jesus com amor.

Evangelizar é pregar o evangelho como ele é.

A forma de saber se estamos evangelizando é nos assegurar de que estamos fielmente tornando a mensagem do evangelho conhecida.

Evangelizar também não pode ser definido pelos métodos. Evangelizar é anunciar as boas notícias, independente de como este anúncio é feito. É pregar por todos os meios possíveis.

falando com um amigo, grupo de pessoas ou uma multidão.

distribuição de material impresso.

Desenhos com cenas e/ou motivos bíblicos.

Apresentações teatrais.

Evangelizar não é contabilizar almas ganhas para promover orgulho humano, mas anunciar a Cristo com fidelidade para fazê-lo conhecido por todos e para que todos possam ter a oportunidade de se decidir conscientemente por Ele ou não.

Conclusão:

O que este sermão abordou é a nossa missão como a missão de Cristo.  

E o sucesso no cumprimento desta grande missão depende do nosso entendimento completo dela (Social e Evangelístico) e da observação e cumprimento de cada “co”missão.

Penso que este é um dos sentidos de ser sal da terra (ação social) e luz do mundo (ação evangelística). Fomos enviados para dar sabor e conservação à vida da sociedade em que estamos inseridos, fazendo o bem e promovendo e lutando pela justiça e para evangelizar anunciando o perfeito Reino de Deus em Cristo do qual a prática e vivência da igreja hoje é uma anúncio profético.

Como igreja de Jesus nós precisamos compreender a missão que recebemos do nosso Senhor e Cristo, de ser agente abençoador para o mundo, levando amor e alento a todos por meio do envolvimento social e da evangelização cristã.

Você aceita a missão?