- Apresentação e Conhecendo a organização e o organismo ekklésia.
- A Igreja é uma organização por que:
i. Precisa de
registro civil.
ii. Utiliza-se de
um templo com placa que anuncia seu nome e horário de suas reuniões.
iii. Precisa de
registros contábeis e prestações de contas ao fisco.
iv. Está sujeita
às leis locais.
v. É considerada
uma instituição de resgate e inserção social.
- A igreja é um organismo por que:
i. Porque foi
criada por Jesus para ser um corpo (1Co 12.27).
ii. Porque como um
corpo ela é viva e está em constante crescimento (Ef 4.16, Cl 2.19).
iii. Porque ela
recebe vida do Espírito Santo (Ef 4.4).
iv. Porque ela não
apenas resgata e insere cidadãos na sociedade humana, ela forma santos para o
Reino de Deus (1Co 6.9-11).
- Conceito de Administração Eclesiástica, divisões da administração.
- Definição do termo: Administrar é um termo que se constitui da fusão de outros dois:
Ad
– junto de
Ministrar
– atuar como ministro, servir, servir como líder.
- Portanto, administrar é atuar como ministro junto de alguém, ou ainda atuar como líder que serve aos seus liderados, e por fim, administrar é atuar como líder junto de outros líderes.
- Um excelente modelo bíblico é o de Êxodo 18.13-27.
- No Novo Testamento Jesus organizou, ou pelo menos deixou encaminhada a organização, da Igreja (Mt 16.13-20).
- Administração Eclesiástica é então suprir as necessidades das nossas ovelhas enquanto elas trabalham no cumprimento da missão.
- Segundo Myron Rush: “Quando o administrador voluntariamente de dispõe a suprir as necessidades dos que estão sob sua liderança, acaba tendo uma ótima surpresa: em retribuição, seus subordinados irão, de modo voluntário, diligente e contínuo, suprir as necessidades dele também (ver 1Reis 12.7)”[1]
- O pastor e o “staff”
- O pastor não lidera sozinho.
- O Staff é a equipe ministerial que trabalha com o pastor.
- Deus motivou Abrão[2]
i. ... Não temas,
Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão (Gn 15.1).
- Deus Motivou Moisés
i. Moisés, Moisés
[...] Eu sou o Deus do teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, e o Deus de
Jacob. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus. [...]
Certamente, eu serei contigo [...] EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás
aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. [...] Far-vos-ei subir da aflição
do Egito, à terra que mana leite e mel (Ex 3.4,6,12,14,17).
- Deus Motivou Josué
i. Esforça-te, e
tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei aos seus
pais lhes daria. Tão somente esforça-te e tem mui bom ânimo, [...] Não to
mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes: porque o
Senhor, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares (Js 1.6,7 e 9).
- Deus Motivou Gideão
i. .... o Senhor
é contigo, varão valoroso. [...] Vai, nesta tua força, e livrarás a Israel da
mão dos midianitas: porventura não te enviei eu? (Jz 6.12 e 14).
- Deus Motivou Jeremias
i. “...Não digas:
Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te
mandar dirás. Não temas diante deles; porque eu sou contigo, para te livrar,
diz o Senhor. E estendeu o Senhor a sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o
Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca” (Jr 1.7-9).
- Deus Motivou Ezequiel
i. E tu, ó filho
do homem, não os temas, nem temas as suas palavras; ainda que sejam sarças e
espinhos para contigo, e tu habites com escorpiões, não temas as suas palavras,
nem te assustes com os seus rostos... (Ez 2.6).
- Deus Motivou Jesus de Nazaré, em sua humanidade
i. E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és
o meu Filho amado, em quem me comprazo (Mc 1.11).
ii. E, estando ele
ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz,
que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o (Mt 17.5).
- Deus Motivou Paulo
i. E disse o
Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala, e não te cales; Porque eu sou
contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal... (At 18.9,10).
- DEUS TAMBÉM QUER LHE MOTIVAR!
i. Anime-se:
Receba a motivação divina;
ii. Anime sua
família;
iii. Anime sua
equipe ministerial;
- NOSSA MOTIVAÇÃO SERÁ FALSA E PASSAGEIRA, SE NÃO VALORIZARMOS AS PESSOAS, NOSSA COMUNHÃO COM ELAS E A COMUNHÃO DELAS COM ELAS MESMAS.
- Ilustração - A história dos dois líderes de alpinismo: um alpinista chefe queria bater o recorde não tinha paciência com os mais fracos e limitados, por isso, não os esperava, acabou chegando no topo sozinho, mas, tarde demais, percebeu que era constrangedor não ter ninguém para celebrar junto consigo a vitória e muito menos para testemunhar a chegada; o outro líder alpinista esperava a equipe, era paciente e animador, quando chegou no topo, não bateu recorde, mas tinha com quem comemorar a vitória.
- Como motivar sua equipe Ministerial.
i. Avive sua
experiência de chamada, dia após dia: À medida que sua comunhão com Deus
aumentar, o Senhor manterá seu coração cada vez mais animado.
ii. Certifique-se
que tudo o que você faz tem como motivação maior a glorificação do nome de
Deus. Caso contrário: todo seu trabalho será espiritualmente vão, pois sua
recompensa será terrena.
iii. Seja um
defensor e um propagador da Visão e da Missão da sua Igreja, comunicando-as
diversificada e amplamente para a igreja e para sua equipe ministerial.
1.
Nossa
visão é manifesta pelo slogan: “Cada salvo um ministro do Senhor”
2.
Nossa
missão expressa na seguinte declaração de propósitos: “Nossa Igreja existe para
formar uma consciência coletiva nos membros de que cada salvo é um ministro e
foi chamado para ministrar ao Senhor, à Igreja e aos não cristãos”.
iv. Não se
embebede com o poder humano e institucional que o seu cargo lhe dá. Desconfie
de você mesmo (quanto à sede de poder), renda-se em humildade ao Senhor. Pierre
Proudhon filosofou: “Ninguém conquista o poder; é o poder que conquista o
coração do homem”. Deixe Cristo reinar em seu coração e não a sede por mais
poder.
v. Conscientize-se
de que Lealdade em todos os níveis gera motivação. Seja leal a Deus; seja leal
a visão e a missão que Ele tem nos dado; seja leal a sua família; seja leal ao
seu pastor presidente; seja leal ao seu próprio ministério; seja leal à igreja
do Senhor; seja leal aos companheiros que estão no mesmo nível de liderança que
você; seja leal aos companheiros que estão debaixo de sua liderança (espere
lealdade deles!).
vi. Energize,
encoraje e apoie a sua equipe no caminho rumo ao cumprimento da visão da
Igreja.
vii. Vença a
timidez. Evite a autopromoção. Mas procure comunicar sabiamente o que Deus está
fazendo, usando você na congregação e o pastor no nível de campo e os demais
líderes do campo.
viii. Informe tudo
de relevante que acontece na Igreja: na Congregação local; no Campo
Eclesiástico; no Brasil; e no Mundo. Todo ser humano gosta e precisa participar
de algo grande maior do que ele convive no dia-a-dia.
ix. Convença as
pessoas que aquilo que elas fazem para Deus tem uma dimensão maior do que elas
costumam pensar que tem.
x. Aprenda a
inspirar em vez de intimidar. Clame ao Senhor para que Ele dê ideias e capacite
sua equipe. Estimule seus liderados com os seus talentos naturais, com seus
dons e com sua inteligência para despertar a capacidade criativa deles.
Incentive-os a ter vontade de trabalhar. Peça sabedoria a Deus para você saber
entusiasmar sua equipe. Infunda textos da Palavra de Deus que gerem fé,
esperança e otimismo nas pessoas. Isso gera criatividade.
xi. Agradeça as
pessoas e elogie-as, de acordo com o temperamento e o tipo de personalidade
delas.
xii. Entenda que
você pode criar e manter uma atmosfera de cooperação em qualquer situação.
xiii. Consolide sua
própria imagem como a imagem da pessoa que está na direção de Deus e que, do
ponto de vista humano, está no comando imediato da congregação. Em decorrência
disto, receba autoridade delegada pela congregação, por intermédio da confiança
não por causa de um cargo institucional. Você precisa de muito tato, sabedoria
e unção para fazer isto. Muitos líderes fracassam neste quesito.
xiv. Nunca firme
sua liderança na credencial, no cargo ou na institucionalização. Estabeleça-se
como líder: DA SUA PARTE com os dons com os quais Deus lhe usa, pela sua
competência; DA PARTE DA CONGREGAÇÃO pela aceitação e respeito espontâneos dos
irmãos por você.
xv. Aprenda usar
cada vez mais sua agenda, seja organizado em tudo, e sem vaidade, capriche em
sua aparência. Coloque na sua cabeça que pastor ou líder tem que ser
administrador ou tem que contar comprometidamente com quem tem esta habilidade
para suprir sua deficiência. Se você fracassar nesta área, seus liderados
reparam e podem perder a motivação.
xvi. Seja um agente
de renovação, influencie a produção de frutos e rejeite a posição de mantenedor
do continuísmo improdutivo.
xvii. Puxe de dentro
das pessoas o que existe de melhor nelas: Seja um instrumento de Deus para
avivar os talentos, atiçar os dons dos irmãos e os pontos fortes da
congregação.
xviii. Discipline
erros de caráter com rigor, justiça e imparcialidade. Mas não se engesse pelo
medo de errar nas ações pastorais e no trabalho ministerial. Quando você errar
ou sua equipe errar, assuma a culpa. Revele para equipe que quem comete erros
não está queimado para sempre.
xix. Se chegar a se
desanimar, fale isto para Deus ou para o pastor presidente – Nunca diante dos
seus liderados. Mantenha uma atmosfera de otimismo e uma perspectiva de fé,
sempre inspirando esperança na sua equipe. Está comprovado que Palavras de
ânimo, que podem parecer batidas, FUNCIONAM!
xx. Aprenda a
celebrar as vitórias individuais, dos ministérios segmentais, da congregação e
de todo o campo eclesiástico, mesmo que pareçam pequenas para alguém.
- O templo funcional, terreno.
- Hoje há pessoas que lutam contra a institucionalização da Igreja e, consequentemente, contra a existência e o uso do templo. Contudo, o templo é funcional.
- A ideia de reuniões em casas, como no princípio da igreja é muito bonita, mas não é mais viável. Em nossos dias todos temos casas com pisos de cerâmica, paredes pintadas, e móveis que nos custaram muito caro. Imagine sua casa tomada por cinquenta pessoas com seus filhos pequenos correndo para todos os lados, pintando suas paredes, subindo em seus móveis, e os adultos, se sentando no braço do seu sofá, usando o seu banheiro, etc. Quem vai limpar a casa depois? Quem vai lavar o banheiro? Quem vai querer receber o povo duas ou três vezes semana na sua casa?
- Por essa razão o templo é muito útil. A igreja se reúne em um lugar especialmente preparado para isso; com mobília adequada e lugares para diversas pessoas. Também, com a arrecadação financeira a igreja pagará um zelador que cuidará da limpeza dos ambientes do templo.
- Lutar contra a existência do templo é uma questão pouco inteligente e a longo prazo essa afirmação vai se provar.
- A administração financeira da igreja, livros fiscais.
- A Igreja deve ser criteriosa quanto à administração de suas finanças.
- Toda entrada de dízimos e ofertas deve ser lançada criteriosamente, assim como toda saída.
- As compras devem ser comprovadas com NF’s e os pagamentos, como a prebenda pastoral, zeladoria, secretaria, etc. devem ser feitos mediante a assinatura de holerites (contra-cheques).
- A igreja também precisa fazer a declaração do IR todo ano, pois embora ela seja isenta do pagamento, não o é da declaração junto à Receita Federal.
- A igreja como empregadora, direitos trabalhistas, etc.
- À exceção do pastor, que deve pagar seu INSS como Ministro Religioso, os demais funcionários da igreja, que trabalham mais de dois dias na semana, devem ser devidamente fichados com a assinatura de sua carteira profissional e ter recolhidos seus benefícios.
- Estatuto, tipos de governo da igreja.
- Elaboração de Estatuto[3]
i. Implicações e formalidades legais do estatuto como ato constitutivo da
organização religiosa
A igreja começa a ter existência como pessoa
jurídica de direito privado, na modalidade organização religiosa, a partir do momento
em que o seu ato constitutivo é inscrito no respectivo registro, conforme
previsto no artigo 45, do Código Civil. Assim, a inscrição desse ato, que é o
Estatuto, atribui personalidade jurídica à igreja, que passa ter vida própria e
autônoma em relação aos seus integrantes, adquirindo a capacidade de ser
titular de direitos e sujeito de obrigações.
A inexistência dessa personalidade jurídica,
distinta das pessoas físicas que integram o grupo religioso, pode acarretar,
dentre outras consequências, uma comunhão patrimonial entre os membros e a
própria igreja. Desse modo, os compromissos financeiros assumidos pela liderança
de uma igreja que não possui Estatuto inscrito em cartório, poderão recair
sobre todos os seus membros, ocorrendo assim uma espécie de solidariedade de
obrigações entre a igreja e os seus filiados. Em última análise, o patrimônio
pessoal dos membros poderá responder pelas dívidas contraídas pela igreja.
É comum o dirigente assumir em seu nome obrigações
que beneficiam a igreja. O correto é colocar em nome da organização religiosa,
para que o patrimônio dela responda por eventual descumprimento da obrigação.
Caso contrário, ocorrendo qualquer problema financeiro com a igreja, o patrimônio
pessoal do dirigente é que responderá pela satisfação das obrigações que
contraiu perante terceiros.
A par dessas considerações, analisemos os passos necessários
para a existência de fato e de direito de uma organização religiosa. Normalmente,
a igreja possui um grupo de pessoas que participam das atividades programadas
pela liderança. Isso já é o suficiente para reconhecer que ela tem existência
de fato. A partir de então, o primeiro passo é elaborar o Estatuto, que deve refletir
o melhor possível a organização e o funcionamento desse grupo de fiéis. Na
elaboração do ato constitutivo, a igreja tem ampla liberdade para estabelecer
os objetivos, a estrutura administrativa, as regras de funcionamento e outros
aspectos inerentes ao modo de ser da igreja.
Os estatutos das denominações evangélicas, de modo
geral, seguem uma das seguintes tendências de administração eclesiástica, que
são as mais conhecidas. O modelo episcopal
centraliza as decisões na pessoa do presidente ou dirigente da igreja. A forma
congregacional, pelo contrário, descentraliza o poder de governo da igreja e
atribui aos membros a incumbência de tomar as decisões em assembleia geral.
Outro sistema eclesiástico é o presbiterial, uma forma representativa em que a
administração é exercida por um conselho, composto pelo pastor ou pastores e
pelos presbíteros que são eleitos pelos membros, para em conjunto governar a
igreja. Podem ser assim resumidos: episcopal, um governa todos; congregacional,
todos governam; e, presbiterial, alguns, eleitos por todos, para governar conjuntamente.
Dentre outras que podem ser encontradas, essas tendências
eclesiásticas se destacam. Certamente que todo modelo tem vantagens e desvantagens.
Fica a critério de cada denominação decidir como deseja ser administrada e como
pretende funcionar. Essas regras e princípios devem constar do Estatuto, tanto
para evitar dúvidas por parte dos membros, quanto para impedir alterações
posteriores indesejadas. O estatuto consagra assim a ampla liberdade de
organização e de funcionamento das organizações religiosas insculpida na
Constituição Federal.
Na redação do estatuto deverão ser observados
alguns aspectos jurídicos relevantes. O Código Civil, no artigo 46, estabelece
quais são as informações que devem constar do registro da pessoa jurídica de
direito privado. Dessa forma, o Estatuto que será levado a registro, para que
atenda as exigências de lei e obtenha a validade almejada, deverá conter os
dados que se seguem, referentes a igreja:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de
duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos
fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se
administra e representa, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente; IV - se o ato
constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V - se os
membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as
condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
O estatuto deve conter também o visto de Advogado.
O Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do
Brasil, amparado pelo artigo 54, Inciso V, da Lei nº 8.906, de 04/07/1994,
disciplina no artigo 2º, que o visto de advogado nos atos constitutivos de
pessoas jurídicas é indispensável ao registro e arquivamento nos órgãos
competentes. Diante disso, o profissional das ciências jurídicas deve participar
efetivamente dos trabalhos de elaboração, redação final e inscrição do
Estatuto. Tudo para garantir que esse ato seja revestido de todos os requisitos
e formalidades legais.
Essa inscrição em cartório está prevista na Lei nº
6.015, de 31/12/1973, denominada Lei dos Registros Públicos. O artigo 114,
assim dispõe: “No Registro Civil de Pessoas Jurídicas serão inscritos: I - os
contratos, os atos constitutivos, o estatuto ou compromissos das sociedades
civis, religiosas, pias, morais, científicas ou literárias, bem como o das fundações
e das associações de utilidade pública;”. Importante relembrar que as igrejas
não são mais tratadas como sociedades religiosas, mas como organizações
religiosas, segundo o atual Código Civil.
Deve ser apresentada ao Cartório, juntamente com o
estatuto, a ata de criação da igreja. Nela devem constar as principais deliberações
referentes a criação da igreja, tais como a denominação, sede provisória ou definitiva,
discussão e aprovação do estatuto, eleição e posse do presidente ou da diretoria,
dentre outras decisões relevantes, que podem ser tomadas na mesma ocasião.
A partir de então, outras atas poderão ser registradas
no mesmo cartório onde o Estatuto foi inscrito. Essas atas posteriores deverão
conter as decisões administrativas mais importantes, tais como eleição e posse
do novo presidente ou diretoria, abertura de novas congregações, consagração de
obreiros, aquisição ou alienação de bens pertencentes ao patrimônio da igreja,
dentre outros. Para tanto, convém manter atualizado livro ou pasta com as atas
das reuniões administrativas, promovendo o registro em cartório.
Enfim, adquirida a personalidade jurídica de direito
privado, a igreja poderá praticar uma série de atos e contratos necessários ao
seu funcionamento. Poderá obter junto a Receita Federal a inscrição no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica, abrir e movimentar conta bancária, celebrar contrato
de locação ou de compra e venda de imóvel, requerer isenção do IPTU, além de vários
outros afetos a boa administração eclesiástica. Tudo em nome do ente jurídico
intitulado organização religiosa.
Adiel Teófilo
- Os Modelos de Governo Eclesiástico, suas vantagens e desvantagens[4].
i. Sinteticamente
podemos dizer que existem três formas de Governo Eclesiástico. Provavelmente
sua igreja é governada por uma delas. São elas:
1. Episcopal: Essa
forma de governo é caracterizada por ter um "Líder Maior", geralmente
chamado de Epíscopo, Papa, Bispo, Pastor Presidente e até Apóstolo, que governa
todos os outros líderes e demais membros da igreja. É ele quem toma todas as
decisões. Ou seja, “Um” governa a “Todos” (Igreja Episcopal, Universal,
Católica, Assembléia de Deus e a maioria das igreja neopentecostais);
2. Congregacional – A
principal característica dessa forma de governo eclesiástico é a participação
de toda a congregação na tomada de decisões.
Nada é decidido sem que antes tenha a aprovação da Assembléia de membros da igreja. Ou seja, "Todos" governam (Igreja
Batista, Congregacional etc.);
3. Presbiterial ou representativo –
Nesse Regime de governo "Alguns" são eleitos para governar a
"Todos" (Igreja Presbiteriana).
Nossa intenção é demonstrar, de
forma prática, despretensiosa e sem a (talvez) necessária preocupação hermenêutica,
os pontos positivos e negativos de cada forma de governo eclesiástico.
ii. Governo Episcopal:
1.
Pontos positivos: Esse
talvez seja o modelo de governo que dê mais agilidade à igreja. Tudo só depende
da aprovação de uma pessoa. Por exemplo: a reforma do prédio do departamento
infantil da igreja. O Epíscopo decide fazer, quem vai fazer e o que vai ser
feito. Tudo é resolvido de forma rápida e ágil. A igreja é muito beneficiada
neste sentido. Os casos de disciplina eclesiástica também são rapidamente resolvidos
trazendo a devida ordem à comunidade.
2.
Pontos negativos: É
desnecessário dizer que a concentração de poder na mão de uma única pessoa é
algo muito perigoso. Os erros desse Epíscopo podem desviar para sempre sua
igreja e como não há uma autoridade superior ninguém pode impedir essa derrocada.
As escolhas das prioridades, dos materiais e das pessoas a serem contratadas
podem ter critérios não muito corretos, em caso de desvio de conduta pessoal do
Epíscopo e não haverá ninguém para lhe dizer um basta. Nos casos de injustiças
na aplicação da disciplina eclesiástica o membro da igreja ficará sempre
prejudicado, não tendo a quem recorrer. Esse modelo também dá margem a
perseguições de possíveis oponentes, ainda que esses estejam com a razão, bem como
a beneficiamento e falta de disciplina para aliados. Todos esses problemas são
decorrentes do poder absoluto que o Epíscopo ou líder tem.
iii. Governo Congregacional:
1.
Pontos positivos: Uma das
principais vantagens dessa forma de governo eclesiástico é que ninguém pode reclamar
por não ter sido consultado ou ainda ouvido. Todos os membros têm direito a
voto e a opinar sobre os mais diversos da igreja. Usando o mesmo exemplo da a reforma
do prédio do departamento infantil da igreja, todos podem opinar sobre a
necessidade dessa reforma, sobre as pessoas a serem contratadas e até sobre o
material a ser utilizado. Ninguém pode dizer depois que não sabia ou que não
foi ouvido. Isso acaba diminuindo bastante o grau de insatisfação da comunidade.
2.
Pontos negativos: Em
qualquer igreja há pessoas maduras e pessoas imaturas. Essa é uma das maiores
dificuldades desse regime de governo eclesiástico. Num caso de disciplina eclesiástica,
por exemplo, além do constrangimento do membro faltoso ser apresentado diante
de toda a congregação, ainda corre gravíssimo risco de ter sua situação
emocional e espiritual agravada por conta das perguntas e das abordagens dos
possíveis desafetos e dos membros que ainda não sabem lhe dar com esse tipo de
situação. É algo realmente extremamente constrangedor. A morosidade na tomada
de decisão também é um fator complicador, tendo em vista que depende da quantidade
de membros presentes e da votação da maioria para aprovar um projeto. Diante
disso, muitas igrejas Batistas, por exemplo, estão assumindo uma prática que
descaracteriza por completo o regime congregacional: estão criando uma espécie
de conselho para tratar de alguns assuntos antes mesmo de ser levado à
assembléia dos membros, não sendo raras as vezes quando chegam com a decisão
tomada esperando apenas a aprovação de todos.
iv. Governo Presbiterial ou
Representativo:
1.
Pontos positivos: Esse
regime de governo eclesiástico está tanto livre dos perigos que se apresentam
quando o poder está concentrado nas mãos apenas de uma pessoa quanto da
participação e decisão de pessoas imaturas que ainda não estão em condições de
traças os rumos da igreja. Ele pressupõe que os homens mais preparados da
igreja são eleitos por todos os membros, em assembleia extraordinária, para governá-la.
A igreja é autônoma e livre para escolher seus representantes, baseada nas condições
pré-estabelecidas na Bíblia para a ordenação de um presbítero. O conselho da
igreja, em casos de disciplina eclesiástica, via de regras, tem condições de tratar
o faltoso e aplicar-lhe a pena necessária para trazê-lo de volta aos caminhos
da palavra de Deus. Em caso de disciplina aplicada fora dos preceitos bíblicos
ou ainda por alguma espécie de perseguição, o membro que se sentir prejudicado
poderá apelar para o "tribunal eclesiástico" imediatamente superior
(geralmente são três instâncias superiores de apelação). Isso diminui bastante
a possibilidade das injustiças e erros.
2.
Pontos negativos: Como a
congregação não participa das decisões de forma ativa, isso acaba dando margem
para críticas às decisões do conselho. Outro ponto negativo é a morosidade com
que os processos se desenrolam. Utilizando o mesmo exemplo da reforma do prédio
do departamento infantil da igreja, uma obra que poderia ser relativamente rápida
pode durar duas ou três vezes mais tempo para ser concluída. Começando pela
discussão de como será feita a obra, os materiais utilizados e quem vai
executá-la até a disposição da verba para a realização dos projetos. Em muitas
vezes decisões como essas não saem antes de duas ou três reuniões do
conselho. A própria dificuldade de
reunião dos presbíteros atrasa muitos processos necessários ao bom andamento da
igreja. Os presbíteros não são obreiros exclusivos da igreja, todos têm seus
trabalhos seculares, famílias e dificuldades particulares. Além disso, o
pastor, que é também é um presbítero (docente) e que, geralmente, se dedica em
tempo integral à igreja (pelo menos deveria), não pode tomar decisões sozinho.
Basta faltar um número considerável de presbíteros (geralmente cada igreja
possui de 02 a 10 presbíteros) para a reunião não acontecer. Isso gera muito
atraso nos projetos da igreja, dando, muitas vezes, uma impressão de desgoverno
e abandono da igreja, uma vez que somente esses presbíteros podem decidir os
rumos a serem tomados e não o fazem, muitas vezes, com a agilidade necessária.
3.
Outra dificuldade prática
desse sistema de governo é que nem sempre são eleitos presbíteros homens conhecedores
da palavra e das doutrinas basilares ensinadas pela Igreja. Geralmente são oficiais
leigos, isto é, sem formação teológica alguma. Mas esse não é o maior problema.
Isso não impediria desse oficial estudar e conhecer a Bíblia e as principais
sistematizações doutrinárias de sua igreja, como, aliás, muitos fazem. Outros
tantos, porém, não se interessam pelo estudo doutrinário, assumindo a postura
do senso comum que afirma ser "importante a Bíblia e não teologia",
esquecendo que qualquer afirmação acerca da Bíblia é, necessariamente, uma
interpretação teológica. Por conta disso, muitas igrejas locais acabam se descaracterizando,
e, com isso, tornando-se mais parecidas com muitas igrejas neo-renovadas e neopentecostais
que com uma genuína igreja Presbiteriana, propriamente dita. Além disso, essa
falta de conhecimento dos presbíteros torna esses oficiais presas fáceis para
pastores que parecem ter vocação para o governo episcopal e simpatia por
práticas neopentecostais. Muitas desses pastores acabam manipulando os
presbíteros, não raras vezes, em benefício próprio. Não é interessante, para
muitos pastores, a presença no conselho de presbíteros conhecedores da Bíblia,
dos símbolos de fé e da constituição da igreja. Por conta disso, o governo
presbiteriano, de algumas igrejas locais, fica extremamente prejudicado, estando
mais próximo a um governo episcopal, onde tudo é decidido pelo pastor, que
presbiterial. Outras vezes, para fugir das possíveis críticas, alguns
conselhos, por pura falta de conhecimento, acabam levando assuntos que seriam
de sua exclusiva competência, para a igreja, em assembleia, se pronunciar e até
votar decidindo sobre o fato, igualmente descaracterizando o sistema de governo
representativo.
[1]
RUSH, Myron; Administração, uma abordagem
bíblica, Ed. Betânia, Pag. 13.
[2]
Adaptado do texto do Pr. Robson
Brito, http://admaringa.com.br/estudos/show/77
[3] http://adielteofilo.blogspot.com.br/2012/11/a-igreja-dentro-da-lei-elaboracao-de.html
[4]
Fonte: http://filosofiacalvinista.blogspot.com.br/2012/01/os-modelos-de-governo-eclesiastico-suas.html
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