A APRENDIZAGEM DA RETÓRICA
Retórica (do latim rhetorica, originado no grego ῥητορικὴ τέχνη [rhêtorikê], literalmente a «arte/técnica de bem falar», do substantivo rhêtôr, «orador») é a arte de usar a linguagem para comunicar de forma eficaz e persuasiva.
A retórica terá nascido no século V AC, na Sicília, e foi introduzida em Atenas pelo sofista Górgias, desenvolvendo-se nos círculos políticos e judiciais da Grécia antiga. Originalmente visava persuadir uma audiência dos mais diversos assuntos, mas acabou por tornar-se sinônimo da arte de bem falar, o que opôs os sofistas ao filósofo Sócrates e seus discípulos. Aristóteles, na obra "Retórica", lançou as bases para sistematizar o seu estudo, identificando-a como um dos elementos chave da filosofia, junto com a lógica e a dialética. A retórica foi uma das três artes liberais ensinadas nas universidades da Idade Média, constituindo o "trivium", junto com a lógica e a gramática. Até ao século XIX foi uma parte central da educação ocidental, preenchendo a necessidade de treinar oradores e escritores para convencer audiências mediante argumentos.
A retórica apela à audiência em três frentes: logos, pathos e ethos.
• Ethos: é a forma como o orador convence o público de que está qualificado para falar sobre o assunto, como o seu caráter ou autoridade podem influenciar a audiência. Pode ser feito de várias maneiras: por ser uma figura notável no domínio em causa ou por ser relacionado com o tema em questão. (Por exemplo, quando uma revista afirma que um professor do MIT prevê que era robótica chegará em 2050, o uso do nome "MIT" (uma universidade americana de renome mundial para a investigação avançada em matemática, ciência e tecnologia) estabelece uma credibilidade "forte".
• Pathos: o uso de apelos emocionais para alterar o julgamento do público. Pode ser feito através de metáforas e outras figuras de retórica, da amplificação, ao contar uma história ou apresentar o tema de uma forma que evoca fortes emoções na platéia.
• Logos: o uso da razão e do raciocínio, quer indutivo ou dedutivo, para a construção de um argumento. Os apelos ao logos incluem recorrer à objetividade, estatística, matemática, lógica (por exemplo, quando um anúncio afirma que o seu produto é 37% mais eficaz do que a concorrência, está fazendo um apelo lógico); o raciocínio indutivo utiliza exemplos (históricos, míticos ou hipotéticos) para tirar conclusões; o raciocínio dedutivo usa geralmente proposições aceites para extrair conclusões específicas. Argumentos logicamente inconsistentes ou enganadores chamam-se falácias.
A elaboração do discurso e sua exposição exigem atenção a cinco dimensões que se complementam (os cinco cânones da retórica): inventio, a escolha dos conteúdos do discurso; dispositio, organização dos conteúdos num todo estruturado; elocutio, a expressão adequada dos conteúdos; memoria, a memorização do discurso e pronuntiatio, sobre a declamação do discurso, onde a modulação da voz e gestos deve estar em consonância com o conteúdo.
• Inventio ou Invenio (invenção) - O objetivo desta fase é estabelecer o conteúdo do discurso. O termo vem do latim invenire, que por sua vez vem do grego εὒρεσις, que significa "encontrar". Trata-se do momento em que o orador deve recolher e seleccionar os argumentos adequados para a exposição e defesa da sua causa.
• Dispositio (disposição dos argumentos) - Visa organizar os elementos da inventio num todo estruturado. São relevantes nesta fase o número e a ordem das partes do discurso. Os discursos podem ter uma estrutura bipartida (na qual duas partes estão em tensão recíproca) ou tripartida (que pressupõe uma evolução linear, com princípio, meio e fim). A estrutura tripartida, mais comum, consiste num exórdio, parte inicial que tem como objectivo captar a atenção e interesse do ouvinte; uma parte média com narratio (exposição do tema e da posição do orador) e argumentatio (razões que sustentam a tese) e, finalmente, uma peroratio, recapitulação e apelo ao auditório.
• Elocutio (Elocução, correspondente grego da lexis).
• Memoria - memória (escrita do discurso).
• Pronuntiatio - (apresentação do discurso).
A retórica é uma ciência (no sentido de um estudo estruturado) e uma arte (no sentido de uma prática assente numa experiência, com uma técnica). No início, a retórica ocupava-se do discurso político falado, a oratória, antes de se alargar a textos escritos e, em especial, aos literários, disciplina hoje chamada "estilística". A oratória é um dos meios pelos quais se manifesta a retórica, mas não o único. Pois, certamente, pode-se afirmar que há retórica na música ("Para não dizer que não falei da Flores", de Geraldo Vandré: retórica musical contra a ditadura), na pintura (O quadro "Guernica", de Picasso: retórica contra o fascismo e a guerra) e, obviamente, na publicidade. Logo, a retórica, enquanto método de persuasão, pode se manifestar por todo e qualquer meio de comunicação.
A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA
A exposição da Escritura deve ser feita com o máximo de dignidade e beleza; por isso o conhecimento da língua portuguesa é imprescindivel ao pregador da Bíblia.
Pouca coisa é mais frustrante do que um pregador que não sabe falar a sua língua materna. Esse tipo de ignorância acaba por gerar aversão à mensagem em muitos ouvintes. As pessoas acabam por rejeitar ouvir o Evangelho devido a um pregador que não “sabe falar”; isto é, a mensagem fica prejudicada por causa do mensageiro.
Sendo assim, é de fundamental importância que aquele que prega o evangelho o faça dignamente e isso inclui falar corretamente a sua língua.
O bom pregador está sempre preocupado em aperfeiçoar o seu conhecimento linguítico e gramatical para gerar nos seus ouvintes o prazer de ouvi-lo falar.
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