Texto:
Tiago 1.1
Introdução:
Por Lauro Jardim
Não foi exatamente tranquilo o
início do voo 455 da Air France que decolou de São Paulo para Paris. A
responsável pela trepidação foi Marta Suplicy, que ia para a China, com escala
em Paris. Ao embarcar, o casal Marta e Luis Favre relaxou e decidiu não passar
pela revista de bagagem de mão feita por raios X. Os Favre furaram a fila da
Polícia Federal. Vários passageiros se revoltaram. Marta respondeu que, no
Brasil, as autoridades não estão obrigadas a cumprir as exigências que recaem
sobre os brasileiros comuns. Os passageiros “não relaxaram” com a explicação.
Continuaram a reclamar, mesmo com todos já embarcados. Deu-se, então, o inusitado:
o comandante do Boeing 777, um francês, que mais parecia oficial da famosa e
inesquecível “Legião Estrangeira”, daqueles soldados que ao cumprimentarem
batem os calcanhares das botas e se inclinam respeitosamente, saiu da cabine do
avião, chamou a segurança do aeroporto, mandou abrir as portas da aeronave, e
avisou com voz solene, em português mas com forte sotaque francês, o seguinte:
– Boa noite senhores passageiros. Aqui quem fala é o Comandante. Comunico que o
avião não irá decolar enquanto o casal, um que se encontra na classe executiva
e outro na primeira classe, não sair dos seus assentos e, levando duas bagagens
de mão, passarem pelos equipamentos de raios-X. Os seguranças do aeroporto irão
acompanhá-los até o local dos equipamentos. Marta Suplicy deixou seu assento na
primeira classe (Favre estava na executiva) e, azul de raiva, (...), escoltada pelos seguranças foi cumprir a ordem do comandante. Nesse
instante, os passageiros ‘relaxaram’, com grande alarido, e
aplaudiram o comandante. A viagem transcorreu num clima de festa para os
passageiros, e de velório para a dupla de pobres arrogantes. Fonte: O Globo,
coluna Lauro Jardim – Indicação do assinante: Marcos Paulo
Fonte: http://flaviochaves.com.br/2014/01/27/comandante-faz-a-senadora-marta-descer-do-aviao-em-voo-para-a-franca-2/
Elucidação textual:
“A epístola de Tiago é um
tratado, simples, mas organizado e lógico, sobre os aspectos éticos da vida
cristã. (...) O principal tema do livro é o apelo de Tiago ao crente, para que
a fé verdadeira resulte em atos visíveis de obediência e justiça (Tg 1.22)”.[1]
Proposição:
Nossa identidade espiritual é
definida pela forma como nos apresentamos diante das pessoas com palavras e
atitudes.
Sentença interrogativa:
De que forma a apresentação de
Tiago nos ensina sobre a identidade espiritual?
Sentença transicional:
O pastor Tiago nos ensina sobre
nossa identidade espiritual a partir da sua apresentação, deixando claro o seu
entendimento de quem ele é.
I.
Ele é
Tiago.
a.
A Escritura cita três Tiagos: Tiago, o apóstolo,
filho de Zebedeu, irmão de João; Tiago, o apóstolo, filho de Alfeu; e Tiago,
meio irmão mais velho depois de Jesus, filho de Maria e José (Mt 13.55).
b.
O apóstolo Tiago, irmão de João morreu antes da
carta ser escrita (At 12.2).
c.
O apóstolo Tiago, filho de Alfeu, não foi um
homem de influência na Igreja.
d.
Este Tiago é, portanto, o irmão de Jesus.
Durante o ministério de Jesus Tiago e os demais irmãos não criam no Senhor (Jo
7.2-5). No entanto, foi concedida a ele a graça de ver Jesus ressuscitado (1Co
15.7), o que, provavelmente, gerou a sua conversão.
II.
Ele é
servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo.
a.
Ele é servo – A palavra grega, traduzida por
servo é “doulos” e se refere a uma
posição de total obediência, humilda plena e lealdade inabalável. A obediência
era a tarefa, a humildade, a posição e a lealdade, o relacionamento que um
senhor esperava de um escravo. Não há maior atributo para o cristão que ser
conhecido como servo de Jesus, obediente, humilde e leal[2].
b.
Tiago tornou-se um dos líderes mais proeminentes
da Igreja, mas não era apóstolo (explicar o apostolado), mesmo sendo irmão do
Senhor, e nunca exigiu tal função. Ele era pastor da Igreja de Jerusalém.
c.
Tiago estava entre os irmãos no cenáculo desde a
escolha do substituto de Judas até o dia de Pentecoste (At 1.14).
d.
Quando o apóstolo Pedro foi liberto da prisão
mandou que os irmãos avisassem a Tiago (At 12.17).
e.
Ele também foi o líder que se levantou e
expressou sua convicção acerca da obra do Espírito Santo realizada entre os
gentios, por ocasião do Concílio de Jerusalém (At 15.13) e levou a igreja a um
consenso sobre sua atitude com os irmãos não judeus.
f.
Paulo, quando foi a Jerusalém pela primeira vez
após sua conversão, encontrou-se com Tiago (Gl 1.19). Mais tarde o apóstolo dos
gentios chamou Tiago de coluna da Igreja (Gl 2.19). E também, na sua última
visita a Jerusalém Paulo esteve com Tiago (At 21.18). Veja a importância de
Tiago para o apóstolo Paulo.
g.
Também Judas, quando escreveu a sua epístola,
simplesmente se apresentou como irmão de Tiago (Jd 1), tamanha a fama e conceito
do seu irmão mais velho.
III.
Ele é
pastor interessado no bem de suas ovelhas dispersas.
a.
Tiago não está interessado em se apresentar como
irmão de Jesus ou como líder da igreja. Ele não se importa com títulos. Sua
preocupação está com os irmãos que foram dispersos devido a grande perseguição
contra a Igreja em Jerusalém, provavelmente iniciada após a morte de Estevão (At
8.1; 11.19).
b.
Estes irmãos estavam dispersos devido às
perseguições cruéis do império e haviam se espalhado por toda parte,
especialmente pela Fenícia, Chipre e Antioquia da Síria (At 8.1;11.19).
c.
Tiago mostra cuidado com os irmãos mesmo
distantes, pois são importantes para ele e ele não os quer sem um guia prático
para a vida cristã.
d.
Essa preocupação de Tiago é justificada pelas
suas constantes referências às perseguições, às provas e à opressão sofrida
pelos irmãos. Ele escreve esta carta como um pastor que deseja ensinar e
encorajar seu povo disperso que enfrentava muitas dificuldades[3].
Conclusão e aplicação:
Tiago nos ensina lições preciosas apenas neste
primeiro versículo.
Primeiro, ele não está interessado em títulos ou em
se afirmar por quem era. Ele simplesmente se apresenta como servo. Que lição
valiosa. Em dias que os homens buscam títulos e posições com tanta gana Tiago
ensina que o mais importante de tudo na vida cristã é ser servo de Deus e do
Senhor Jesus Cristo.
Outra valiosa lição de Tiago para nós é que ele
nunca deixou de trabalhar com afinco pela obra do Senhor e passou a ser
reconhecido pelos irmãos e pelos apóstolos como um líder excepcional. Embora
Tiago não buscasse posição ele as alcançou por seu serviço e não por política ou
tramas, como faziam os ímpios daquela época e fazem os de hoje. Assim, quem
busca cargos não é digno de confiança porque tem sede de poder, mas quem é
indicado para eles os assume com honra porque é reconhecido pelos seus
serviços.
Por fim, de tantas outras coisas que poderíamos
extrair desse texto, Tiago está preocupado em orientar os irmãos. Ele não quer
deixa-los sem suporte para continuarem a vida cristã. O pastor de Jerusalém nos
ensina que o verdadeiro homem de Deus (ou mulher) está focado no bem do outro e
não no seu próprio. Outra verdade que precisa ser absorvida e vivida
intensamente em dias como os nossos, em que os homens, inclusive líderes que se
afirmam cristãos, estão em busca de serem honrados, seguidos, admirados e até
mesmo adorados, inclusive exigindo tal “honra”.
Com isso aprendemos que o mais importante nesta vida
é ser servo de Deus, servir com amor e sem interesses aos irmãos e não buscar
honras pessoais por nossas forças.
Como está nossa vida nesses quesitos? Queremos ser
grandes? Queremos ser servidos? Queremos seguidores para nós? Buscamos posições
políticas ou eclesiásticas? Ou servimos despretensiosamente e com um coração
desejoso de agradar a Deus.
Avalie-se e posicione-se diante do Senhor.
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