CAPÍTULO 5 – JUSTIFICADOs
PELA FÉ
Texto Chave
“TENDO sido, pois, justificados pela fé, temos paz com
Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”.
Romanos 5.1
VERDADE TEOLÓGICA
“A
razão pela qual não obtemos mais na oração é que não cremos mais. Geralmente
Deus responde de acordo com nosso próprio coração.”
Richard Alleine
ESTUDO DE
PREPARAÇÃO SEMANAL
►Segunda – Rm 5.1-11
Os resultados da
justificação.
► Terça – Ez 18.1-32
Cada um é responsável pelo seu pecado diante de Deus.
►Quarta – Rm 5.12-14
Adão e Cristo, nossos representantes.
► Quinta – 1Co
15.20-25
Em Adão todos morrem. Em Cristo todos são vivificados.
► Sexta – Rm 5.15-21
Adão e Cristo contrastados.
► Sábado – Rm 7.7-13
A lei realça o pecado.
Leitura Bíblica
Congregacional
Romanos 5:1-5
1 - TENDO sido, pois,
justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
2 - Pelo qual também temos
entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na
esperança da glória de Deus.
3 - E não somente isto, mas
também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a
paciência,
4 - E a paciência a experiência,
e a experiência a esperança.
5 - E a esperança não traz
confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo que nos foi dado.
Elucidação Textual
O texto de nossa Leitura Bíblica Congregacional
explica o poder e o alcance da justificação. Também é explicado pelo apóstolo
Paulo as consequências da justificação na vida dos salvos e sua repercussão na
vida prática do fiel por meio da obra do Espírito Santo.
Introdução
Na lição de hoje vamos estudar a maravilhosa doutrina
da Justificação e suas implicações sobre a nossa vida. Veremos como Jesus e
Adão funcionam como representantes da humanidade. Adão como representante da
humanidade impenitente e não arrependida e Jesus como representante da
humanidade arrependida e justificada por Deus.
Ambos são contratados como modelos de duas
humanidades. Adão é o representante da natureza da morte, Jesus da natureza da
vida. A consequência do ato de Adão é julgamento e condenação, enquanto do ato
de Jesus é justificação e perdão. Por fim, o grande contraste de Adão e Cristo
é que o primeiro é o responsável pela morte física e espiritual enquanto o
segundo é o responsável pela vida plena e eterna.
Envolva-se e compartilhe seu conhecimento dentro dessa
área de conhecimento. Também se abra para aprender com os irmãos que participam
contigo desse estudo.
Deus te abençoe
I
– OS RESULTADOS DA JUSTIFICAÇÃO (vv.1-11).
Na
lição anterior tratamos do tema da justificação pela fé. Como vimos, a
justificação é uma das doutrinas mais importantes da Escritura Sagrada, pois ao
ser justificado o homem passa da condição “de perdido para salvo, de inimigo
para amigo de Deus, de injusto para justo, das trevas para luz, de ímpio para
santo, de escravo para livre, da morte para a vida” (Veloso).
Como
consequência da justificação o homem passa a ter paz (v.1), que significa que o
conflito entre ele e Deus foi cancelado porque o Senhor Jesus recebeu sobre si
o julgamento do nosso pecado como substituto e satisfez a exigência da justiça
de Deus que pune o pecado com a morte (Ez 18.4,20; Rm 6.23a). Assim, Deus está
contente conosco para sempre. Por menos entendimento da verdade que tenhamos ou
por mais erros que cometamos; se nos arrependermos o Pai olhará para o sangue
de Cristo, e não para os nossos pecados.
Outro
benefício maravilhoso que recebemos por meio da justificação é o acesso a Deus (v.2a).
Essa palavra se refere ao ato de “introduzir alguém na presença de um Rei” ou “ao
porto onde os navios ancoram”. É como se Jesus nos tomasse pela mão e nos
levasse à presença do Pai para nos apresentar como seus filhos comprados pelo
sangue de Cristo.
Essa
bênção desmedida gera em nosso coração uma enorme esperança da glória de Deus
que é uma certeza perene e inabalável de um dia experimentarmos plenamente essa
glória.
Consequentemente
somos tomados de uma enorme alegria (vv.3-5), que mesmo nas tribulações nos
alegramos em Deus pelos benefícios da Sua justificação: paciência e esperança.
Consequentemente
a justificação nos traz a salvação (vv.6-10). O maravilhoso amor de Deus é
evidente nesse fato. Ele deu o Seu Filho para que aqueles que eram inimigos
pudessem ser salvos da ira.
Paulo aqui
está se referindo a Rm 1.18, lembrando que a ira de Deus foi aplacada no sacrifício
de Jesus (1Ts 1.10; 5.9). Essa salvação gera em nós a reconciliação com Deus,
efetuada por Jesus e que mudou a disposição de Deus a nosso respeito, onde a
ira foi removida e a graça e misericórdia estabelecida (v.11).
A
salvação é um ato de Deus em nosso favor e não algo que nós possamos fazer para
obtê-la. Nossa divida impagável foi plenamente perdoada em Jesus.
II
– ADÃO E CRISTO: NOSSOS REPRESENTANTES (vv.12-14).
Este trecho exige atenção. Paulo usa uma linguagem
comum para os judeus, mas complexa para nós.
O santo apóstolo está explicando que o homem foi arruinado pelo pecado
de Adão e só pode ser resgatado pela justiça de Cristo ofertada por sua morte
vicária.
Em Adão o homem foi contaminado pelo pecado. O pecado
é um mal congênito, que herdamos de nossos pais no éden e que nos afasta de
Deus (vv.12-14).
“Assim como uma árvore está contida em sua semente,
assim também toda a humanidade está contida em Adão, portanto todos pecaram, e
todos morreram: morte física e espiritual. Veja Gn 2:17; 3:19” (Veloso).
Os modernistas e pós-modernistas ensinam que a
história de Adão e Eva não passa de mito. E se cremos nessa linha de
raciocínio, negando a historicidade desse evento, negamos a Escritura e
desprezamos a oferta de Jesus em nosso favor, pois o sacrifício de Cristo perde
todo significado se Adão e Eva não existiram.
Paulo baseia seu argumento no fato histórico de que
houve um homem chamado Adão e uma mulher chamada Eva. Não devemos aceitar
afirmações como: “Adão era uma figura simbólica”; “Eva nunca existiu”, etc. (1Tm
2.13,14; 1Co 15.22). Se os teóricos de hoje afirmam que não há como provar que
eles existiram, também não há como provar que eles não existiram. Aliás, a
própria ciência já comprovou que toda raça-humana descende de uma única mulher.
Portanto, as evidências são mais favoráveis à Escritura.
Paulo ensina que o homem morre (física e
espiritualmente) por causa do pecado de Adão, e não por causa dos seus próprios
pecados (Rm 5.12), caso contrário, as criancinhas não morreriam. Porém, o ato
de Cristo providencia a justificação para todos os que creem.
Nossa justificação não esta estabelecida em nossa
própria justiça, mas na justiça que provem de Deus por meio de Jesus Cristo!
(Rm 3.21).
III-ADÃO
E CRISTO SÃO CONTRASTADOS (vv.15-21).
Não é possível comparar a graça de Deus com a consequência
do pecado de Adão. Pelo seu pecado veio o juízo condenatório a todos, mas a graça
emanou sobre os nossos muitos pecados e trouxe justificação.
Adão e Cristo são os representantes de duas naturezas
humanas. Adão é o representante da velha natureza, da morte; Cristo é o representante
da nova natureza, da vida. Ambas possuem contrastes marcantes que o texto em
estudo deixa muito claro.
O primeiro contraste que vemos aqui é que a natureza
humana decaída herdada de Adão trouxe morte física e espiritual para toda a
humanidade e a nova natureza regenerada conferida por Cristo trouxe abundante
graça sobre os que creem (vv.15-17).
O segundo contraste se evidencia pelas consequências
do ato de cada um. “O ato de desobediência de Adão trouxe julgamento e condenação,
mas a dádiva de Cristo traz justificação e perdão não apenas para aquele
pecado, como para todos os pecados cometidos através dos tempos”. Por isso a
dádiva de Cristo supera a transgressão de Adão (v.15). (Veloso)
O último contraste apresentado neste texto deixa claro
que Adão trouxe a morte física e espiritual; Jesus Cristo trouxe vida e vida
plena (Jo 10.10).
Segundo Ray Stedman explica: “O que é a vida? Vida é
amor, alegria, entusiasmo. É vitalidade, é poder e realização em todas as
direções, é cada possibilidade do nosso ser. Morte é ausência de vida. Morte é
vazio, solidão, miséria, depressão, tédio e inquietação”.
Nossa existência é evidenciada pela Vida ou pela
Morte? Há pessoas que têm mais morte do que vida em sua existência. Mas e você,
o que o caracteriza?
Não podemos nos esquecer de que há morte em Adão e
vida em Cristo (vv.18-21).
Nos versículos 18,19 Paulo está ensinando que os atos
de Adão e Jesus têm significados distintos para aqueles que eles representam: todos
os condenados o são por uma só ofensa de Adão; e todos os justificados o são
por um só ato de justiça de Cristo. (Geoffrey B Wilson).
Os versículos 20 e 21, por sua vez, ensinam que a Lei
realça de tal forma o pecado que é impossível ao homem dizer-se inocente (Rm 3.20;
7.7-13; Gl 3.19). Contudo, sabedor da sua triste condição revelada pela Lei, o
homem louva e exalta a Deus por sua graça em Jesus Cristo!
A graça é tão superior ao pecado que além de nos
perdoar também dá vida eterna e traz Cristo para reinar em nós. Deus seja
louvado!
O que contrasta Jesus e Adão é o mesmo que contrasta o
cristão autêntico do ímpio. O cristão tem em si a nova natureza de Jesus e
manifesta essa natureza por meio de sua vida, ao passo que o ímpio tem em si a
velha natureza de Adão, que também fica evidente por meio de sua conduta. Qual
das duas naturezas a sua conduta (palavras, atitudes e sentimentos)
caracteriza?
Conclusão
A
justificação é um ato soberano de Deus em perdoar a nossa dívida impagável.
Nenhum de nós poderia fazer nada para se livrar da culpa do pecado e ser salvo.
Contudo, Deus nos deu essa oportunidade em Jesus, no sacrifício vicário da
cruz.
Uma
vez justificados temos paz com Deus porque herdamos a natureza de Jesus e
recebemos vida abundante e eterna por sua infinita graça e misericórdia.
Como
temos vivido à luz dessa realidade tão maravilhosa da justificação pela fé?
Nossa vida tem sido uma expressão de gratidão e louvor ao Altíssimo por tão
grande salvação?
GLOSSÁRIO
Vicária – substituta.
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