domingo, 17 de junho de 2012

A EPÍSTOLA DE PAULO AOS ROMANOS


CAPÍTULO 5 – JUSTIFICADOs PELA FÉ

Texto Chave
“TENDO sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”.
Romanos 5.1
VERDADE TEOLÓGICA
“A razão pela qual não obtemos mais na oração é que não cremos mais. Geralmente Deus responde de acordo com nosso próprio coração.”
Richard Alleine
ESTUDO DE PREPARAÇÃO SEMANAL
Segunda – Rm 5.1-11   
Os resultados da justificação.
Terça – Ez 18.1-32     
Cada um é responsável pelo seu pecado diante de Deus.   
Quarta – Rm 5.12-14
Adão e Cristo, nossos representantes.
Quinta –  1Co 15.20-25
Em Adão todos morrem. Em Cristo todos são vivificados.
Sexta – Rm 5.15-21
Adão e Cristo contrastados.
Sábado – Rm 7.7-13
A lei realça o pecado.

Leitura Bíblica Congregacional
Romanos 5:1-5
1 - TENDO sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
2 - Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
3 - E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,
4 - E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
5 - E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.

Elucidação Textual
O texto de nossa Leitura Bíblica Congregacional explica o poder e o alcance da justificação. Também é explicado pelo apóstolo Paulo as consequências da justificação na vida dos salvos e sua repercussão na vida prática do fiel por meio da obra do Espírito Santo.
 
Introdução
Na lição de hoje vamos estudar a maravilhosa doutrina da Justificação e suas implicações sobre a nossa vida. Veremos como Jesus e Adão funcionam como representantes da humanidade. Adão como representante da humanidade impenitente e não arrependida e Jesus como representante da humanidade arrependida e justificada por Deus.
Ambos são contratados como modelos de duas humanidades. Adão é o representante da natureza da morte, Jesus da natureza da vida. A consequência do ato de Adão é julgamento e condenação, enquanto do ato de Jesus é justificação e perdão. Por fim, o grande contraste de Adão e Cristo é que o primeiro é o responsável pela morte física e espiritual enquanto o segundo é o responsável pela vida plena e eterna.
Envolva-se e compartilhe seu conhecimento dentro dessa área de conhecimento. Também se abra para aprender com os irmãos que participam contigo desse estudo.
Deus te abençoe

                  I – OS RESULTADOS DA JUSTIFICAÇÃO (vv.1-11).
Na lição anterior tratamos do tema da justificação pela fé. Como vimos, a justificação é uma das doutrinas mais importantes da Escritura Sagrada, pois ao ser justificado o homem passa da condição “de perdido para salvo, de inimigo para amigo de Deus, de injusto para justo, das trevas para luz, de ímpio para santo, de escravo para livre, da morte para a vida” (Veloso).
Como consequência da justificação o homem passa a ter paz (v.1), que significa que o conflito entre ele e Deus foi cancelado porque o Senhor Jesus recebeu sobre si o julgamento do nosso pecado como substituto e satisfez a exigência da justiça de Deus que pune o pecado com a morte (Ez 18.4,20; Rm 6.23a). Assim, Deus está contente conosco para sempre. Por menos entendimento da verdade que tenhamos ou por mais erros que cometamos; se nos arrependermos o Pai olhará para o sangue de Cristo, e não para os nossos pecados.
Outro benefício maravilhoso que recebemos por meio da justificação é o acesso a Deus (v.2a). Essa palavra se refere ao ato de “introduzir alguém na presença de um Rei” ou “ao porto onde os navios ancoram”. É como se Jesus nos tomasse pela mão e nos levasse à presença do Pai para nos apresentar como seus filhos comprados pelo sangue de Cristo.
Essa bênção desmedida gera em nosso coração uma enorme esperança da glória de Deus que é uma certeza perene e inabalável de um dia experimentarmos plenamente essa glória.
Consequentemente somos tomados de uma enorme alegria (vv.3-5), que mesmo nas tribulações nos alegramos em Deus pelos benefícios da Sua justificação: paciência e esperança.
Consequentemente a justificação nos traz a salvação (vv.6-10). O maravilhoso amor de Deus é evidente nesse fato. Ele deu o Seu Filho para que aqueles que eram inimigos pudessem ser salvos da ira.
Paulo aqui está se referindo a Rm 1.18, lembrando que a ira de Deus foi aplacada no sacrifício de Jesus (1Ts 1.10; 5.9). Essa salvação gera em nós a reconciliação com Deus, efetuada por Jesus e que mudou a disposição de Deus a nosso respeito, onde a ira foi removida e a graça e misericórdia estabelecida (v.11).
A salvação é um ato de Deus em nosso favor e não algo que nós possamos fazer para obtê-la. Nossa divida impagável foi plenamente perdoada em Jesus.

II – ADÃO E CRISTO: NOSSOS REPRESENTANTES (vv.12-14).
Este trecho exige atenção. Paulo usa uma linguagem comum para os judeus, mas complexa para nós.  O santo apóstolo está explicando que o homem foi arruinado pelo pecado de Adão e só pode ser resgatado pela justiça de Cristo ofertada por sua morte vicária.
Em Adão o homem foi contaminado pelo pecado. O pecado é um mal congênito, que herdamos de nossos pais no éden e que nos afasta de Deus (vv.12-14).
“Assim como uma árvore está contida em sua semente, assim também toda a humanidade está contida em Adão, portanto todos pecaram, e todos morreram: morte física e espiritual. Veja Gn 2:17; 3:19”  (Veloso).
Os modernistas e pós-modernistas ensinam que a história de Adão e Eva não passa de mito. E se cremos nessa linha de raciocínio, negando a historicidade desse evento, negamos a Escritura e desprezamos a oferta de Jesus em nosso favor, pois o sacrifício de Cristo perde todo significado se Adão e Eva não existiram.
Paulo baseia seu argumento no fato histórico de que houve um homem chamado Adão e uma mulher chamada Eva. Não devemos aceitar afirmações como: “Adão era uma figura simbólica”; “Eva nunca existiu”, etc. (1Tm 2.13,14; 1Co 15.22). Se os teóricos de hoje afirmam que não há como provar que eles existiram, também não há como provar que eles não existiram. Aliás, a própria ciência já comprovou que toda raça-humana descende de uma única mulher. Portanto, as evidências são mais favoráveis à Escritura.
Paulo ensina que o homem morre (física e espiritualmente) por causa do pecado de Adão, e não por causa dos seus próprios pecados (Rm 5.12), caso contrário, as criancinhas não morreriam. Porém, o ato de Cristo providencia a justificação para todos os que creem.
Nossa justificação não esta estabelecida em nossa própria justiça, mas na justiça que provem de Deus por meio de Jesus Cristo! (Rm 3.21).

III-ADÃO E CRISTO SÃO CONTRASTADOS (vv.15-21).
Não é possível comparar a graça de Deus com a consequência do pecado de Adão. Pelo seu pecado veio o juízo condenatório a todos, mas a graça emanou sobre os nossos muitos pecados e trouxe justificação.
Adão e Cristo são os representantes de duas naturezas humanas. Adão é o representante da velha natureza, da morte; Cristo é o representante da nova natureza, da vida. Ambas possuem contrastes marcantes que o texto em estudo deixa muito claro.
O primeiro contraste que vemos aqui é que a natureza humana decaída herdada de Adão trouxe morte física e espiritual para toda a humanidade e a nova natureza regenerada conferida por Cristo trouxe abundante graça sobre os que creem (vv.15-17).
O segundo contraste se evidencia pelas consequências do ato de cada um. “O ato de desobediência de Adão trouxe julgamento e condenação, mas a dádiva de Cristo traz justificação e perdão não apenas para aquele pecado, como para todos os pecados cometidos através dos tempos”. Por isso a dádiva de Cristo supera a transgressão de Adão (v.15). (Veloso)
O último contraste apresentado neste texto deixa claro que Adão trouxe a morte física e espiritual; Jesus Cristo trouxe vida e vida plena (Jo 10.10).
Segundo Ray Stedman explica: “O que é a vida? Vida é amor, alegria, entusiasmo. É vitalidade, é poder e realização em todas as direções, é cada possibilidade do nosso ser. Morte é ausência de vida. Morte é vazio, solidão, miséria, depressão, tédio e inquietação”.
Nossa existência é evidenciada pela Vida ou pela Morte? Há pessoas que têm mais morte do que vida em sua existência. Mas e você, o que o caracteriza?
Não podemos nos esquecer de que há morte em Adão e vida em Cristo (vv.18-21).
Nos versículos 18,19 Paulo está ensinando que os atos de Adão e Jesus têm significados distintos para aqueles que eles representam: todos os condenados o são por uma só ofensa de Adão; e todos os justificados o são por um só ato de justiça de Cristo. (Geoffrey B Wilson).
Os versículos 20 e 21, por sua vez, ensinam que a Lei realça de tal forma o pecado que é impossível ao homem dizer-se inocente (Rm 3.20; 7.7-13; Gl 3.19). Contudo, sabedor da sua triste condição revelada pela Lei, o homem louva e exalta a Deus por sua graça em Jesus Cristo!
A graça é tão superior ao pecado que além de nos perdoar também dá vida eterna e traz Cristo para reinar em nós. Deus seja louvado!
O que contrasta Jesus e Adão é o mesmo que contrasta o cristão autêntico do ímpio. O cristão tem em si a nova natureza de Jesus e manifesta essa natureza por meio de sua vida, ao passo que o ímpio tem em si a velha natureza de Adão, que também fica evidente por meio de sua conduta. Qual das duas naturezas a sua conduta (palavras, atitudes e sentimentos) caracteriza?

Conclusão
A justificação é um ato soberano de Deus em perdoar a nossa dívida impagável. Nenhum de nós poderia fazer nada para se livrar da culpa do pecado e ser salvo. Contudo, Deus nos deu essa oportunidade em Jesus, no sacrifício vicário da cruz.
Uma vez justificados temos paz com Deus porque herdamos a natureza de Jesus e recebemos vida abundante e eterna por sua infinita graça e misericórdia.
Como temos vivido à luz dessa realidade tão maravilhosa da justificação pela fé? Nossa vida tem sido uma expressão de gratidão e louvor ao Altíssimo por tão grande salvação?

GLOSSÁRIO
Vicária – substituta.

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