A criação humana
A Bíblia ensina que Deus criou cada coisa ou ser
que existe ou existiu. Essa criação especial deixa claro que Deus fez cada
criatura de acordo com a sua espécie (Gn 1.24).
Porém, quanto ao homem, a Escritura é clara em
ensinar que ele é distinto de todas as demais criaturas por ter sido feito à
imagem e semelhança de Deus (Gn 1.27).
A teoria da evolução (que muitos tentam nos
fazer acreditar que ela é uma lei e não mera teoria especulativa) propõe que as
criaturas não foram criadas de forma especial e única, mas que evoluíram a
partir de formas de vida inferiores. Como por exemplo, o macaco evoluiu e virou
homem.
O naturalismo evolucionista parece confundir variedade de espécies com evolução das espécies, que acabam por
formar uma nova espécie.
Para compreender isso é importante dizer que espécie se refere a uma classe de
animais ou plantas que se caracterizam por determinadas características e
propriedades que lhes são comuns. Essas espécies podem possuir variedades, ou seja, características
particulares acentuadas que não são comuns a toda espécie. Por exemplo: um tipo
especial de cachorro pode ser produzido por um processo específico, mas será
sempre um cachorro. E quando essa variedade de cachorro se perpetua então é
gerada uma raça. Assim concluímos que dentro das espécies podem existir uma
série de raças, mas elas possuirão características que sempre as identificarão
com a sua espécie. Humanos podem ser Judeus, Árabes, Negros, Brancos, Vermelhos
ou Amarelos, mas sempre serão seres-humanos. Cães podem ser Labradores, Pequineses,
Buldogs, ou qualquer outra raça, mas sempre serão cães. E não há nada que prove
que poderão evoluir a ponto de se tornarem outra espécie.
A
NATUREZA DO HOMEM
A Triunidade Humana
O Gênesis 2.7 ensina-nos que Deus quando fez o
homem usou como matéria prima o pó da terra, em seguida lhe soprou o espírito
(fôlego de vida) e o homem se fez alma vivente.
O homem é composto de espírito, alma e corpo (1Ts
5.23; Hb 4.12). Os dicotomistas e os tricotomistas discutem acerca desse ponto
de vista, posto que os primeiros defendem que o ser é composto de duas partes
apenas e o segundo grupo que o homem é triuno. Contudo, ambas as posições podem
ser compreendidas sem dificuldades. O espírito e a alma constituem os âmbitos
não visíveis do ser e representam os dois lados da natureza espiritual. A alma
é a parte constituinte de nosso ser que se refere à nossa mente e às nossas
emoções, também chamada de coração, sendo o depositório de todo o nosso conhecimento
e sentimentos. O espírito é a parte constituinte de nosso ser que nos faz
conhecer as realidades espirituais e as comunica à alma. O espírito opera
através da nossa consciência. Porém, embora diferentes, espírito e alma são
inseparáveis e estão tão interligados que ambos se confundem (Ec 12.7; Ap 6.9),
sendo que em um trecho descreve-se a substância espiritual do homem como alma
(Mt 10.28) e em outra parte, como espírito (Tg 2.26).
A despeito de os termos serem usados
alternadamente, ambos têm significado distintos. A alma se refere ao homem em
relação a essa vida. Os falecidos são chamados de almas quando a Escritura se
refere a sua vida pregressa (Ap 6.9,10; 20.4). Já o espírito é a descrição comum
dos que passaram para a outra vida (At 7.59; 23.9; Hb 12.23; Lc 23.46; 1Pe
3.19).
Já o corpo do homem é chamado na Escritura de
habitação terrena ou tabernáculo (2Co 5.1). É a morada da alma durante sua
viagem para a eternidade. Com a morte, desarma-se a tenda, e a alma parte (Cf.
Is 38.12; 2Pe 1.13,14). Também é o invólucro do espírito (Dn 7.15). O corpo é a
bainha da alma. A morte é o desembainhar da espada. Por fim, o corpo é o Templo,
consagrado pela presença de Deus – um lugar onde a onipresença de Deus se
localiza (1Re 8.27,28). O corpo do Senhor Jesus foi um templo (Jo 2.21), porque
Deus estava nele (2Co 5.19). Nosso corpo se torna templo do Espírito Santo quando
começamos um relacionamento com Deus (1Co 6.19). Enquanto a filosofia grega
desprezava o corpo, tendo-o como uma restrição à alma, a Bíblia apresenta-o
como uma obra maravilhosa de Deus e que deve ser consagrado a Ele (Rm 12.1) e
para a Sua glória (1Co 6.20).
Embora esse corpo, que hoje temos, seja terreno
(1Co 15.47) e tenha se tornado um corpo de humilhação e sujeito a doenças e morte
(Fp 3.21; 1Co 15.53). Esperamos o corpo celestial que nos foi prometido (2Co
5.2) que nos será dado quando o Senhor voltar (2Co 5.5; Rm 8.11).
A
Imagem de Deus no Homem
Fomos feitos a imagem e semelhança de Deus (Gn 5.1;
9.6; Ec 7.29; At 17.26,28,29; 1Co 11.7; 2Co 3.18; 4.4; Ef 4.24; Cl 1.15; 3.10;
Tg 3.19; Is 43.7; Ef 2.10).
A imagem de Deus se constitui por quatro aspectos:
O parentesco com Deus – Depois da queda o homem
precisa ser renascido no espírito para ser filho de Deus (Ef 4.24) e se tornar
concidadão dos santos e membro da família de Deus (Ef 2.19) do qual todos os
fiéis tomam o nome (Ef 3.15).
O caráter moral – A capacidade de reconhecer entre
o bem e o mal é uma característica que, de toda a criação, somente o homem
possui.
Razão – Nenhuma outra criatura é capaz de refletir
sobre si mesmo e sobre a natureza. A capacidade racional humana é fantástica.
Nossas invenções, os milhões de livros escritos, todo conhecimento difundido. Nenhuma
outra criatura é capaz de tais feitos.
A eternidade – O Senhor colocou a eternidade no
coração (alma) do homem (Ec 3.11).
Domínio sobre a terra – Por possuir a imagem de
Deus o homem recebeu do Senhor o domínio absoluto sobre a criação, como mordomo
do Altíssimo (Gn 1.28; Sl 8.5-8).
O homem é a coroa da criação e a obra prima de Deus
e, por isso, tem sobre si uma enorme responsabilidade de dignificar aquele que
o criou.
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