Queridos, o que segue abaixo é um texto de um dos meus mentores espirituais e teológicos, o pastor e doutor, Israel Sifoleli. Esse homem de Deus tem influenciado minha vida e mentoreado meu ministério, ainda que à distância. Por isso, pedi a ele a autorização para publicar o texto que está abaixo, pois acredito que também irá te abençoar.
Grande abraço.
Pr. Ioséias.
Todo estudante atento das Escrituras a de ficar perplexo e confuso diante das passagens que aparentemente se contradizem. Como entender passagens que afirmam que há um só Deus se outras afirmam que há três pessoas distintas; como harmonizar as que declaram enfaticamente que Jesus é Deus perfeito se outras afirmam sua plena humanidade e como compreender as que falam de eleição e predestinação contra as que sustentam a responsabilidade humana. Estas dificuldades são chamadas pelos teólogos de antinômios (antinomia). Por isso, não devemos ler as Escrituras com os ósculos do racionalismo e lógica humanos, mas pela fé descansar no caráter sábio e soberano de Deus. Aliás, por falar em fé, ela também apresenta dois lados da moeda. Num certo sentido, viver pela fé implica em descansar nas promessas e seguir esperando pacientemente em Deus. É percorrer os cominhos pavimentados pelo sobrenatural. Em outro sentido, é contribuir com a história exercitando responsavelmente os dons e talentos que o Senhor nos dotou. É assumir nossa vocação de seres habilitados a governar e sujeitar a criação. Abraão, o pai da fé, é um ótimo exemplo. Sempre me impressionou a história de um homem próspero que se lança numa aventura, aos setenta e cinco anos, sustentado unicamente pela palavra de Deus. Esta mesma fé o faz crer, contra os anos e a esterilidade, que será pai de numerosa multidão. Entretanto, conforme Gênesis 14: 14-16, ele age naturalmente como qualquer guerreiro: escolhe seus soldados, decide a melhor estratégia e obtém a vitória. Vitória esta legitimada pelos céus na benção de Melquisedeque. É verdade que sempre há o perigo de precipitações (Abrão e Sara que o digam) quando estamos laborando no terreno do natural, existe a tentação do sinergismo (“tentativa independente de ajudar a Deus a concretizar seu propósito”). Parece, então, que mais uma vez, temos o desafio de equilibrar os dois lados, o desafio empolgante de viver uma passividade-ativa (Schaeffer).
Pr. Israel Sifoleli
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