sábado, 17 de setembro de 2011

A PROMESSA DA IGREJA TRIUNFANTE

TEXTO-CHAVE: “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;”.

Mateus 16.18

VERDADE TEOLÓGICA: “A Igreja é indestrutível porque está edificada sobre uma base eterna: A Verdade absoluta de que Jesus Cristo é o Filho Unigênito de Deus”.

Pr. Ioséias


ESTUDOS DE PREPARAÇÃO SEMANAL

Segunda-feira: 1Pe 2.1-5
     Igreja: Pedras vivas do edifício de Deus.

Terça-feira: 1Pe 2.6-10
     Igreja: Sacerdócio real, povo adquirido para anunciar as grandezas de Deus.

Quarta-feira: Ef 2.20-22
     Igreja: A edificação de Jesus.

Quinta-feira: 1Pe 5.8-11
     Igreja, cuidado! O diabo está ao derredor buscando a quem possa tragar.

Sexta-feira: Jo 13.31-35
     Igreja: O amor é o que te identifica com Cristo.

Sábado: Mt 16.13-19
     Igreja: Se alegre, pois o inferno não pode destruí-la!

Leitura Bíblica Congregacional
     Mateus 16:13-19

13 - E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
     14 - E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.
     15 - Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
     16 - E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
     17 - E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
     18 - Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
     19 - E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.

ELUCIDAÇÃO TEXTUAL
     Nosso texto da Leitura Bíblica Congregacional fala de uma declaração maravilhosa daquele que seria o apóstolo inaugurador da Igreja, Pedro (At 2). Ele declarou com firmeza que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus, e a partir dessa declaração dele Jesus começou a ensinar-lhes sobre o fundamento pelo qual a Sua igreja seria edificada: a convicção de que Jesus é o Filho de Deus, Salvador da humanidade. Por esse motivo essa igreja seria indestrutível e o inimigo jamais a conseguiria destruir, uma que ela é sustentada pelo Todo-Poderoso Filho de Deus.

INTRODUÇÃO
     Permanecendo firmes em nossos estudos acerca das promessas de Deus hoje analisaremos um texto muito conhecido pelos cristãos em todo o mundo: A promessa de que as portas do inferno jamais prevalecerão contra a Igreja de Jesus.
     Como veremos, a glória da Igreja consiste no fato de ela ter sido alcançada pela graça de Deus que nos é ofertada em Jesus, que nos tirou da “pedreira” do mundo para nos fazer “tijolos” na edificação da Sua igreja. Contudo, a vida da igreja não é isenta de lutas, pois ela tem um inimigo implacável, que jamais desiste de destruí-la. Entretanto, a Igreja está guardada em Jesus e aqueles que são parte dela não poderão jamais ser destruídos pelo inimigo.
     Dê sua contribuição para o esclarecimento e a ampliação do tema para que você possa crescer e ajudar outros a crescer em conhecimento diante de Deus.

I-A GLÓRIA DA IGREJA
     Os teólogos dividem a igreja em “Igreja militante” e “Igreja triunfante”. A igreja triunfante é aquela da qual fazem parte os irmãos que foram estar com o Senhor. Terminaram suas lutas e pelejas e agora descansam aguardando o arrebatamento de todos os santos e a consumação da obra de Deus no céu e na terra. Nós, entretanto, fazemos parte da igreja militante. Ainda estamos nesse mundo de desordem e luta.
      A Igreja é tão gloriosa que meras palavras não a conseguem descrevê-la. Ela é uma edificação espiritual composta de cristãos individuais. Fomos colocados nesse edifício pela graça de Deus. Foi ela que nos encontro na “pedreira” da humanidade. Foi a graça que nos retirou de lá, que nos quebrou e lavrou. Foi a graça que nos transformou em pedras vivas e nos inseriu na igreja (Ef 2.20-22).
     A Igreja é gloriosa por causa dessa graça. Não merecíamos fazer parte da igreja assim como os outros “materiais” da “pedreira da humanidade”. Éramos pecadores como os demais. Havíamos quebrado a santa lei de Deus e merecíamos somente ira e condenação. Mas essa indescritível e incomparável graça de Deus enviou o Senhor Jesus Cristo à cruz do Calvário. Ali ele recebeu, em si mesmo, o castigo que legalmente era nosso. Ali ele derramou seu sangue por nós. Nas palavras do apóstolo Paulo: “Cristo amou a sua igreja e se deu por ela” (Ef 5.25).
     Agora a igreja pertence a Cristo. Ela é sua possessão comprada e estimada e ele tem um propósito para ela. Ela deve anunciar as grandezas dele (1Pe 2.9,10).
     A Igreja, portanto, é gloriosa por causa da “pedreira” da qual ela foi tirada (a pedreira do pecado), por causa da graça que a comprou e por causa do propósito que o Senhor tem para ela. Mas ela é odiada pelo diabo, que tanto se empenha para destruí-la, como veremos abaixo.

II-SATANÁS ODEIA A IGREJA
     Embora a igreja seja gloriosa e amada por nós há alguém que a odeia na mesma intensidade com que Cristo Jesus a ama. Ele a odeia porque perdeu o domínio que tinha sobre os que hoje são membros da igreja, como faz com os demais pecadores que ainda estão sob a sua influência e poder. Cada membro da igreja era parte da “pedreira” de Satanás e o Senhor Jesus os tirou de lá para edificar sua casa espiritual.
     Satã também odeia a igreja porque ela representa tudo o que ele detesta. Ela foi formada para demonstrar a glória da redenção em Jesus, para ser santa, pura, justa e amorosa e isso a torna odiosa aos olhos do maligno.
      Por este ódio tão intenso, Satanás está continuamente empenhado em destruir a igreja, minando as forças de cada um de nós individualmente ou atacando o Corpo de Cristo coletivamente. Entretanto, Jesus fala das portas do inferno e afirma que elas jamais prevalecerão sobre a Igreja de Cristo (Mt 16.18). Portas eram lugares onde homens nobres se reuniam para tomar decisões importantes e também são locais de acesso. Portanto, o que Jesus está ensinando aqui é que os intentos infernais de Satã e suas tentativas de acesso à Igreja do Senhor sempre serão frustradas no que concerne à destruição do Corpo de Cristo, mas podem e, infelizmente, algumas vezes acabam por destruir a vida de alguns cristãos que dão “brechas” para o inimigo entrar em sua vida e destruí-la (1Pe 5.8).
     As falsas doutrinas, a hipocrisia, o julgamento temerário do irmão, a dissensão, a perseguição, a apatia, o egoísmo, a infantilidade, a raiva, o ressentimento, o espírito crítico e tudo o que traz tristeza e divisão à Igreja e entristece o Espírito Santo vêm direto das portas inferno.
     Cada vez que a Igreja se reúne para adorar o céu e o inferno se defrontam em uma batalha. Cada vez que a igreja sai para ministrar neste mundo perdido, o inferno resistirá a ela. Mas, graças a Deus a Igreja tem uma segurança inabalável que analisaremos a seguir.
                                                                 
     III–A SEGURANÇA DA IGREJA          
     Bem, diante do fato de que estamos em batalha precisamos nos perguntar: Qual será o resultado dessa luta? A Igreja pode passar por momentos em que parece que ela vai expirar, deixar de existir, mas não precisamos nos preocupar com a Igreja porque ela está edificada sobre a rocha inabalável, Jesus Cristo (v.16; 1Pe 2.4).
     O nome Pedro é de origem grega e significa “pedra”, geralmente se referindo a uma pequena pedra. E ao fazer tal declaração de fé com respeito ao Senhor Jesus, o Mestre faz um jogo de palavras com o nome de Pedro dizendo: “Você é uma pequena pedra, mas eu fundarei a minha igreja sobre esta grande pedra”. Isto é, a pedra inabalável sobre a qual a igreja seria edificada era a convicção de que Jesus é o Cristo Salvador, o Filho do Deus vivo.
     Jesus é o fundamento da Igreja. Portanto, a Igreja é inabalável e indestrutível porque está estabelecida na fé na pessoa do Filho de Deus.
     Alguém poderia perguntar: “Mas por que então vemos igrejas sendo fechadas?” Ou ainda: “Por que o inferno prevalece sobre alguns cristãos, visto serem a expressão individual da igreja?” Bem, primeiro é importante frisar que denominações não são a Igreja de Cristo, mas expressões dela, e portanto, Jesus não tem compromisso com denominações, mas com a Sua Igreja dentro delas. Segundo, porque nem todo membro de denominação é membro do Corpo de Cristo. Para que isso seja verdade é preciso se observar o que as Escrituras ensinam sobre ser igreja.
     Em resumo, nós somente somos igreja se estamos em Cristo (Jo 15.7), santificados por Ele (1Co 1.2), vivendo em amor uns com os outros (Jo 13.35) e anunciando as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua luz (missão) (2Pe 2.9). Desta forma o inferno não prevalecerá sobre a nossa vida jamais.
     Podemos ter certeza de que Jesus cumprirá a sua promessa, pois ele deu provas mais que suficientes de sua onipotência ao ressuscitar. O mesmo que saiu do sepulcro ao terceiro dia é o que prometeu que edificaria a sua igreja. Mesmo a despeito das falsas doutrinas, da hipocrisia, de cristãos indolentes e de todas as tentativas do inferno, Jesus continua edificando a sua igreja e ela permanece firme e em constante crescimento. Glória a Deus!

CONCLUSÃO
    Diante do que estudamos nossa atitude premente deve ser nos certificar de que fazemos parte da Igreja, não meramente da denominação “Congregacional” ou qualquer que seja, mas da Igreja de Jesus, que é composta daqueles que se arrependeram dos seus pecados, confiam em Jesus como seu Salvador e Senhor e estão comprometidos em viver para Ele e para a promoção do Seu Reino.
     Se somos igreja só o somos porque estamos em comunhão uns com os outros, pois ninguém é igreja individualmente se não o é coletivamente. Sendo assim, viva por ela, ame-a e não se esqueça: se você não está fazendo o seu melhor para a igreja de Jesus, você está sendo usado por Satã para destruí-la. Não há meio termo nisso.

GLOSSÁrio
     Julgamento temerário – Julgamento sem conhecimento total de causa, precipitado, afoito.
     Apatia – indiferença, moleza, insensibilidade.

Bibliografia
     Ellsworth, Roger, O Deus de palavra, Ed. Vida, 214 páginas.
     Bíblia Sagrada, Edição Revista e Corrigida (Edição de 1995); Sociedade Bíblica do Brasil.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Os Princípios do Congregacionalismo


O regime de governo eclesiástico conhecido como Congregacional é um sistema onde cada congregação local é autônoma e independente. A igreja local possui autonomia para sua própria reflexão teológica, expansão missionária, relação com outras congregações e seleção de seu ministério. O Congregacionalismo está baseado nos seguintes princípios:
Cada congregação de fiéis, unida pela adoração, observação dos sacramentos e disciplina cristã, é uma Igreja completa, não subordinada em sua administração a qualquer outra autoridade eclesiástica senão a de sua própria assembléia, que é a autoridade decisória final do governo de cada igreja local.
Não existe nenhuma outra organização ou entidade maior ou mais extensa do que uma Igreja local a quem pode ser dada prerrogativas eclesiásticas ou ser chamada de Igreja.
As igrejas locais estão em comunhão umas com as outras, são interdependentes e estão intercomprometidas no cumprimento de todos os deveres resultantes dessa comunhão. Por isso, se organizam em Concílios, Sínodos ou Associações. Entretanto, essas organizações não são Igrejas, mas são formadas por elas e estão a serviço delas.
O Congregacionalismo é o regime de governo mais comum em denominações como Anabatistas, Igreja Batista, Discípulos de Cristo, Igreja de Cristo no Brasil e obviamente a própria denominação que deu nome ao termo: a Igreja Congregacional (Wikipédia).
O primeiro documento que apresenta os princípios do Congregacionalismo é a Declaração de Fé e Ordem, que foi redigida em Londres em 1658. A Declaração Savoy de Fé foi elaborada a partir da Confissão de Fé de Westminster com pouquíssimas mudanças. A fé dos Separatistas (ou Independentes) na Inglaterra era a mesma dos Presbiterianos. Onde eles divergiam era na área de governo eclesiástico, e é na Declaração Savoy de Ordem que o governo Congregacional é mais clara e resumidamente estabelecido.
Os Presbiterianos têm níveis diferentes de autoridade em seus sistema de governo. Os membros de uma Igreja local devem submeter-se a um Conselho dentro da igreja local; o Conselho deve submete-se ao Presbitério que é encarregado da liderança naquela área e o presbitério deve submeter-se ao Sínodo; e o Sínodo deve obedecer ao Supremo Concílio. Todo o que foi decidido no Supremo Concílio torna a ser lei para as igrejas locais. Os Episcopais, os Anglicanos, os Metodistas e os Luteranos também têm sistema hierárquicos com vários níveis de autoridade. Mas os Congregacionalistas não têm nenhum sistema hierárquico.
No geral, há trinta artigos na Declaração Savoy de Ordem. Não é minha intenção expor todos os trintas, mas apenas para retirar deles os mais importantes princípios do Congregacionalismo.
I - O primeiro e o mais importantes princípios do Congregacionalismo é que Jesus Cristo é o Senhor e a única Cabeça de Seu Corpo, a Igreja. Outros cristãos, também acreditam no Senhorio de Cristo. Mas no Congregacionalismo, o Senhorio de Cristo está no coração do nosso sistema de governo. As cartas de Paulo aos Efésios e aos Colossenses dão a Cabeça ao Seu Corpo, a Igreja.
II - Um segundo princípios do Congregacionalismo é que Jesus Cristo junta pessoas para si mesmo. A palavra grega para a igreja refere-se a uma reunião de pessoas que haviam sido chamadas por Cristo. Cristo chama-nos do mundo para a aliança com Ele mesmo. Nas palavras de Pedro: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.
III - Um terceiro princípio do Congregacionalismo é que a Igreja devem consistir de uma reunião local de pessoas que Cristo chamou para Si. É natural para os cristão estarem reunidos. Assim Jesus reúne pessoas para Ele mesmo, e quando Ele junta pessoas para Si, eles também são reunidos para perto uns dos outros. Este é certamente o modelo que nós vemos no Livro de Atos. O Evangelho era pregado, o povo era reunido para Cristo, e em ser reunido para Cristo,  Ele era reunido para si mesmo.
Geralmente, quando o Novo Testamento usa a palavra igreja, está se referindo a um destes ajuntamentos locais. Nós temos a respeito da igreja em Jerusalém, da igreja em Antioquia, e assim por diante. Isto simplesmente significa que os cristãos tinham se reunido naqueles lugares. Quando o Novo Testamento refere-se a uma região, ele usa o plural e assim nós lemos a respeito das igrejas da Macedônia, das igrejas da Ásia e das igrejas  da Galácia. A única outra maneira em que a palavra igreja é usada no Novo Testamento é no sentido universal. Jesus falou sobre a construção de Sua Igreja (Mt.16.18). “...Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela.” (Ef.5.25). Jesus é a Cabeça da Igreja (Ef.1.22;5.23 e Cl.1.18). A coisa importante para se observar é que não há nenhuma outra organização ou estrutura entre a igreja local e a igreja universal que é chamada de uma igreja no Novo Testamento. Então, quando você fala sobre uma denominação como uma igreja, você está usando a palavra “Igreja” de uma maneira que nunca é usada no Novo Testamento. É por esta razão que é apropriado para você chamar a si mesmo como a Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil.
Uma implicação importante deste terceiro princípio do Congregacionalismo é que todo membro da igreja local deve ser cristão - um seguidor verdadeiro de Cristo. Agora, é claro, a igreja local não é uma instituição perfeita. Haverá sempre joio crescendo no meio do trigo. E como Jesus avisou, um  arrancamento descuidado do joio pode também prejudicar o trigo. Mas, ao mesmo tempo, deve tomar cuidado no recebimento de novos membros para que os descrentes não sejam trazidos publicamente para dentro da igreja. Certamente que os novos cristão, fracos e imaturos, não devem nunca ser excluídos, mas se a Igreja local é para ser um agrupamento do povo de Cristo, todo membro deve ter um compromisso com ele.
Uma outra implicação deste terceiro princípio é que todo membro deve concordar em andar com todos os outros membros da maneira do Senhor. Na Inglaterra e na América, este acordo é na forma de um pacto.        
Este tipo de pacto é o pacto da primeira igreja em Salem, Massachusetts em  1629. Ele afirma: “Nós fazemos pacto com o Senhor e uns com os outros e nós nos ajuntamos na presença de Deus para andar em seu caminho completamente, da mesma forma que Ele está contente por revelar-Se a nós em Sua abençoada Palavra da Verdade”.
Existe alguma coisa maravilhosa e excitante sobre um grupo do povo de Deus reunindo-se para envolver-se neste tipo de acordo. Associar-se a uma igreja não deve ser como associar-se a um clube. Pelo contrário, é juntar-se a um grupo de crentes, ligados a Cristo e uns aos outros, com propósitos comuns de adorar a Deus, de encorajar e amar aos outros e de fazer a obra de Cristo no mundo.
  IV - Um quarto princípio do Congregacionalismo é que Cristo concede poder e autoridade a cada igreja local para exercer suas responsabilidade, através do poder do Espírito Santo e em obediência a Palavra de Deus. Jesus disse: “Pois, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estarei Eu com eles.”(Mt.18.20). Quando Jesus está no meio de Seu povo e o povo tem Sua Palavra escrita, estando eles buscando a Sua vontade para a vida de sua igreja, eles têm tudo que  precisam.
Pense a respeito da implicação deste princípio para cada igreja local. Toda vez que nos reunimos, Cristo está presente. Por isso, toda vez que estivermos juntos, seja para adoração ou para negócio, deve ser uma experiência espiritual, pois Cristo está presente. E quando nós nos ajuntamos, não é para buscarmos nossa própria vontade, ou para agirmos da nossa própria maneira, mas é pra buscarmos a vontade de Cristo. Oração e uma busca por Cristo devem fazer parte de todo culto.
Isto também significa que todo membro é importante e deve exercer sua responsabilidade seriamente. Não existe nenhum membro simples da igreja pelo qual Deus não possa falar. Nós cremos no sacerdócio de cada crente. Todo membro tem recebido dons por Deus e tem alguma coisa para contribuir com toda a aliança. Não existe nenhuma elite espiritual na vida de uma igreja. Somos todos iguais diante de Deus.
Isto também significa que toda igreja local tem o poder de eleger seus próprios oficiais e para disciplinar seus próprios membros. Contudo, isto é para ser feito também sob o Senhorio de Cristo. Se Cristo orou toda a noite anterior à convocação de seus doze discípulos, tanto mais nós devemos esperar em Cristo antes de escolhermos nossos líderes ou disciplinar nossos membros.
V - Um quinto princípio do Congregacionalismo é que é apropriado e benéfico para cada igreja local buscar aliança e conselho de outras congregações locais. A declaração Savoy de Ordem chega ao ponto de dizer: “Todas as igrejas e todos os seus membros estão obrigados a orar continuamente pelo bem e pela propriedades de todas as igrejas de Cristo em todos os lugares”.
O Congregacionalismo nunca foi meramente uma coleção de congregações independentes. é verdade que os peregrinos puritanos inglês eram separatistas e que eles declararam-se independentes da Igreja da Inglaterra e de suas práticas e traduções não bíblicas, mas eles nunca declararam-se independentes uns dos outros. Embora cada igreja local ser autônoma e livre, eles reconheciam que tinham uma grande dependência de Deus, de Suas Palavras e uns dos outros como membros companheiros do corpo de cristo. Exatamente como a igreja em Antioquia que avistou ajuda da igreja em Jerusalém, eles acreditavam na busca mútua de ajuda e encorajamento, umas das outras.
É por este tipo de espírito que as Igrejas Congregacionais tem se reunido em conferências, associações, alianças, uniões, associações. E é por este tipo de espírito que a Fraternidade Mundial Evangélica Congregacional foi formada.
Contudo, deve ser entendido que estes grupos de igrejas existem para servir a igreja local e não para controlá-la. O senso comum e a história têm demonstrado que há coisas que podemos fazer juntos que nós não podemos fazer sozinhos, mas ainda é principalmente pela igreja local que Cristo realiza Sua obra.           
Estes são apenas alguns dos princípios pelos quais o Congregacionalismo é baseado. O Congregacionalismo não é uma maneira fácil. É uma maneira difícil. É exigente. Envolve responsabilidade. Requer maturidade espiritual. Há muitos idealismos nele. Mas é verdade que é uma maneira cristã. Jesus disse: “Sigam-me” e nunca foi fácil, e foi sempre idealístico, mas é nossa meta; é nosso objetivo.      
Podemos retornar este espírito, hoje, em nossas igrejas e em nossas denominações Congregacionais Evangélicas? Todos nós somos uma influência positiva e negativa na Igreja de Jesus Cristo. Ou nossos supremos interesses estão, na vontade de Cristo, sendo feitos na vida da Igreja ou nossos interesses estão em fazer nossa própria vontade?  Cada um de nós deve examinar nosso próprio coração para ver o que é verdadeiro em nós. Isto requer um espírito de profunda humildade - uma vontade em nos submetermos a Cristo e uns aos outros. E isto requer um espírito de profundo amor - uma obediência a Cristo e uma afeição pelos outros.
Que o Senhor nos ajude a sermos tanto humildes quanto caridosos ao traçarmos este caminho dos puritanos. 

Rev. Clifford Christensen

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Homilética - O sermão expositivo.

O sermão expositivo tira da Palavra de Deus os argumentos principais da exegese ou exposição completa de um trecho mais ou menos extenso. O Dr. C. W. Koller, famoso professor de homilética, define sermão expositivo com esses argumentos:
     1. O "Sermão Expositivo" consiste da "Exposição" mais aplicação e persuasão (argumentação e exortação). Uma "exposição" torna-se um sermão, e o mestre torna-se pregador, no ponto em que é feita uma aplicação ao ouvinte, com vistas a alguma forma de resposta, em termos de fé ou entrega.
     2. O "Sermão Expositivo" extrai os seus principais pontos, ou o subtítulo dominante de cada ponto principal, do particular parágrafo ou capítulo do livro da Bíblia de que trata.
J. Braga define o sermão expositivo como aquela mensagem "em que uma porção mais ou menos extensa da Escritura é interpretada em relação a um tema ou assunto. A maior parte do material deste tipo de sermão provém diretamente da passagem, e o esboço consiste em uma série de idéias progressivas que giram em torno de uma idéia principal".

Características do sermão expositivo:
  1. Unidade. Não é um mero comentário de textos bíblicos e, sim, uma análise pormenorizada e lógica do texto sagrado.
  2. Presta-se melhor à exposição contínua de um livro inteiro ou de uma doutrina.
  3. É de grande valor para o desenvolvimento do poder espiritual e da cultura teológica do pregador e de sua congregação.
  4. Inclina-se mais à intérpretação natural das Escrituras do que à alegórica.
  5. É o método mais difícil, apreciado pelos que se dedicam à leitura e ao estudo diário e constante da Bíblia..
EXEMPLO:
 Tema: Dois tipos de cristão.
 Texto: Lucas 10.38-42

Introdução: Todos os cristãos são discípulos de Jesus, sendo salvos por Sua divina graça; mas nem todos são iguais. De fato, estudando as atitudes das duas discípulas de Betânia, Marta e Maria, a quem o Senhor amava e em cuja casa gostava de estar, descobrimos nelas dois tipos de cristão. Vejamos, pois, em face do texto, quais são esses tipos.

I - CRISTÃOS MAIS PREOCUPADOS COM O ASPECTO MATERIAL DA VIDA CRISTÃ DO QUE COM O ESPIRITUAL - v. 40.
  1. Marta, não obstante ter sido uma boa crente, representa esse tipo de cristão.
  2. Notemos que Marta provavelmente estava preparando uma refeição para o Senhor e Seus discípulos - v.38.
  3. Ou, talvez, após oferecer a refeição, tenha se dedicado a outros trabalhos domésticos, aos quais deu mais importância do que ao aprendizado dos mistérios do Reino de Deus, aos pés de Jesus - v. 42.
  4. Essa atitude arrastou Marta - como também acontece com qualquer cristão - aos seguintes estados:
    • Viver preocupado - "te preocupas com muitas coisas". Queremos fazer diversos negócios ao mesmo tempo preocupamo-nos com a possibilidade do prejuízo ou do fracasso.
    • Viver ansioso - "Marta, estás ansiosa". A ansiedade é fruto de alguma preocupação de ordem material ou moral, a falta de confiança na providência de Deus. Ela pode gerar graves disturbios físicos com consequências fatais.
    • Viver perturbado - "Marta, andas perturbada". Os cristãos que coloca os valores materiais em primeiro plano em sua vida não pode deixar de ter perturbações, porque quase sempre confia mais em sua própria habilidade do que no Senhor, para solucionar seus problemas.
    •  Censurar os cristãos mais espirituais ou chamá-los de fanáticos, porque preocupa-se mais com as coisas do Reino de Deus. "Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir só?".
  5. Desse modo, os cristãos que andam assoberbados de serviços e negócios não dispõem tempo:
    • Para falar com o Senhor em oração;
    • Para ler Sua Palavra e nela meditar;
    • Para dar testemunho do poder salvador de Jesus;
    • Para ir à igreja ou tomar parte das atividades eclesiásticas.
II - CRISTÃOS QUS SE PREOCUPAM MAIS COM O ASPECTO ESPIRITUAL DA VIDA CRISTÃ DO QUE COM  O MATERIAL - v. 42.
  1. Maria sabia que era seu dever ajudar a irmã no serviço doméstico; entretanto, sentia que maior era o dever de ouvir e aprender de Jesus aquilo que ninguém poderia ensinar melhor que Ele.
  2. Os serviços domésticos, sempre ela os poderia fazer, mas ouvir a Palavra da vida dos lábios de Jesus era raro. Por esse motivo, não queria perder tal oportunidade. Assim deve proceder todo cristão.
  3. Não há prejuízo, mas somente lucro em pararmos um pouco as atividades materiais ou os negócios a fim de nos dedicarmos ao serviço e interesses do Reino de Deus.
  4. Os cristãos que submetem seus interesses aos de Jesus sempre:
    • São espirituais.
    • São fervorosos.
    • Não têm preocupações obsessivas de ordem material.
    • São confiantes na providência e no amor de Deus.
    • Têm paz e tranquilidade de espirito.
    • Têm satisfação e prazer em ser cristãos.
    • Escolhem a melhor parte, que jamais lhes será tirada, e crescem "na graça e no conhecimento de Jesus".
CONCLUSÃO:
A que tipo pertencemos nós? Se do tipo de Maria, somos bem-aventurados. Entretanto, não devemos nos orgulhar disso, mas persistir humildemente no mesmo caminho. Se, porém, somos do tipo de Marta, atendamos às advertências carinhosas do Senhor e mudemos de rumo para nossa felicidade e para a glória de seu nome.

Fonte: Reifler, Hans Ulrich; Pregação ao alcance de todos, Ed. Vida Nova.