terça-feira, 8 de setembro de 2020

PELA PALAVRA AS COISAS SÃO CRIADAS MAS NO SILÊNCIO ELAS CRESCEM



Confúcio foi e continua sendo um grande sábio. Mesmo depois de morto ainda fala. Mas, do meu lugar de insignificância entendo que ele estava apenas parcialmente correto. O silêncio não cria, ele faz crescer o que já existe, "como uma semente". E esta semente que cresce no silêncio é o resultado de muitas falas que acolhemos na vida, sejam nossas ou de outras pessoas. 

Não necessariamente essa "semente" que cresce no nosso silêncio produzirá coisas boas e positivas. Às vezes, no silêncio cresce uma semente de reflexões saudáveis, que geram saídas, novas perspectivas e soluções incríveis. Outras vezes, é uma semente de pensamentos doentios e repetitivos, que aprisionam e formam um caos interior enorme.

Entendo que a questão está na sabedoria de discernir que tipo de semente (palavras) estamos cultivando no silêncio: A semente do pensamento criativo, que é produto da quietude de uma solitude saudável, onde há prazer em estar só e pensar, ou a semente do pensamento destrutivo, que é produto da solidão massacrante, onde há a dor de não ter com quem se abrir para tirar tal semente ruim, por falta de opção ou por se sentir julgado pelo que se expõe.

Exerça sua sabedoria interior e sonde as sementes dos seus silêncios. Se elas te alegram, cultive-as, se te geram dor, procure alguém que possa te escutar, enquanto você arranca da alma essa semente ruim e expurga essa dor. 

Para mim, a sabedoria não está meramente no silêncio, mas na capacidade de discernir que tipo de semente (palavras) foi semeada em nossa alma e está crescendo no nosso silêncio, para, então, sabermos se devemos cultivá-la na quietude da solitude produtiva ou arrancá-la por meio da fala que rompe a solidão destrutiva e limpa o terreno do coração para novas e boas sementes serem lançadas e crescerem, produzindo o bom e o bem em nós, para o nosso benefício e também de todos que se aproximam de nós.

Um forte abraço.

Ioséias.

sábado, 18 de abril de 2020

Princípios de oração em momentos de grande ameaça


     O texto do vigésimo capítulo do segundo livro das Crônicas conta-nos sobre a ameaça de invasão de Judá pelos amonitas e moabitas. Um grande exército foi reunido pelos inimigos de Judá a fim de destruir a nação. Contudo o rei Josafá se colocou diante de Deus e orou ao Senhor. No final da sua oração ele declara: "Ó nosso Deus, não irás tu julgá-los? Pois não temos força para enfrentar esse exército imenso que vem nos atacar. Não sabemos o que fazer, mas os nossos olhos se voltam para ti" (2Cr 20.12). E é nesta frase que encontramos quatro princípios preciosos para momentos de oração em períodos de grande ameaça e perigo.

    Josafá termina sua oração fazendo uma pergunta e explicando o porquê dessa pergunta. Ele questiona Deus sobre o Seu juízo acerca dos inimigos do seu povo e explica que Judá não tinha força, não sabia o que fazer, mas que seus olhos estavam voltados para o Senhor.

     Primeiro princípio. Josafá confia ao Senhor o juízo sobre os seus inimigos. Ele reconhece que não possui tal poder de exercer juízo e deixa claro a sua confiança e dependência do Senhor.

    Segundo princípio. O rei reconhece que não tem força para enfrentar tal adversidade. Josafá reconhece as suas limitações e por isso clama ao Senhor para que lhe ajude.

     Terceiro princípio. Josafá também declara, com sinceridade ao Senhor, que não sabia o que fazer. Admitir diante de Deus nossa ignorância e desorientação torna-nos mais humildes.

   Quarto princípio. Diante de todas as impossibilidades humanas, Josafá afirma ao Senhor que os seus olhos estão voltados para Ele. Olhar para Deus diante dos nossos desafios significa aguardar dele uma intervenção em nosso favor, assim como uma criança que quer pegar algo fora do seu alcance e por não conseguir vira-se para o seu pai, com um olhar que não precisa de palavras, para dizer: "pega para mim pai?!".

     Por sua atitude humilde em oração, Josafá ouviu do Senhor a promessa de que ele não precisaria lutar, porque agora a batalha era de Deus. Mas o Eterno lhe ordena que desça contra o seu inimigo; isto é, o Senhor deixa claro que ainda que tenhamos a Sua promessa, precisamos nos levantar e encarar os nossos desafios com coragem e fé. O Altíssimo não dá vitória a quem fica acomodado, esperando que toda ação venha do céu.

     Sintetizando tudo que foi dito até aqui, entendo que quando reconhecemos diante do Senhor que somente ele pode julgar as nossas causas, e humildemente admitimos nossas fraquezas e desorientação, assumindo uma postura de confiança nele, como um filho que confia no seu pai, que pode lhe dar o que ele não alcança, então receberemos do Todo Poderoso a certeza de que ele lutará por nós, mas precisamos nos posicionar para a batalha diante dos nossos desafios.

     Que o eterno nos dê essa humildade e graça.


Pr. Ioséias C. Teixeira

Gotas de Teologia - Nossa redenção em Cristo Jesus - Parte 2