sábado, 17 de outubro de 2009

CAÇADORES DE MAGOS.

Texto: Atos 8.5-19
Introdução:
Nesta breve reflexão quero frisar a importância de se pregar o evangelho genuíno de Jesus Cristo. O texto em apreço nos traz uma séria advertência sobre praticantes de magia no meio dos salvos e sua visão distorcida das obras de Deus. Veremos as definições e as diferenças entre magia e fé e o que fazer para destruir esse mal no seio da comunidade dos eleitos. Que o Altíssimo nos abençoe.
I – O que é magia e o que é fé genuína.
a) Na definição de Carmem Cinira Macedo, cientista da religião, “na religião, o indivíduo é considerado subordinado à vontade dos seres sobrenaturais. Na magia, considera-se que sob certas condições, o indivíduo pode dominar e controlar as forças sobrenaturais”.
b) Portanto, a pessoa de fé se aproxima de Deus confiando na sua graça e na sua misericórdia, sabendo, porém, que a sua vontade é soberana e prevalecerá sempre.
c) Na magia as pessoas acreditam que se cumprirem todos os rituais religiosos, se dizimarem fielmente, se orarem metodicamente e cultuarem pragmaticamente, então Deus estará obrigado a atendê-los em seus desejos.
d) Para o mago fé é o que move o braço de Deus em seu favor. Para o fiel fé é o que o move para a glória de Deus.
II – Diferenças entre magos e fiéis.
1) Os magos se beneficiam dos seus “serviços prestados” cobrando altos honorários (v. 9-11).
2) Os fiéis beneficiam os que os rodeiam sem cobrar por isso (v. 5-8; 15-17).
3) Os magos investem alto para ter poder (v. 18,19).
4) Os fiéis não buscam ter poder, mas compartilhar a graça (v. 14,15).
5) Os magos negociam o que for preciso para ter poder (v. 18,19).
6) Os fiéis não negociam a sua fé (v.20).
7) Os magos vivem na dependência da satisfação ou da ilusão do seu público (v. 9,10).
8) Os fiéis são dependentes de Deus em quaisquer circunstâncias (v. 26).
III – Destruindo a magia na igreja de Cristo.
1) Precisamos pregar a soberania de Deus (II Co 12.7-9).
2) Precisamos pregar a pecaminosidade humana (Rm 3.23).
3) Precisamos pregar a graça e a misericórdia (v. 20-22).
4) Precisamos pregar a dependência de Deus (Sl 127.1,2).
Conclusão:
A fé cristã não é magia,e Deus não se subordina a homem algum. Portanto, cabe a nós lutar e repreender os “simãos” que têm aparecido no meio dos santos.
Assuma essa missão e causa para a glória de Deus!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O domínio da alma

Texto: Gênesis 2.7
Introdução:
O ser humano é composto de composto de três partes que o constituem: o corpo, a alma e o espírito conforme I Tessalonicenses 5.23: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo”. E, segundo de depreende do texto de Gênesis 2.7, o Senhor fez o corpo, soprou nele o fôlego de vida e só então o homem foi feito alma vivente. Isto é, a alma nasceu em função da união do corpo e do espírito e o trino ser (corpo, alma e espírito) existia em perfeita harmonia.
1. O DESASTRE DA QUEDA.
a. Após a queda do casal do Éden a carne tornou-se doente pelo pecado (Romanos 8:3 - Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne) e o espírito morreu (Efésios 2:1 - E VOS vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados) para Deus, e a partir de então, carne e espírito tornaram-se antagônicos e a carne passou a prevalecer visto que o espírito do homem está morto quando separado de Deus.
2. A ALMA DOMINADA PELA CARNE.
a. A alma então ficou sujeita a influência da carne depois do pecado, pois a alma é influenciável, seja pela carne seja pelo espírito. Como vemos em Gálatas 5.17 (Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis) a carne e o espírito lutam entre si para que façamos a sua vontade e não a do outro, mas quem faz então a vontade de um ou de outro? A alma, pois ela é a responsável por três funções importantíssimas: a mental (pensamento e conhecimento), a volitiva (vontade) e a emotiva (emoções). E o nosso conhecimento, assim como a vontade e as emoções são moldados pelos dois elementos que constituem o ser, a carne e o espírito.
b. A carne também tem três funções: o movimento (contato com o mundo externo), a sensação (busca incessante pela satisfação dos sentidos) e os instintos (sobrevivência, defesa. Sexualidade, sociabilidade, dar e receber amos, etc.).
c. Quando a carne está no comando nossa mente, emoções e vontades pas-sam a ser direcionadas para a busca egoísta de sensações físicas prazerosas e a satisfação de nossos instintos.
d. Nosso conhecimento passa a ser moldado pela carne e então passamos a pensar e construir idéias que justifiquem as obras da carne e assim nossa vontade fica direcionada para as coisas desse mundo.
e. Nossas emoções também passam a ser voltadas para as coisas da carne de maneira que passamos a buscar sensações que alimentem nossa busca por satisfação sensorial (ouvir músicas, ver filmes ou programas, ingerir alimentos e bebidas, usar perfumes e tocar determinadas coisas) e passamos a viver em função disso.
f. Por fim, nossa vontade se torna escrava dos nossos instintos de maneira tal que passamos a querer, de forma bem egoísta, ter mais do que os outros, seja comida, segurança, amizade, sexo e amor.
g. Em suma a carne escraviza a alma para que essa satisfaça todas as suas vontades.
3. A ALMA DOMINADA PELO ESPÍRITO.
a. Quando, porém, nos convertemos ao Senhor Jesus nosso espírito ganha vida.
i. (João 5:24) - Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.
ii. (Colossenses 2:13) - E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas.
b. Assim como o corpo e a alma o espírito também possui três funções: a intuição, a consciência e a comunhão.
c. A intuição é o conhecimento que se obtém por meio da percepção e é uma maneira especial de tomarmos conhecimento das coisas sem a mediação dos sentidos. Biblicamente ela é descrita como a paz que se instala em nossos corações quando estamos para fazer algo que seja a vontade de Deus ou, logicamente, a falta dessa paz quando tal coisa não está conforme a vontade do Senhor.
i. (Colossenses 3:15) - E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.
ii. (Romanos 5:1) - TENDO sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
d. A consciência é a faculdade espiritual de distinguir entre o certo e o errado e conforme a reação do espírito humano ao Espírito Santo ela é descrita como:
i. Fraca - (I Corintios 8:7) - Mas nem em todos há conhecimento; porque alguns até agora comem, no seu costume para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca, fica contaminada.
ii. Má ou contaminada - (Hebreus 10:22) - Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, (Tito 1:15) - Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados.
iii. Cauterizada - (I Timóteo 4:2) - Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência;
iv. Pura - (I Timóteo 3:9) - Guardando o mistério da fé numa consciência pura.
(II Timóteo 1:3) - Dou graças a Deus, a quem desde os meus ante-passados sirvo com uma consciência pura, de que sem cessar faço memória de ti nas minhas orações noite e dia;
v. Livre de ofensa - (Atos 24:16) - E por isso procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens.
vi. Boa ou honrada - (Hebreus 13:18) - Orai por nós, porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se honestamente.
(I Pedro 3:16) - Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo.
e. A comunhão é a união de propósitos e interesses em torno de alguma coi-sa; no nosso caso o interesse de salvação do homem e amizade com Deus.
f. A comunhão é estritamente espiritual, pois Deus é Espírito e importa que o adoremos (aspecto da comunhão) em espírito e em verdade (Jo 4.24) uma vez que aquele que se ajuntou com o Senhor em comunhão é um espírito com ele (I Corintios 6:17 - Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito).
g. Aquele que é nova criatura em Cristo Jesus (II Co 5.17) passa a alimentar a sua alma (mente) com as coisas do Espírito de maneira que os seus conhe-cimentos passam a ser moldados pela Palavra de Deus, que é espírito e vida (Jo 6.63), e então passam a construir pensamentos que glorifiquem a Deus no espírito.
h. Também suas emoções tornam-se voltadas para as coisas espirituais des-pertando uma comunhão íntima que visa alimentar a alma com coisas que nos aproximam de Deus (músicas, filmes ou programas diversos, alimentação, etc.).
i. Por fim, quando o espírito comanda a alma a sua vontade passa a ser a vontade de Deus, de maneira que nossos instintos tornam-se subordinados à consciência da Palavra de Deus, tornando-os controlados pelo Espírito Santo.
Conclusão
Precisamos decidir que o nosso espírito seja o dominador de nossa alma, a fim de que a vontade do Senhor se cumpra em nossas e possamos viver no centro da vontade de Deus.




segunda-feira, 27 de julho de 2009

A ONISCIÊNCIA DIVINA E A ORAÇÃO DO CRENTE

Texto: Mateus 6:8
Tese: Se Deus sabe de tudo que eu preciso, então, porque orar?


Introdução
A tese acima apresentada gera um dilema que sonda os corações de muitos cristãos hoje, e conseqüentemente, acaba por enfraquecer a vida de oração destes irmãos, tirando seu entusiasmo.
Proponho-me, neste pequeno sermão, a estar esclarecendo este dilema, na esperança de trazer um entusiasmo na oração dos filhos de Deus.

I- Deus deu domínio ao homem, e este o perdeu
“...enchei a terra e sujeitai-a...” (Gênesis 1:28)
“Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão, e sob seus pés tudo lhe puseste.” (Salmo 8:6)
Os versículos acima falam-nos da autoridade original do homem antes do pecado, porém, o homem pecou deliberadamente, tornando-se escravo do pecado e do diabo, subjugando, assim, a criação ao poder do tentador, pois “o mundo jaz no maligno”. (I João 5:19)

II- Deus restituiu a autoridade do homem em Jesus
O Senhor Jesus disse: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (João 8:32), depois disse: “Eu sou o caminho a verdade e a vida.” (João 14:32), e por fim: “Eu venci o mundo.” (João 16:33)
O escritor aos Hebreus diz-nos que Jesus veio livrar aos que, “pelo pavor da morte, estavam sujeitos por toda vida.” (Hb 2:15)
O Senhor Jesus veio restituir ao homem a autoridade que este havia perdido lá no Éden, pois toda autoridade foi dada a Cristo nos céus e na terra, e aqueles que estão em Cristo têm retomada a sua autoridade aqui na terra, e estando liberto do poder do diabo e do pecado, torna-se um filho de Deus e, por conseguinte, co-herdeiro com Cristo, sendo participante das suas aflições para também participar da sua glorificação (Romanos 8:14-17).
Nossa autoridade, hoje, está alicerçada no fato de que somos embaixadores de Cristo (II Coríntios 5:20) e a nós foi confiado o reino de Deus na terra.
“Assim como meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo confiro a vós.” (Lucas 22:29)

III- O respeito divino à autoridade do homem
O Senhor, embora seja soberano, respeita a autoridade que Ele mesmo deu ao homem na terra. Vejamos:
“Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim a favor desta terra, para que eu não a destruísse, mas a ninguém achei. Por isso eu derramarei sobre eles a minha indignação, com o fogo do meu furor os consumi; fiz cair-lhes sobre a cabeça o castigo do seu procedimento, diz o Senhor Deus.” (Ezequiel 20:30-31)
Estes versículos mostram o interesse de Deus em salvar Jerusalém da destruição total. Veja que o Senhor buscou alguém na nação para interceder por ela, para que Ele a livrasse; mas como não se apresentou ninguém o Senhor derramou a sua indignação contra Jerusalém.
“Dar-te-ei as chaves do reino dos céus: o que ligares na terra, terá sido ligado no céu; e o que desligardes na terra, terá sido desligado nos céus.” (Mateus 16:19)
Jesus disse a Pedro que a igreja (individual e coletiva) teria as “chaves” do reino dos céus. A expressão “chave” é uma expressão simbólica de autoridade. Portanto, Jesus disse que a igreja é a responsável pela intervenção divina na terra.
Os dois textos apresentados mostram claramente que Deus age na esfera humana quando nós nos colocamos em oração para pedirmos a sua intervenção, porém, é necessário termos em mente que, o Senhor é soberano e só agirá segundo a sua vontade expressa em sua Palavra.
Deus respeita a autoridade que Ele mesmo deu ao homem, e embora deseje fazer muitas coisas, Ele não fará se nós não pedirmos em oração.
É bem verdade que isso diz respeito a vontade permissiva de Deus; isto é, aquela vontade do Senhor que pode se cumprir ou não segundo o procedimento humano, e não a vontade soberana Dele, pois essa vontade se cumprirá, independente de qualquer que seja a postura dos homens com relação a ela.

IV- O propósito divino
O claro propósito divino com relação à oração é que o homem seja cooperador de Deus no seu eterno propósito de redimir a raça humana.
“Eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra por meio de sinais que se seguiam.” (Marcos 16:20)
“Nós somos cooperadores de Deus, ...” (I Coríntios 3:9)
“Porém, o povo disse a Saul: Morrerá Jônatas, que efetuou tamanha salvação em Israel? Tal não suceda. Tão certo como vive o Senhor, não lhe há de cair no chão um só cabelo da cabeça, pois foi Deus com ele hoje. Assim, o povo salvou a Jônatas para que não morresse.” (I Samuel 14:45)

Conclusão
O bondoso Deus tem prazer em atender às orações dos santos, porque ele nos constituiu como embaixadores do Seu reino na terra, e como Deus cordial, Ele respeita a autoridade constituída por si mesmo e se alegra nisto, pois, tem o homem como seu cooperador.

Ioséias Carvalho Teixeira

Uma Síntese da História da E.B.D.

O movimento religioso que nos deu a Escola Dominical como a temos hoje, começou em 1780, na cidade de Glocelter, no sul da Inglaterra. O fundador foi o jornalista evangélico (episcopal) Robert Raikes, de 44 anos, redator do "Glocelter Journal". Raikes foi inspirado a fundar a Escola Dominical ao sentir compaixão pelas crianças de sua cidade, perambulando pelas ruas, entregues à delinqüência, pilhagem, ociosidade e ao vício, sem qualquer orientação espiritual.
Ele, que já há quinze anos trabalhava entre os detentos das prisões da cidade, pensou no futuro daquelas crianças e decidiu fazer algo em seu favor, a fim de que mais tarde não fossem também parar na cadeia. Procurava as crianças em plena rua e em casa dos pais e as conduzia ao local de reunião, fazendo-Ihes apelos para que todos os domingos estivessem ali reunidas. O início do trabalho não foi fácil.
Outro grande promotor da Escola Bíblica Dominical então incipiente foi o londrino William Fox, trabalhando harmoniosamente com Raikes.
De acordo com as diretrizes de Raikes, nas reuniões dominicais, além do ensino das Escrituras, era também ministrado às crianças rudimentos de linguagem, aritmética e instrução moral e cívica. O ensino das Escrituras consistia quase sempre de leitura e recitação. Em seguida, teve início a prática de comentar os versículos lidos. Muito depois é que surgiu a revista da Escola Dominical, com lições seguidas e apropriadas.

Oposição
Houve, no entanto, uma forte oposição ao movimento de Raikes, que era considerado por alguns líderes religiosos como um movimento diabólico, porque era à parte das Igrejas e era dirigido por leigos, isto é, pessoas que não tinham formação pedagógica.
O Arcebispo de Canterbury reuniu os bispos para considerar o que deveria ser feito para exterminar o movimento.
Chegou-se a pedir que o Parlamento, em 1800, aprovasse um decreto para proibir o funcionamento de escolas dominicais. Achavam que este movimento levaria à desunião da Igreja e que profanava “o dia do Senhor”. Tal decreto nunca foi aprovado.

Nessa época, quatrocentos mil alunos estavam matriculados nas diversas escolas dominicais britânicas. Nesse ano ocorreu a divisão em classes, possibilitando alfabetização a adultos analfabetos.

Raikes não tomava conhecimento disso e a obra tomava vulto. O jornal do qual ele era redator foi uma coluna forte na defesa e apoio da novel instituição, publicando extensa série de artigos sob o título A ESCOLA DOMINICAL, reproduzidos nos jornais londrinos.
Em 1802, Raikes se aposentou, e, em 1811, após um ataque de coração, veio a falecer.
Seus alunos vieram ao funeral, na Igreja Anglicana, e receberam da Sra. Raikes uma moeda e uma fatia de um grande bolo de ameixa cada um.

Alguns fatos históricos

Ao fundar a primeira Escola Dominical em 20.07.1780, Raikes estabeleceu o seguinte:
desenvolver inicialmente uma fase experimental de três anos de trabalho. Após isso, conforme os frutos produzidos, ele divulgaria ao mundo tudo sobre o trabalho em andamento.
Mal sabia Raikes que estava lançando os fundamentos de uma obra espiritual que atravessaria os séculos e abarcaria o globo, chegando até nós, a ponto de ter hoje dezenas de milhões de alunos e professores, sendo a maior e mais poderosa agência de ensino da Palavra de Deus de que a Igreja dispõe.

Nessa fase experimental (1780-1783), Raikes fundou 7 Escolas Dominicais somente em Glocelter, tendo cada uma 30 alunos em média. Os abençoados frutos do trabalho logo surgiram entre as crianças, refletindo isso profundamente nos próprios pais. Estava dando certo a experiência com a Palavra de Deus! O que pode fazer a fé em Deus e, o amor a Ele e ao próximo!
Foi no dia 3 de novembro de 1783 em que Raikes triunfalmente publicou em seu jornal a transformação ocorrida na vida de duas crianças. Até hoje, 03.11.1783 é considerado como o dia natalício da Escola Dominical.

Os benditos e abundantes resultados causaram tal impacto no modo de vida da sociedade, que um ano após (1784), Raikes era o homem mais popular da Inglaterra. No ano seguinte (1785) ele organizou a primeira União de Escola Dominicais, em Glocelter. Agora, as igrejas passaram a dar apoio ao trabalho de Raikes. A Escola Dominical passou das casas particulares para os templos, os quais passaram a encher-se de crianças.
Antes de Raikes já havia reuniões similares de instrução bíblica, é evidente, mas foi ele quem, usado por Deus, popularizou e dinamizou o movimento. Na linguagem dos comerciantes, foi ele quem pôs a mercadoria na praça. Por sua vez, o atual sistema de escolas públicas gratuitas inspirou-se no movimento da Escola Dominical.

Ao final do Século XIX, muitos outros países adotaram a Escola Dominical, sempre com excelentes resultados. A própria Inglaterra reconhece que foi preservada de movimentos políticos extremistas e radicais, como o da Revolução Francesa de 1789, graças ao despertamento espiritual através de Wesley e Whitefield, e a educação religiosa provida pela Escola Dominical.
Durante muito tempo, só crianças freqüentavam a Escola Dominical. Os adultos ingressaram depois. Hoje, em inúmeros lugares, ocorre o inverso: quase só adultos são beneficiados, ficando as crianças em último plano.

Em 1784, isto é, quatro anos após o início do movimento, a Escola Dominical já contava com 250 mil alunos matriculados. A Escola Dominical é hoje um dos fatores de promoção do reino de Deus e dos destinos do mundo, através dos cidadãos nela formados. Atualmente, o número de alunos em todo o mundo é estimado em 120 milhões, com cerca de 2 milhões de escolas e 8 milhões de professores.
Quem diria que um começo tão humilde como aquele de 1780, através do irmão Raikes, chegasse a tão elevado dividendo? Está escrito em Zacarias 4.10 "... Quem desprezará o dia das coisas pequenas?“

A Escola Dominical no Brasil

A Escola Dominical no Brasil teve seu início no dia de 19 de agosto de 1855, na cidade de Petrópolis – Rj, com a presença de cinco crianças. O fundador foi o missionário Robert Read Kalley e sua esposa, Sarah Poulton Kalley, missionários Congregacionais.
Essa primeira aula de Escola de Dominical deu origem à Igreja Congregacional no Brasil. Portanto, nossa denominação teve sua origem no Brasil a partir da Escola Dominical.

Desde então a Igreja Congregacional é reconhecida como uma igreja missionária e de valorização do ensino e da formação teológica.
A questão que nos vem a mente é: estamos ainda vivendo esta realidade e sustentado esta vocação dada a nós pelo Senhor da Seara?
Nossa EBD ainda é um instrumento de evangelização?
Nossos crentes são alunos da EBD de sua igreja e amantes da Escritura?
A vocação e a filosofia dos congregacionais é a de que toda a congregação é composta de crentes capazes que são formados pela escola bíblica e teológica dominical.


sexta-feira, 24 de abril de 2009

Princípios Bíblicos para Casais.

Texto básico: Efésios 5.22-33.
Introdução:
A vida a dois é um enorme desafio, pois se trata de dividir sua vida com uma pessoa diferente em tudo. Ela vem de outra família, recebeu outra educação, comia outro tipo de comida, usava outra marca de sabonete, tinha horários diferentes dos seus, entre outras várias coisas que poderiam ser mencionadas aqui. Porém, esse desafio é um pequeno preço a se pagar diante de tamanha felicidade e benção que é a vida de casado.
Hoje vamos fazer uma pequena reflexão acerca da benção do casamento, dos problemas que porventura possam vir acontecer e como superá-los para manter a união conjugal uma grande benção. Que o Senhor nos faça compreender seu maravilhoso projeto.

I – Entendendo a grandeza do amor.
O amor é algo tão maravilhoso e intenso que não existe uma palavra apenas que contenha sua expressão total. Na língua grega existem cinco palavras que detalham diferentes aspectos do amor. Vejamos:
· Amor físico – Desejo sexual (gr. EPITHUMIA). – A Bíblia jamais chama epithumia de amor. Quando usada em sentido negativo é traduzida como lascívia. Quando em sentido positivo, vem como desejo. É a este segundo que nos referimos. Pergunte-se: “Eu sou amante do meu cônjuge?”.
· Amor emocional – Afeição romântica (gr. EROS). – A idéia fundamental é a de romance. Nem sempre eros é sensual ou amor carnal. É na verdade, um amor romântico, apaixonado e sentimental. Os casamentos começam frequentemente através dele. Pergunte-se: “Eu sou namorado do meu cônjuge?”.
· Amor social – Associação leal (gr. STORGE). – Citado no Novo Testamento, como tipo de afeto compartilhado por pais e filhos ou irmãos e irmãs. Todo ser humano tem a necessidade de pertencer a um grupo. Esse aspecto do amor dá a um cônjuge necessidade de pertencer um ao outro. Não mais “eu”, mas “nós”. Nisto está inclusa a idéia de defesa e refúgio emocional (Ec 4.9-12). Pergunte-se: “Eu sou sócio do meu cônjuge?”.
· Amor intelectual – Amizade íntima (gr. PHILEO). – Significa querer bem, mostrar afeição pela pessoa amada, mas espera sempre ser correspondido. Cria amizade íntima, que tem prazer em estar junto. Divide pensamentos, sentimentos, atitudes, planos e sonhos, coisas íntimas e particulares. Compartilham seu tempo e interesses. O objetivo é ter tudo em comum. Fazer pontes entre o mundo da esposa e do marido. Compreender e ser compreendido. Pergunte-se: “Eu sou o melhor amigo do meu cônjuge?”.
· Amor sobrenatural – Serviço sacrificial (gr. AGAPE). – Ágape é totalmente desprendido, pois tem a capacidade de dar e continuar dando, sem esperar nada em troca. Ele valoriza e serve a outra pessoa. É um amor ativo, não emocional. Não o que sinto, mas o que faço. Amar é dar, suprir necessidades, é servir (Ef 5.25). É fruto da vontade pessoal. Eu tenho que decidir amar, um amor é incondicional, eu amo mesmo que não seja correspondido. Pergunte-se: “Eu sou servo do meu cônjuge?”.

II – O que Deus quer de cada um.
1. O dever das mulheres (Ef 5.22-24).
“Sejam submissas... como ao Senhor”.
O conceito de submissão de Jesus era em muito diferente do conceito dos judeus, gregos e romanos.
Os judeus, nesta época, em suas orações matinais, agradeciam a Deus por não terem nascido gentios, escravos e mulheres.
Os gregos, com vida familiar perto da extinção, praticavam largamente a infidelidade. As esposas serviam apenas para cuidar da casa e dos filhos legítimos.
Os romanos tinham o adultério como prática corrente. As esposas eram subjugadas completamente aos maridos, que poderiam até vendê-las como escravas. Tinham incapacidade legal (sem direitos). Eram descritas como “imbecilitas”.
Jesus não humilhou, mas sim exaltou a mulher. Conversou até, com mulheres que não seriam consideradas dignas (a samaritana). Também evitou a execução sumária da mulher adúltera.
Vejamos então o conceito Neo-testamentário de submissão.
· Não tem nada a ver com escravatura, mas com o conceito que Jesus desenvolve em Jo 15.15.
· A palavra submissão quer dizer “debaixo da missão”. A esposa dando suporte ou sustentação à missão do marido. Isso não implica em anulação dos ideais da mulher, mas sim em prioridade de objetivos do casal.
· Submissão não é só dever da mulher, mas dever do cristão – Veja Efésios 5.21, onde Paulo exorta os cristãos a se sujeitarem uns aos outros. A partir daí, ele dá exemplos de submissão citando esposas (5.22), filhos (6.1) e empregados (6.5).
· A submissão é ao marido que a ama, e não a um estranho. Paulo não pede que os homens sejam mandões ou brutos ou sem educação. Ele manda que os maridos amem as suas mulheres. Tanto que ele repete a exortação de amar as mulheres quatro vezes (Ef 5.25,28 e 33).
· No lar, há um conceito de ordem, como o que existe na igreja. Paulo, no v. 23, mostra que o marido é o cabeça, tal como Cristo. O nosso lar é um microcosmo da igreja. Poderíamos dizer que nossa casa é a igreja local da rua onde moramos.
O conceito de ordem, respeito e amor que a igreja prega, tem que começar no lar. Este é o projeto de Deus.

2. O dever dos maridos (Ef 5.25-33).
Se a palavra para as esposas é submissão, para os maridos é amor.
· O exemplo de amor é o de Jesus. O marido é a cabeça da esposa, como Cristo (v.23). Deve amar a esposa como Cristo amou a igreja (v. 25). Deve alimentar e cuidar da esposa como Cristo (v. 29).
· É um amor que se sacrifica para servir (como o de Jesus). Nos versículos 25,26 e 27 encontramos cinco verbos que detalham o que Jesus fez, e é o padrão para o amor dos maridos:
ü Amou a igreja – o amor antecede o sacrifício. Por amar o povo, Cristo decidiu salvá-lo.
ü Entregou-se por ela – esta entrega teve como conseqüência sua morte na cruz.
ü Purificou-a – sua palavra purifica ao que se arrepende.
ü Santificou-a – é sua consagração. Um processo constante para cada dia torná-la mais santa no caráter e na conduta, pelo poder do Espírito Santo.
ü Para apresentá-la – no final dos tempos, gloriosa, irradiando aos outros a beleza, o brilho e o próprio ser de Deus.
Da mesma forma como o noivo (Cristo) trabalha para embelezar a noiva (Igreja), os maridos devem procurar desenvolver essas qualidades em suas esposas.

3. A vida sexual do casal.
· Deus criou o sexo – Gn 2.24
· O coito (leito) sem mácula – Hb 13.4.
· I Co 7.3-5 - O marido satisfaça a mulher e vice-versa; faça as coisas certas, fale as coisas certas. No casamento os cônjuges são livres para buscarem o máximo de prazer sexual.
· I Pe 3.7 – Tenha relações sexuais com entendimento. A primazia da intimidade sexual é da mulher. O relacionamento sexual é fundamental para a vida espiritual.
· O homem:
1.Beije-a – Ct 1.2.
2.Seja gentil e agradável - Ct 1.16. (conseqüência: leito viçoso).
3.Elogie o corpo de sua mulher - Ct 4.1ss.
4.Desfrute do corpo dela – Ct 7.7,8.
· A mulher:
1.Cuida de sua aparência física – Ct 1.15.
2.Elogie o corpo do seu marido – Ct 5.11 ss.
3.Beije-o – Ct 5.16.
4.Se entregue voluntariamente ao seu amado – Ct 6.3.

CONCLUSÃO:
· Submissão é entregar-se a alguém.
· Amar é entregar-se por alguém.
Assim sendo, submissão e amor são dois aspectos de entregar-se, que é o fundamento para um casamento duradouro.

Por Ioséias C. Teixeira 24/04/2009

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Logos e Rhema

Em grego, o idioma em que se escreveu o Novo Testamento, existem dois vocábulos que se traduziram ao espanhol como “palavra”. Um é ‘logos’, e o outro é ‘rhema’. Embora o significado geral é “palavra”, em grego os dois vocábulos mencionados têm matizes diferentes, que o vocábulo espanhol não reflete.
’Logos’ é a Palavra de Deus que foi dita uma vez. ‘Rhema‘ é a Palavra que foi dita pela segunda vez. A Bíblia inteira é a Palavra (logos) de Deus. É o que Deus já falou na história, é a palavra de verdade, uma revelação completa, cabal, da vontade de Deus para o homem.
Mas a Bíblia não é a ‘rhema’ de Deus, porque a ‘rhema‘ é o que Deus nos fala pela segunda vez, por meio do Espírito Santo, em forma específica ao nosso coração. O ‘logos’ é a Palavra objetiva; ao contrário a ‘rhema’ é a Palavra subjetiva. Quando María recebeu a visita do anjo, lhe trouxe a ‘rhema’ de Deus. Por isso María pôde dizer: “Faça-se comigo conforme a sua palavra” (’rhema’) (Lc. 1:38). Deus tinha falado a ela especificamente.
A ‘rhema’ de Deus não é independente do ‘logos’, pois se apóia nele. Quando Deus nos fala de maneira específica, o Espírito Santo usará o ‘logos’ para fazê-lo, e o fará aplicando-o à nossa situação presente. Um fragmento do ‘logos’ se transformará em ‘rhema’ para nós, e suprirá nossa necessidade. Quando o Senhor respondeu a Satanás no deserto disse: “Não só de pão viverá o homem, mas também de toda palavra (’rhema’) que sai da boca de Deus” (MT. 4:4). O Senhor tinha recebido a ‘rhema’ de Deus, esse era seu alimento, portanto não precisava converter as pedras em pão.
São as ‘rhemas’ de Deus os que nos alentam, exortam-nos, edificam-nos. São as respostas de Deus, procedentes de sua Palavra, que nos enchem o coração de certeza, gozo e paz.
Como a igreja é purificada hoje das impurezas do mundo? “Pela lavagem da água pela palavra” (’rhema’) (Ef.5:26). Que importante é! Quanto necessitamos das ‘rhemas’ de Deus!
Agora, como obter estes ‘rhemas’? Primeiro, devemos estar muito familiarizados com o ‘logos’. Temos que encher nossa mente e nosso coração com a Bíblia; assim, o Espírito Santo terá muito o que lançar mão para nos falar em situações determinadas. O Espírito Santo tomará a letra da Palavra (o ‘logos’) e a transformará em espírito, pois a Palavra (a ‘rhema’) é espírito e vida, é a Palavra viva de Deus.
Se nos abrirmos a Palavra de Deus (o ‘logos’), para que abunde em nosso coração, as rhemas abundarão também em nossa vida, e assim a Palavra de Deus paulatinamente se irá encarnando em nós. Quer dizer, iremos sendo transformados na mesma imagem de nosso Senhor Jesus Cristo. Para concluir a “rhema” é a revelação dada pelo Espírito Santo de Deus; àquilo que transcende a Palavra escrita.

sábado, 28 de março de 2009

Deus não mente

Introdução:
A Bíblia diz que o Senhor não mente, porém precisamos ter fé para confiar que o Senhor não deixará de cumprir suas promessas feitas a nós, igreja de Cristo:
“Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei”. (Is 55.10,11).
Nossa fé é ainda mais firmada quando vimos exemplos bíblicos do cuidado do Altíssimo com o cumprimento daquilo que Ele disse.
Nesta mensagem iremos refletir sobre o cuidado do Senhor para com as suas promessas e/ou ameaças, pois, passará o céu e a terra, mas as palavras do Senhor não passarão (Mt 24.35; Mc 13.31; Lc 21.33).

I. O Senhor cumpriu o que disse a:
a. Abraão – Promessa - “Então, disse a Abrão: Saibas, decerto, que peregrina será a tua semente em terra que não é sua; e servi-los-á e afligi-la-ão quatrocentos anos. Mas também eu julgarei a gente à qual servirão, e depois sairão com grande fazenda.”. (Gn 15.13,14). Cumprimento - “E subiu também com eles uma mistura de gente, e ovelhas, e vacas, uma grande multidão de gado. (...) O tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos. E aconteceu que, passados os quatrocentos e trinta anos, naquele mesmo dia, todos os exércitos do Senhor saíram da terra do Egito”. (Ex 12.38,40,41)
b. Balaque, rei amorreu – Promessa - “Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, e um cetro subirá de Israel, que ferirá os termos dos moabitas e destruirá todos os filhos de Sete”. (Nm 24.17). Cumprimento – “da Síria, e de Moabe, e dos filhos de Amom, e dos filisteus, e de Amaleque, e dos despojos de Hadadezer, filho de Reobe, rei de Zobá. Também Davi ganhou nome, voltando ele de ferir os siros no vale do Sal, a saber, a dezoito mil. E pôs guarnições em Edom, em todo o Edom pôs guarnições, e todos os edomitas ficaram por servos de Davi; e o Senhor ajudava a Davi por onde quer que fosse”. (II Sm 8.12-14).
c. Ao povo de Israel – Promessa – “Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela sua mão direita, para abater as nações diante de sua face; eu soltarei os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão”. (Is 45.1). Observação: Isaías morreu 150 anos antes de Ciro nascer. Cumprimento – “Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá”. (Ed 1.2). Citando Jr 25.12,13.

II. Promessas feitas pelo Senhor e que já se cumpriram na nossa vida:
a. A promessa do Espírito Santo – “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. (At 1.8).
b. A promessa do crescimento da igreja – “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. (Mt 16.18)

III. As promessas que o Senhor nos fez e que aguardamos seu cumprimento:
a. A volta de Jesus para nos buscar – “E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”. (Jo 14.3 – ARA).
b. A grande tribulação – “porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais”. (Mt 24.21).
c. A implantação do seu Reino Eterno – Ap 20 – 22.

Conclusão: Se o Senhor jamais deixou de cumprir sua palavra no passado, por que devemos desconfiar dele agora. Lembremos: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. (Ap 2.10c)

quarta-feira, 4 de março de 2009

O Discipulado.

Texto: Daniel 12:3

Introdução
Neste breve estudo, estaremos analisando sobre o que significa ser um discípulo de Cristo, como fazer discípulos através do exemplo de vida, da clareza de exposição e de um conhecimento sistemático das Escrituras, isto é, como ser um incentivador dos seus discípulos.

I- O que é um discípulo?
q Discípulo é aquele que permanece (vive) na Palavra do Senhor.
q Discípulo é aquele que dá muito fruto para a Glória do Deus.
q Discípulo é aquele que ama incondicionalmente.

II- Como fazer discípulos? (Mateus 28:20; Hebreus 13:7; 3 João 3-4)
q Ensinar a guardar
Nosso papel dentro do Reino é o de fazer o Evangelho conhecido e aceito em todo o mundo. Não basta falar. É preciso “ensinar a guardar”, isto é, nós precisamos fazer com que as pessoas sintam a necessidade de aplicarem o Evangelho às suas vidas.

Diante do exposto surge, então, a inevitável pergunta: Como? Vejamos:

Expondo o Evangelho com clareza – Não fale difícil, nem use termos estranhos com as pessoas. Seja claro e objetivo com as pessoas. Importante é que, ser simples no linguajar não quer dizer ser medíocre. Sempre use um vocabulário condizente com seu público.

Apresente o plano de Deus para a humanidade (Mt 28:20) – Comece com Gênesis 1:26-27. Mostre que Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, e lhe deu autoridade sobre a criação. Faça o ouvinte entender que ter a imagem Deus significa ser semelhante a Ele.
Passe para Gênesis 3:8 – O evangelizando precisa saber que o homem pecou deliberadamente e então, se escondeu de Deus por não querer expor o seu pecado.
Leia Isaías 59:2 e Romanos 3:23 – Para que a pessoa entenda que está separada de Deus pelo seu pecado, e que as suas obras de justiça própria não passam de “trapos de imundícias” aos olhos do Senhor (Is 64:4).
Por fim, leia Romanos 6:23 e João 1:12 – E mostre ao evangelizando que o único meio de se chegar a Deus é Jesus. Isto é, a pessoa precisa aceitar o sacrifício de Jesus no Calvário pela sua vida, e então, passar a viver conforme um verdadeiro discípulo do Senhor (1 Jo 2:6).
Termine com o apêlo – Talvez ela nem aguarde o apelo. Mas não tente forçar a pessoa a nada. Deixe que o Espírito Santo faça o seu trabalho. (Jo 16:8)

Acompanhe o seu discípulo (Hb 13:7) – Um discípulo é um filho que, com certeza, se espelhará em você. Não importa quem seja o pastor da igreja, você será o paradigma de cristão para esta pessoa. O apóstolo Paulo compreendia bem o que isto dizer para o discipulador, a tal ponto de se colocar como exemplo (l Co 11.1). E isto não traz em si uma exaltação, mas uma humilhação, pois maior responsabilidade repousa sobre os ombros do mestre (Tg 3:1).

Seja um incentivador (3 Jo 3:4) – Ressalte uma atividade digna do seu discípulo com uma palavra de incentivo , porém , seja sincero sempre.

Conclusão
Fazer discípulos não é um trabalho fácil, mas que exige muito estudo , acompanhamento , dedicação , oração e sobretudo amor. Entretanto , é um trabalho maravilhosamente compensador e alegre, pois nos faz ver o quanto o Senhor quer nos usar para sermos espelhos para os outros.


28/06/2000.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

JESUS CONHECE A SUA IGREJA

Introdução
Na lição de hoje vamos avaliar o conteúdo das cartas enviadas às sete igrejas da Ásia Menor e de que maneira esse conteúdo se aplica à igreja hoje, pois “quando Jesus envia carta às sete igrejas, significa que ele envia sua mensagem para toda a igreja, em todos os lugares, em todos os tempos” (Lopes, 2008). Portanto, nosso propósito hoje é descobrir “o que Cristo pensa da Igreja” (Stott, 1999) e tem a dizer a ela.
Como veremos, a mensagem enviada a essa igrejas é aplicável a qualquer igreja em qualquer época e lugar, e, possivelmente nos identificaremos com algumas delas. Que o Senhor nos abençoe.

I- ÉFESO E ESMIRNA
Éfeso era a maior cidade da Ásia e o centro da administração romana daquela província. A igreja fundada por Paulo veio a ser a principal base para a evangelização da Ásia Menor e tornou-se, juntamente com Antioquia, uma das principais igrejas daquela região, e em Éfeso o apóstolo João terminou os seus dias.
Ao falar das sete estrelas e dos sete candeeiros o Senhor está dizendo que a vida espiritual daquelas igrejas dependia dele e que a sua presença é real em todas elas. O v.2 começa com a expressão “Eu sei”, presente em cada uma das sete cartas, quer animando (Ap 2.9), quer repreendendo (Ap 3.1-15). O Senhor conhece as suas obras, o trabalho e paciência; revelados na resistência aos falsos mestres e aos falsos apóstolos (vv. 2,3). O problema de Éfeso é que em decorrência dessa luta ferrenha contra os falsos mestres e falsos apóstolos eles se tornaram frios quanto ao amor, tanto fraternal quanto ao Senhor, uma vez que um não existe sem o outro (cf. Mc 12.30-31 com 1Jo 4.20). E se essa frieza não fosse tratada traria aos efésios o juízo do Senhor (v.5).
Os nicolaítas, embora existam outras teorias, possivelmente eram os adeptos de Nicolau de Antioquia, um dos sete (At 6.5) e, com base nos vv. 14,15 podemos entender que o erro deles era ensinar a comer coisas sacrificadas aos ídolos e a adulterar assim como os seguidores de Balaão uma vez que os nomes têm significados cognatos: Balaão -"Ele tem consumido o povo"; Nicolau-"Ele vence o povo". Porém aquele que der ouvidos ao Espírito Santo será vitorioso e comerá da árvore da vida (7); isto é, participará da plenitude da vida eterna.
Esmirna era uma das mais prósperas cidades da Ásia Menor e lá havia uma enorme e próspera colônia judaica, muito desfavorável à igreja. O título dado a Cristo (8) visava relembrar à igreja que Cristo é o Senhor da história e conquistador da morte.
A blasfêmia dos judeus (9) era a contra Jesus. Os judeus se aliaram aos pagãos em reivindicarem a morte de Policarpo, Bispo de Esmirna, na base de sua oposição à religião estatal. Desse modo, em vez de constituírem uma assembléia de Deus, eles haviam-se tornado a sinagoga de Satanás.
A tribulação da igreja terá a duração de dez dias (10), isto é; um período abreviado, indicando que a prova do cristão verdadeiro não é permanente, mas transitória, tendo dia e hora para acabar. A coroa da vida (10) é uma alusão à coroa dada ao vencedor nos jogos, e significa uma coroa que consiste de vida em contraste com a segunda morte dos que não vencerem (11).

II- PÉRGAMO E TIATIRA
Pérgamo era tida como a cidade mais idólatra da Ásia e tornou-se o reconhecido centro do culto na Ásia por ter sido a primeira cidade da região a estabelecer o culto ao imperador. Por isso dizer que a igreja se encontrava onde está o trono de Satanás (13).
O título no v. 12 afirma que o Senhor é o que tem a espada aguda de dois fios (Ap 1.16; 2.16). O ensino de Balaão (Nm 25.1-2; 31.16) não dava valor ao aspecto humano afirmando que não importava o que se fazia da vida na matéria desde que o espírito estivesse bem, e assim pervertiam o ensino de Paulo (Rm 3.8; 6.1), assim como os nicolaítas (15) que ensinavam como Balaão ensinava a Israel.
Por essa conivência com os que assim procediam o Senhor os repreende (16) e promete ao vencedor comer do maná espiritual em lugar da mesa dos ídolos e uma pedra branca (17), que embora de difícil interpretação devido às várias utilidades dadas a tais pedras, parece apontar ao costume jurídico de dar uma pedra branca ao réu por absolvição ou uma preta por condenação; ou ainda à pedra branca dada ao vencedor de uma competição e que lhe concedia entrada a todas as festas públicas, indicando espiritualmente acesso à festa das bodas do Cordeiro (Ap 19.1-10).
Tiatira era a menor das sete cidades e não possuía nenhum templo devotado ao culto dos imperadores tendo relativa paz. O problema dessa igreja era interno e por isso o título atribuído ao Senhor, Filho de Deus (domínio) que tem os olhos como chama de fogo (onisciência), e os pés reluzentes (18). As obras citadas são todas de qualidade progressiva: amor, serviço, fé e paciência (19). Porém, havia uma tolerância a certa profetisa, chamada simbolicamente de Jezabel, que ensinava o povo a participar da mesa dos ídolos em festivais pagãos que terminavam sempre em licenciosidade, prostituindo-se espiritualmente (20). Essa mulher já havia sido advertida, porém sem resultado. Então o Senhor a lançará em uma "cama" indicando uma doença (Ex 21.18) e contrastando o leito de enfermidade com o leito de prostituição. Os que com ela adulteram são distintos dos seus filhos, os primeiros foram influenciados por Jezabel, e comprometeram a sua lealdade cristã e deviam ser castigados, enquanto os últimos (filhos) abraçaram inteiramente a sua doutrina e deveriam ser mortos. Tais juízos fariam as igrejas reconhecerem que Cristo sonda as emoções (rins), e o intelecto (coração). As profundezas de Satanás (24) são uma alusão cômica ao pensamento gnóstico de serem os únicos a conhecer as profundezas de Deus. Tal sabedoria não é divina, mas satânica.
O vencedor é aquele que guardar até ao fim as obras do Senhor e terá como recompensa o mandato de autoridade de Cristo sobre as nações (26) e participação da sua vitória sobre os povos (27). A estrela da manhã (28) parece ser o próprio Cristo (Ap 22.16), pois o maior dos privilégios não é o de reinar por Cristo, mas o de gozar plena comunhão com Ele.

III- SARDES, FILADÉLFIA E LAODICÉIA
Sardes era notável pela sua indústria de tintura e lã, e pela enorme libertinagem. O título dado a Jesus o apresenta como o detentor dos sete espíritos, aludindo ao seu perfeito conhecimento das igrejas (1). Embora alguns poucos cristãos permaneçam fiéis ao seu Senhor (4), a igreja é chamada de morta e todos são tidos como responsáveis (2) e serão punidos repentinamente pelo Senhor se não se arrependerem e voltarem para a Palavra de Deus (3). Por isso o Senhor promete ao vencedor que será vestido de uma veste branca, fazendo alusão àqueles que mantêm o seu caráter puro e que não se contaminam com o paganismo que serão vestidos de glória com Cristo e que seu nome jamais será apagado do livro da vida pois conforme o conceito da época o nome era sinônimo de "pessoa" e que o Senhor o confessará diante do Pai e dos anjos como sinal de honra (5).
Filadélfia era pequena e, conseqüentemente a igreja dali também. Entretanto, para essa igreja Cristo se identifica como o santo e verdadeiro e o que tem a chave de Davi (Is 22.22) que é uma figura de Cristo como o cabeça da família de Deus, a igreja (Stott, 1999). E com a chave de Davi o Senhor abre para essa igreja uma porta aberta que ninguém pode fechar, e na Escritura uma porta aberta é sinônima de oportunidade e acesso irrestrito, e nesse caso parece certo que a porta era a oportunidade para um trabalho eficaz (8).
Assim como em Esmirna, os judeus eram os grandes opositores da igreja (9), mas um dia eles reconhecerão que estes cristãos desprezados são na realidade os herdeiros do reino de Deus. A fidelidade de Filadélfia resultará na proteção do Senhor na hora da tentação que há de vir para os que habitam na terra (10), um termo técnico para os descrentes do mundo (cf. Ap 11.10).
O vencedor será na nova era uma coluna no templo (12) é uma expressão para descrever a eterna união com Deus uma vez Apocalipse 21.22 afirma que não haverá templo na Jerusalém celestial senão Deus e o Cordeiro. Também o fato de Cristo escrever o nome de Deus e da cidade de Deus nos fala de uma identidade com o Senhor e com o Seu reino eterno.
Laodicéia foi erguida estrategicamente como ponto de ligação entre toda a Ásia Menor e por isso tornou-se centro comercial e administrativo. A cidade possuía um centro bancário de enormes reservas financeiras; uma forte indústria de tecidos e tapetes de lã e uma faculdade de medicina. A igreja não era imoral, nem idólatra, nem apóstata doutrinariamente e desconhecia a perseguição. Porém, havia ali um orgulho e uma auto-satisfação tão grande que a comunhão com Cristo praticamente inexistia (17). Por isso Jesus se identifica como o Amém; isto é, a encarnação da verdade e fidelidade de Deus (14) para uma igreja que nem era declaradamente ímpia (fria), nem declaradamente fervorosa (quente), mas de um fervor hipócrita e orgulhoso (morna) e que por isso seria desprezada (vomitada) pelo Senhor (15,16). Essa contradição entre a fé cristã e orgulho ficam claras na expressão "porque dizes", mostrando a clara diferença entre o que eles pensavam de si mesmos e o que Cristo pensava deles (17)! Resta aos laodicenses "comprar" (18 cf. Is 55.1) de Cristo o ouro fino de um espírito regenerado, de pureza de coração, que possa levá-la à glória da ressurreição (Ap 7.13,14) e da graça pela qual possa apropriar as realidades espirituais (1Co 3, 2Co 4) (Biblos - Vida Nova). Entretanto, essa violenta reprimenda é, na verdade, fruto do amor do Senhor pela igreja visando levá-la ao arrependimento (19,20), e a promessa feita a eles transcende às que foram feitas às outras igrejas, pois Cristo garante aos vencedores que compartilharão do trono dos séculos vindouros dado pelo Pai.

Conclusão
Como vimos na lição de hoje as igrejas as quais o apóstolo João escreveu enfrentavam determinados problemas que ainda hoje assolam o povo de Deus: a frieza doutrinária em prejuízo do amor cristão (Éfeso), a perseguição por parte de muitos que se dizem povo Deus (Esmirna), a conivência com a imoralidade no seio da igreja (Pérgamo), a tolerância a falsos profetas (pregadores) que têm ensinado conceitos pagãos ao povo de Deus (Tiatira), a assimilação de práticas pagãs que ferem o verdadeiro caráter cristão (Sardes), a vida difícil e repleta de restrições e dificuldades mesmo vivendo em fidelidade (Filadélfia) e o orgulho e prepotência em se pensar de si além do que convém achando-se superior aos outros (Laodicéia). Todavia o Senhor tem a palavra certa para cada uma dessas dificuldades e se nós o ouvirmos certamente seremos vencedores e gozaremos das Suas promessas, mas a decisão é nossa responsabilidade, assim como as suas conseqüências.

Por Ioséias C. Teixeira em 04/02/09
Lição de número 2 da revista de EBD que será lançada para o trimestre de abril a junho.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O ASPECTO EDUCACIONAL DA TEOLOGIA

É ponto pacífico que a crença em seres espirituais tem moldado a mente humana desde as épocas mais primevas. Muito do que hoje é ciência começou como fruto de uma busca pelo divino. A matemática, a astronomia, a farmácia, a medicina e a historiografia, entre outras ciências, devem seu nascimento a uma busca espiritual e ao registro dessa busca.
A formulação teológica dos vários povos acabou por formatar a cultura desses povos. Daí decorre que a concepção que alguém ou algum povo tem acerca de Deus ou do “mundo espiritual” definirá seu modus vivendi.
A teologia tem uma forte participação na formação educacional da pessoa, individualmente, e do povo, coletivamente. Basta para tal conclusão observarmos as nações ocidentais que têm em suas Constituições Nacionais uma enorme influência da religião cristã com seus conceitos de justiça, igualdade e fraternidade entre outros. Também, e talvez com maior ênfase, os países do oriente são fruto da sua educação teológica, chegando até mesmo a não separarem religião e Estado, tendo assim uma Constituição religiosa e civil simultaneamente
Essa consciência coletiva dos povos acaba por influenciar o indivíduo enquanto pessoa, porém não procurarei tratar disso agora. Por hora, basta que entendamos que a educação teológica de um povo pode e deve influenciá-lo para que haja uma consciência de que a vida aqui vale à pena e deve ser valorizada, que este mundo é nossa responsabilidade e que todos são iguais em valor aos olhos do Eterno. Se não houver educação teológica não haverá verdadeiro progresso humano.